Com alta procura e produção afetada, faltam medicamentos para síndromes gripais em farmácias do CE
O Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado orienta que, diante da situação, as pessoas evitem estocar medicamentos como antibióticos e polivitamínicos
Medicamentos como antibióticos, polivitamínicos e xaropes usados para síndromes gripais estão em falta em farmácias do Ceará. Isso ocorre, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado (Sincofarma), Fábio Timbó, porque desde janeiro - com a 3ª onda da Covid e a influenza - houve alta na procura. A demanda segue crescente, no atual momento, devido a outras doenças respiratórias, diz ele, e a produção da indústria farmacêutica segue afetada e ainda se recupera da crise sanitária.
A estimativa para a normalização dos estoques, explica Fábio, é de 15 dias. De acordo com ele, o Sincofarma, instituição que agrega mais de 2.500 farmácias, espera que até o final do mês de maio, não se “fale mais em falta de certos medicamentos nas farmácias”.
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A ausência dos itens nos estabelecimentos não é generalizada. O problema, informa ele, afeta, sobretudo, as farmácias que estavam menos preparadas e têm estoque menores. Algumas redes, diz ele, conseguiram equacionar melhor pois “têm uma maior quantidade de compras, um maior estoque”.
Problemas no abastecimento
Fábio explica que durante o surto pandêmico, na 1ª, 2ª e 3ª onda, “a indústria farmacêutica priorizou, numa parceria com o Governo, a produção de medicamentos que se faziam necessário para fazer o bom combate da Covid”.
Ele afirma que houve uma desregulação na cadeia produtiva mundial “onde 99% dos produtos da química fina, por qual são fabricados os medicamentos no Brasil, são importados”. Com isso, o país “fica refém” de problemas ambientais, da sazonalidade e da disponibilidade de uma série de insumos necessários para a produção.
“Isso se soma ao aumento gigantesco da demanda. Esse problema é mundial. A indústria farmacêutica agora está tentando voltar à normalidade”.
De acordo com Fábio, houve “uma demanda nunca antes vista na história, sendo que a capacidade instalada de produção era a mesma”. Logo, completa ele, “houve um hiato da indústria mundial em atender esta demanda. Isso implica dizer que alguém ficou sem esses produtos”.
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Além disso, enfatiza ele, a 3ª onda da pandemia se juntou aos casos de influenza. “Não se esperava que tivesse esse surto. Houve ali também um problema porque a indústria estava entrando em recesso”, diz.
Estoque de medicamentos
No atual momento, destaca Fábio, o Ceará tem diminuído os casos de Covid “mas estamos no surto de outras doenças. Três, quatro de uma vez só”. Ele aponta as síndromes gripais, além de dengue e chikungunya.
A orientação, explica ele, é que diante dessa condição a população não se automedique, nem faça estoque de medicamentos. “Pedimos que a população se cuide, que continue usando máscara quando for necessário, se estiver com sintoma gripal. E não precisa fazer estoques desnecessários”.