Ceará tem cerca de 760 mil pessoas com deficiência, revela Censo do IBGE

Estado registrou 3º maior percentual de PCD do Brasil, com índice superior à média nacional em 2022

Escrito por
Clarice Nascimento clarice.nascimento@svm.com.br
(Atualizado às 10:18)
A fotografia, capturada de costas, mostra uma mulher caminhando em uma calçada ensolarada. Ela veste uma camiseta preta e um short jeans desfiado. No lugar da perna direita, ela usa uma prótese com detalhes em roxo. Ao lado da prótese, é possível ver parte de uma muleta de cor rosa-claro. Ao fundo, carros e árvores embaçadas sugerem uma rua movimentada.
Legenda: Ao todo, são 766 mil pessoas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, conforme a definição da ONU
Foto: José Leomar/Arquivo DN

Cerca de 8,9% da população cearense com 2 anos ou mais de idade tem algum tipo de deficiência. Os dados são do Censo Demográfico 2022, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados nesta sexta-feira (22). Este é o 3º maior percentual de população PCD do Brasil.

Ao todo, são 766 mil cearenses com impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial. Esses entraves, em interação com diversas barreiras, podem “obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”, como define a Organização das Nações Unidas (ONU).

O Ceará, assim como os demais estados do Nordeste, apresentou um percentual de pessoas com deficiência superior à média nacional, que foi de 7,3%. Na sua totalidade, o Brasil registrou 14,4 milhões de PCD em 2022. Em proporção populacional, o Estado ficou atrás apenas de Alagoas (9,6%) e Piauí (9,3).

Veja também

Segundo o IBGE, considera-se pessoa com deficiência aquela que respondeu "tem muita dificuldade" ou "não consegue de modo algum" em ao menos um dos domínios funcionais investigados, mesmo utilizando aparelho de auxílio.

As categorias de dificuldades funcionais captadas foram: 

  • de enxergar, mesmo usando óculos; 
  • de ouvir, mesmo usando aparelhos auditivos; 
  • de andar ou subir degraus, mesmo usando prótese; 
  • de pegar objetos pequenos, como botão ou lápis, ou abrir e fechar tampas de garrafas, mesmo usando aparelho de auxílio; 
  • de se comunicar, realizar cuidados pessoais, como trabalhar e estudar devido a alguma limitação nas funções mentais.

Em relação a esses domínios, os principais pontos relatados foram dificuldade para enxergar (5,2%), para andar ou subir degraus (3,1%), nas funções mentais (1,7%), para pegar pequenos objetos ou abrir e fechar garrafas (1,6%) e para ouvir (1,5%). Além disso, 6,5% relataram ter apenas uma dificuldade funcional, enquanto 2,5% disseram ter duas ou mais dificuldades.

RECORTE DE IDADE, COR OU RAÇA

A incidência de deficiências cresce com o avanço da idade, conforme mostram os dados, visto que as limitações funcionais se tornam mais comuns com o envelhecimento.

Entre a população com deficiência, 51,32% das pessoas tinham de 15 a 59 anos. Nas faixas etárias mais elevadas, 25,2% das pessoas com deficiência tinham 60 anos ou mais, frente a 7,06% entre as pessoas sem deficiência. 

Em relação à cor ou raça, os dados indicaram que a maioria das pessoas com deficiência no Ceará se identificava como de cor ou raça branca ou parda. Em números, havia cerca de 465,2 mil de pessoas pardas com deficiência e 226,9 mil de pessoas brancas com deficiência.

Já as pessoas com deficiência que se identificam como pretas somam 69.273, enquanto as indígenas chegam a 3.442 e 1.623 se reconhecem como amarelas

Newsletter

Escolha suas newsletters favoritas e mantenha-se informado
Este conteúdo é útil para você?
Assuntos Relacionados