Para mim, é o melhor, com certeza! No ano da Copa do Mundo no Brasil em 2014, o filme foi o maior entretenimento dos brasileiros. A direção de Cristopher Nolan, antes conhecido pela mais bem aceita trilogia do Batman e mais recentemente por Oppenheimer, arrecadou quase US$715 milhões, mais do que Velozes e Furiosos 10 (US$ 704 milhões) e Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (US$ 686 milhões).
A trilha sonora dramática, composta por Hans Zimmer, algumas vezes, deixa o espectador na ponta da cadeira. A obra de ficção ainda levou o Oscar de melhores efeitos visuais na premiação do ano seguinte.
Uma terceira pessoa notável foi o físico Kip Thorne, o principal consultor das teorias físicas apresentadas na obra e professor emérito do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Em 2014, ainda não tinham sido detectadas as ondas gravitacionais, o que veio acontecer um ano após o lançamento do filme. Em 2017, Thorne ganhou o prêmio Nobel de Física por sua colaboração nesta descoberta.
Sem sombra de dúvidas, o buraco negro chamado Gargantua rouba as cenas quando aparece. O nome vem de "gargantual", tamanho gigantesco das criaturas fantasiosas do jogo Dungeons & Dragons (D&D). Esse buraco negro é a fonte das teorias mais estranhas abordadas na obra cinematográfica. Veja, abaixo, algumas delas:
É um fenômeno gravitacional que causa maré alta e maré baixa. Por exemplo: a gravidade da Lua puxa os oceanos da Terra, que não são "arrancados", mas ficam mais altos quando o corpo está visível. No caso do filme, esse efeito é muito maior devido a um buraco negro e está bem ilustrado no filme.
As sondas em outros planetas enviam sinais para a Terra. Quando o sinal passa próximo do Sol, o tempo se dilata e o sinal atrasa. Isso ocorre porque o tempo passa mais lento onde a gravidade é mais forte. Em um planeta orbitando um buraco negro, o tempo passa mais lento do que na Terra. Isso depende do tamanho do buraco negro.
Quanto maior um buraco negro, maior é sua massa e mais forte é a gravidade. O astronauta Cooper (Matthew McConaughey) não sente a gravidade do buraco negro porque ele está em órbita no planeta. Ele sente apenas a gravidade do planeta de Miller. Mas ele mantém contato com a Terra, e percebe que no tempo terrestre se passaram 7 anos enquanto, mas, para ele, passou apenas 1 hora.
Veja também
Um buraco negro, por definição, não deixa nada escapar, nem mesmo a luz. Isso reduz nossas esperanças de saber o que ocorre dentro dele. Só um viajante para dentro do buraco negro poderia saber o que tem lá. Mas existe uma esperança. As ondas gravitacionais poderiam nos comunicar com o interior de um buraco negro se nós tivéssemos precisão suficiente para isso.
Nós não podemos ver o astronauta lá dentro, mas poderíamos sentir a sua gravidade ao se mexer. Então, ele poderia escolher falar conosco por libras ou, quem sabe, movendo um ponteiro de um relógio em código morse.
A teoria central do filme é a gravitação quântica. Como o planeta Terra está sendo degradado, a esperança da humanidade está em viver no espaço. Mas como vencer a gravidade e levar tanta gente para o espaço sideral? Compreender a gravidade no nível quântico poderia nos dar a chave para “desligar” a gravidade enquanto uma enorme estação espacial sairia daqui levando os últimos sobreviventes, como se fosse uma arca de Noé.
Até hoje, não sabemos como fazer isso, e a gravitação quântica ainda não foi descoberta. A chave para isso poderia estar dentro de um buraco negro, onde a gravidade se torna importante na escala quântica.
Atualmente, eu pesquiso a gravidade quântica em uma teoria que chamo de Lucérnica. Submeti um artigo para uma Revista de Gravitação e Cosmologia, que está analisando o trabalho. Em breve, espero ter novidades, mas enquanto o trabalho não for aprovado, não posso divulgar. Enquanto isso, convido a você a reassistir Interestelar comigo, no dia 11/11/2024, no cinema do shopping Iguatemi, às 13h40. E depois tomar um café na livraria Leitura, onde poderemos discutir as teorias do filme. Até lá!
Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.