Filhos do fundador das Casas Bahia travam briga na Justiça por herança milionária deixada pelo pai

Fortuna é estimada em R$ 500 milhões. Filho do fundador afirma que patrimônio pode chegar a R$ 3 bilhões

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(Atualizado às 19:45)
Samuel Klein é o fundador das Casas Bahia
Legenda: Samuel Klein é o fundador das Casas Bahia
Foto: Thiago Gadelha

Falecido em 2014 aos 91 anos, o empresário Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, deixou uma herança milionária para seus filhos.

Contudo, a divisão dos valores provocou uma briga na Justiça entre os familiares do milionário fundador de uma das maiores redes varejistas do País. O caso está na 4ª Vara Cível de São Caetano do Sul, em São Paulo.

No processo, obtido pelo portal Uol, três filhos reconhecidos do empresários, Saul, Michael e Eva, questionam os valores a que têm direito.

Além deles, herdeiros de um suposto quarto filho de Samuel, Moacyr Ramos, que morreu em 2021 aos 45 anos, também pedem sua parte da riqueza deixada pelo ex-proprietário das Casas Bahia.

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A estimativa é de que Samuel deixou cerca de R$ 500 milhões para os filhos, sendo R$ 300 milhões da participação na empresa — antes de ser comprada pelo grupo Pão de Açúcar — e R$ 200 milhões em bens e imóveis.

Entraves

Um dos filhos de Samuel, Saul, alega que parte da riqueza de seu pai foi transferida quando ele ainda era vivo para para empresas dos filhos de Michael, portanto, netos do empresário.

A decisão teria sido, segundo Saul, uma forma de diluir o patrimônio do pai, estimado por ele em R$ 3 bilhões.

Os advogados de Saul acusam ainda o irmão de ter se beneficiado diretamente de contratos que tiraram o pai do posto de sócio majoritário (55%) para o de minoritário (22,5%) na empresa. Assinaturas feitas por Samuel são questionadas em laudos de dois peritos contratados por Saul.

Ele diz que, nos últimos anos de vida do pai, foram tomadas diversas medidas de redução do capital da empresa, incluindo transferência de ações, doações diretas e indiretas para Michael, Eva e dois netos.

Outro entrave na divisão de bens ocorre porque os herdeiros de Moacyr Ramos alegam que ele era filho não reconhecido do fundador das Casas Bahia. Até que haja uma definição sobre a paternidade, a divisão da herança não poderá ocorrer.

Recuperação extrajudicial

Atualmente, o Grupo Casas Bahia enfrenta uma recuperação extrajudicial. No fim de abril, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) aceitou o processo de recuperação da empresa. A decisão foi da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais e cita as dívidas da companhia, que chegam a R$ 4,1 bilhões.

No parecer favorável à solicitação da empresa, o juiz Jomar Juarez Amorim determinou a suspensão de todas as execuções contra o grupo movidas por credores sujeitos ao plano de recuperação pelo prazo de 180 dias.

Na decisão, o magistrado evidenciou ainda a concordância dos credores que representam mais da metade dos créditos abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial.

Em comunicado, o Grupo Casas Bahia informou o acerto das novas condições para o pagamento da dívida com as instituições bancárias, que terá início em 2026 e prazo total de 72 meses.

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