Cartão-alimentação de projeto social ameniza a fome e movimenta economia na periferia de Fortaleza

Coletivo Olhando pra Frente distribuiu 200 cartões-alimentação de R$ 300 para moradores de baixa renda no bairro Jangurussu

Escrito por Redação ,
Legenda: Ao todo, o Coletivo Olhando pra Frente acompanha cerca de 500 famílias do bairro Jangurussu impactadas pelo cenário da pandemia no Ceará
Foto: Divulgação Coletivo Olhando pra Frente / Leo Silva

Como forma de amenizar os impactos da fome no bairro Jangurussu, o Coletivo Olhando pra Frente realizou a distribuição de 200 cartões-alimentação de R$ 300 para famílias em situação de vulnerabilidade social. O benefício fica disponível para ser utilizado nos comércios e mercadinhos locais, contribuindo para movimentar a economia

Os cartões começaram a ser distribuídos desde a metade do mês, sendo dividido em duas parcelas de R$ 150. Enquanto a primeira já foi disponibilizada em junho, a outra será dada em julho. Essa iniciativa ocorre em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Gerando Falcões.

Conforme o líder comunitário e fundador do coletivo, Jardel Silvestre, o projeto tem o compromisso social de garantir a comida no prato e devolver a dignidade da pessoa

Essas pessoas que estão passando fome não têm nem esperança de dias melhores. Dependem totalmente do que os projetos sociais têm feito. Quando a barriga dói, tem que ter algo para colocar ali. A fome é um vírus que tem cura: um prato de comida.
Jardel Silvestre
Presidente do Coletivo Olhando pra Frente

“Cartão chegou no momento certo”

Beneficiária do projeto de cartão-alimentação do Coletivo Olhando pra Frente
Legenda: Logo após receber o cartão-alimentação, Lucilene já saiu de casa para o mercadinho do bairro a fim de comprar os alimentos do almoço
Foto: Divulgação Coletivo Olhando pra Frente

A moradora do bairro Jangurussu Lucilene Mariano Abreu, 43 anos, estava sentada na sala de casa, pensando o que faria para garantir o almoço de seus 6 filhos, quando recebeu o cartão alimentação. Com o armário vazio e sem renda para ir ao supermercado, considerava pedir doações.

Desempregada devido à pandemia, a faxineira percebe o agravamento na situação de vulnerabilidade da própria família. Após a chegada de Jardel, no dia 17, a faxineira agora tem a garantia de segurança alimentar até o fim de julho.

O cartão chegou no momento certo. No dia que eu recebi, até fiquei surpresa, chorei, fiquei emocionada, fiquei muito feliz. Eu estava sem nada dentro de casa para meus filhos comer.
Lucilene Mariano
Moradora da comunidade Santa Filomena

Durante a pandemia, compartilha que tiveram momentos em que faltou comida na mesa. Nesses dias, recorria à ajuda de amiga e doações de conhecidos. "Pelos nossos filhos, quando não temos, a gente é capaz de fazer qualquer coisa para não vê-los passando necessidade”, detalha. 

Essa rede de auxílio funciona como via de mão dupla. Da mesma forma que é ajudada por pessoas da comunidade, Lucilene também contribui sempre que tem condições.

“Já chegou deu ter 1 kg de arroz e repartir para mim e aquela pessoa que pediu. Na hora que alguém chega pedindo na minha casa, se eu tiver, eu deixo até de comer meu almoço e dou para aquela pessoa”, conclui. 

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Garantia da alimentação

Legenda: Foi com alegria que Maria Neusa e sua filha, Sirliely, receberam o cartão-alimentação, já que é mais uma garantia da comida no prato ao longo de todo o mês
Foto: Arquivo pessoal

Assim como Lucilene, a pensionista Maria Neusa Furtado, 60 anos, também foi contemplada com o cartão. Morando com a filha Maria Sirliely Furtado, 39 anos, e suas duas netas, por vezes vive a dificuldade de garantir a comida na mesa. 

Receberam o cartão no dia 15, em um momento que já não conseguiam garantir com eficácia a alimentação da quinzena. Mãe e filha compartilharam a mesma felicidade ao descobrir que seriam beneficiárias do projeto. 

Está muito difícil. Nessa pandemia, as crianças estão em casa, o preço da alimentação está caro. Mesmo trabalhando, não dá para suprir as necessidades.
Maria Sirliely
Operadora de Máquinas

Para Sirliely, o cartão-alimentação já é uma garantia de que terão esse auxílio por mais pelo menos 30 dias.  Com isso, há a certeza de que não faltará a comida no prato de suas filhas. 

Desafios e impactos socias

Além dos cartões-alimentação. O Coletivo Olhando pra Frente tem o objetivo de beneficiar 70 famílias ao garantir a entrega de cestas básicas durante 6 meses. Essa nova ação seria uma parceria da Cufa com uma empresa privada.

Para ele, as ações tem impactos direto no prato do beneficiário. No entanto, a falta de recursos do Coletivo não permite que consigam dar assistência para todas as famílias. Por isso, contam com doações e parcerias, podendo ser desde um auxílio financeiro até a distribuição de roupas e alimentos. 

O Governo Federal era para estar fazendo esse trabalho, mas não temos um auxílio emergencial decente. O cartão chega como um alento, uma esperança, para garantir de fato minimamente a segurança alimentar dessa família.
Jardel Silvestre
Líder Comunitário do Jangurussu

Mais informações

Instituição: Coletivo Olhando pra Frente 
Para doar: @olhando_pra_frente  

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