Me recordo que no seu governo anterior (2017-2021), Donald Trump, perguntou ao diretor da NASA quanto ele precisava para levar o homem a Marte dentro do seu mandato. O diretor disse que se ele desse todo o dinheiro dos EUA ainda não seria possível. O PIB dos EUA na época era de U$ 23 trilhões e não havia tecnologia (e hoje ainda não tem) capaz de levar e trazer o ser humano em segurança de uma viagem ao planeta vermelho.
Em seu novo mandato seu interesse pelo espaço deve aumentar com a influência de Elon Musk. O CEO da SpaceX disponibilizou cerca de U$ 200 milhões para a campanha de Trump o que corresponde a mais de um bilhão de reais. E parece que ele pretende assumir uma nova pasta no Governo. Nos EUA, o lobby é regulamentado e não representa crime.
Musk está cotado por Trump a assumir um novo departamento chamado de eficiência governamental que teria a função de reduzir gastos públicos e burocracia. É muito provável que esse novo departamento tenha sido sugestão do próprio empresário. O CEO da SpaceX pode fazer algo similar ao que fez na empresa espacial reduzindo os custos de lançamentos de foguetes ao espaço. Ele deve procurar alternativas para cortar gastos no governo.
Talvez seja possível reduzir a burocracia modernizando sistemas com uso de Inteligência Artificial. Nos EUA isso é bem possível uma vez que a corrupção, até existe lá, mas não é tão presente quanto no Brasil. Quanto mais corrupta uma nação, mais burocracia ela precisa. Quanto menos corrupção, menos burocracia ela precisa. Talvez os EUA estejam prontos pra reduzir sua burocracia.
Crítica de conflito de interesse
A indicação de Musk para o cargo governamental também não está livre de críticas uma vez que pode significar conflito de interesse. O empresário sul africano naturalizado americano tem negócios nos EUA. A SpaceX frequentemente enfrenta problemas com a FAA, o órgão regulatório dos lançamentos de foguetes. Ás vezes a FAA demora para autorizar o lançamento da SpaceX, as vezes barra o lançamento.
A SpaceX é contratada pela NASA que por sua vez é administrada pelo o governo. Ter negócios com o governo e influenciá-lo de dentro realmente levanta críticas.
Mas vamos analisar ao olhar de um entusiasta do setor aeroespacial o que de fato, sou. Eu quero que o programa Starship dê certo.
Não acho que Musk deveria assumir tal cargo, isso pode reduzir sua dedicação ao programa Starship. Ele deve administrar junto a outra pessoa cujo o nome é Vivek Ramaswamy, nascido em Ohio, EUA e descendente de indianos. É claro que a sua indicação precisa ser aprovada pelo congresso o que deve acontecer uma vez que o partido de Trump terá maioria lá.
Com o empresário em alta no governo em um departamento de eficiência cujo objetivo é cortar gastos, a NASA deve sofrer cortes principalmente a respeito do foguete SLS. Ainda hoje o foguete SLS é único que os EUA dispõe para levar alguém a Lua na Missão Artemis. Enquanto a Starship não fica pronta, acabar com o SLS não é boa ideia. Mas se a Starship der certo (e está dando), com certeza o SLS será abandonado ainda no segundo governo Trump por ser um projeto caro e por sua estrutura não ser reutilizável.
O maior defensor do SLS é o atual administrador da NASA, o ex-astronauta Bill Nelson que já disse que o SLS é insubstituível. É possível que Bill não mantenha uma sinergia com o governo e seu cargo não está garantido. O de ninguém está, na verdade. Ao longo da história, a mudança de presidente veio acompanhada de uma mudança de administrador da NASA.
Para concluir, a indicação de Musk por Donald Trump deve acelerar a aposentadoria do foguete SLS o que vai depender do desenvolvimento da Starship. Nessa segunda feira, tem o 6° lançamento da Starship. Eles vão testar algo muito importante que é o reabastecimento no espaço. Trarei novidades na minha participação na Conexão Verdinha pela TV Diário e Radio Verdinha FM 92.5 na quinta feira às 11:15 da manhã. Até lá!
Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.
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