Investidores apostam na recuperação do Brasil

Escrito por Redação ,
Legenda: A consultoria Control Risks vê oportunidades de investimentos em uma série de setores, como energias renováveis, infraestrutura e serviços
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

Londres. Geert Aalbers, diretor sênior e chefe da Control Risks no Brasil, parece estar no lugar certo, na hora certa. A consultoria global de risco, que opera no País há cerca de 20 anos, registra crescimento substancial desde o ano passado. Sem antecipar os números, Aalbers diz que 2016 será o melhor ano da companhia no Brasil. Com a crise política e o escândalo da Petrobras, a demanda por análises de integridade e risco político, investigações e diligência prévia para fusões e aquisições aumentou de forma significativa. "Estamos vendo um grande interesse de investidores internacionais, fundos de private equity, fundos de pensão, grandes conglomerados, todos tentando compreender o cenário e buscando boas oportunidades para colocar os pés na América Latina", diz.

Os ativos brasileiros se tornaram tão baratos que alguns analistas chegaram a qualificar o Brasil, junto com outros mercados emergentes, como o negócio desta década. A moeda brasileira se desvalorizou de forma significativa em relação ao dólar em 2015 e apesar da recuperação vista nos primeiros meses deste ano ainda está no menor valor desde 2003. Com a recessão e a desvalorização do real, as companhias brasileiras nunca estiveram tão baratas. Muitas, afetadas pela crise e pelo escândalo de corrupção na Petrobras, estão vendendo boa parte de seus ativos. A Petrobras, com uma dívida que supera os US$ 130 bilhões, planeja vender US$ 15 bilhões em ativos até o fim do ano.

Robert Abad, fundador da consultoria em mercados emergentes EM+BRACE, baseada na Califórnia, diz que o Brasil ainda é uma das nações mais promissoras da América Latina. "Há uma filosofia que todo investidor em mercados emergentes precisa ter. Se o País tem uma boa base, se houve progresso ao longo dos anos, então quando uma crise dessas acontece é o momento certo para investir", diz.

Fusões e aquisições

Dados da plataforma financeira Dealogic mostram que o número total de fusões e aquisições no Brasil atingiu US$ 22,6 bilhões no último trimestre de 2015, o melhor 4º trimestre desde 2013 e o terceiro melhor desde que os dados começaram a ser registrados, em 1995. Outro relatório, da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), apontou que o número de fusões e aquisições no Brasil em 2015 diminuiu 16% quando comparado com o ano anterior. Mas, se consideradas apenas as negociações fechadas por investidores estrangeiros no País, o número sobe 1%, de 338 em 2014 para 342 em 2015. Pela primeira vez, desde que o relatório começou a ser feito, mais acordos foram firmados por investidores de outros países do que por brasileiros.

Já a consultoria Control Risks vê oportunidades em uma série de setores, como infraestrutura, energias renováveis, serviços, saúde e educação.

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