Hospitais universitários da UFC fazem mutirão com 490 procedimentos cirúrgicos e diagnósticos no CE
Walter Cantídio e Maternidade Escola recebem pacientes para cirurgias de média complexidade, exames e consultas
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O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), em Fortaleza, receberam ao longo deste sábado (5) um mutirão para procedimentos cirúrgicos de média complexidade, realização de exames e consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Denominado de ‘Dia E’, o mutirão é uma iniciativa nacional do Governo Federal, por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), e no Estado contou com o apoio do Governo do Ceará.
Ao todo, os dois hospitais foram responsáveis por mais de 490 atendimentos a pacientes que estavam na fila de espera, seja aguardando uma cirurgia de média complexidade ou exames e consultas.
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A iniciativa é chamada de Aqui Tem Especialista, e o objetivo é reduzir drasticamente o tempo na fila de espera em busca de tratamentos mais específicos. Segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, o uso da infraestrutura dos hospitais públicos universitários no Ceará e no Brasil pode ser elevado em 40% para receber pacientes.
“Existe um esforço desde março, mas vamos ampliar ainda mais para podermos ter os atendimentos tanto para cirurgias quanto exames com especialistas. A ideia é termos hoje mais de 10,3 mil atendimentos, sejam em cirurgias, exames ou consultas. A ideia é de que a Ebserh continue fazendo esse trabalho para aumentar em 40% os atendimentos nos 45 atendimentos de hospitais públicos universitários da empresa”, reforçou Camilo.
Outros dois mutirões devem ser realizados em 2025
Esse foi o primeiro 'Dia E', nome dado em referência à Ebserh, realizado no País. O reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Custódio Almeida, revelou que outros dois mutirões do gênero devem ser realizados no segundo semestre, utilizando de forma ampliada a infraestrutura dos dois hospitais da instituição.
“A ideia de diminuir filas com os hospitais universitários é ótima. Em setembro e novembro, outros dois mutirões vão acontecer. Isso significa que as filas vão diminuir bastante, e a população que aguarda em filas com problemas crônicos vai ficar muito feliz. A UFC está sempre disponível. As cirurgias de hoje são de média complexidade, mas temos disposição para fazermos cirurgias de alta complexidade”, declarou.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), demonstrou o interesse em efetivamente trabalhar para minimizar o quanto for possível as filas de espera no Estado, e ressaltou o “esforço” em prol dos atendimentos.
“São cidadãos que estavam aguardando nas filas. Todo esforço que fizermos para a população poder efetivamente ser atendida, que a cirurgia possa acontecer, é muito importante. É um esforço a mais para o atendimento da população cearense”, celebrou.
Investimento de R$ 360 milhões na Saúde no Ceará vai beneficiar interior
Nessa sexta-feira (4), durante visita ao Estado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revelou que o Ceará vai receber R$ 360 milhões da pasta, a serem aplicados nas mais diferentes áreas do segmento.
Na ocasião, os investimentos revelados seriam destinados para as cidades de Fortaleza, Acaraú, Itapipoca, Crateús e Sobral.
Na Capital, o Instituto Doutor José Frota (IJF), Frotinhas, Gonzaguinhas, Santa Casa de Misericórdia e o Hospital e Maternidade Zilda Arns (popularmente conhecido como Hospital da Mulher) serão o destino das verbas.
Já em cidades do interior, diversas áreas devem ganhar os investimentos, como ponderou Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.
“(Os recursos) vão garantir a ampliação de milhares de cirurgias e procedimentos para implantação do tratamento de câncer na região de Crateús. Na Santa Casa de Sobral, vai dobrar a capacidade de atendimento de câncer. Em Acaraú, vamos ampliar a capacidade de 50 para 100 leitos para cirurgia de ortopedia. O Hospital de Itapipoca, que deverá ser inaugurado em agosto, a perspectiva é da colocação de um centro de diagnóstico de câncer, leitos de UTI e blocos cirúrgicos”, enumerou.
Hospitais universitários têm infraestrutura propícia para atender pacientes, exalta superintendente do complexo
A professora Josenília Maria Alves Gomes, superintendente do Complexo Hospitalar (CH) da UFC, comemorou a opção do 'Dia E' tanto no HUWC quanto no Meac. Conforme a docente, os equipamentos públicos de universidades “são o maior polo formador de especialistas”.
“Um grande gargalo hoje que a gente tem no SUS é o acesso a especialidades, e é nisso que o Ministério da Saúde está focando agora. Como nós do Hospital Universitário trazemos o especialista, conseguimos realmente reduzir essas filas. A gente teve um represamento dessas filas de especialidade, principalmente por conta da pandemia, a gente não conseguiu ainda colocar para que elas andem na velocidade que a gente gosta e que o paciente precisa”, classificou.
Na expectativa dada por Josenília, alguns procedimentos cirúrgicos devem ter a fila zerada. A grande maioria terá uma “acelerada boa”, reduzindo o tempo de espera, e o reforço dos mutirões do 'Dia E' são comparados a corridas.
“É como se a gente tivesse uma corrida de longa distância, isso aqui é um sprint. Nesse momento, a gente está fazendo 490 procedimentos, mas a gente já vem aí trabalhando com uma capacidade de 20% de produção a mais desde o ano passado nos dois hospitais”, registrou.
Após o anúncio nesta semana pelo ministro Alexandre Padilha de que o implanon, método contraceptivo aplicado em mulheres e homens trans, será disponibilizado pelo SUS em todo o Brasil, Josenília informou que boa parte dos atendimentos deste sábado foram em busca do dispositivo, que já era gratuito no sistema público de Fortaleza.
“A gente já tinha esse programa, e ampliamos porque vamos ter o financiamento para isso. Tomografias também, a gente tem bastante tomografia represada e vamos conseguir dar um gás. Tem muita cirurgia de catarata que a fila costuma ser razoável e também estamos conseguindo colocar para rodar”, definiu a superintendente.