Alunos do IFCE criam museu de realidade virtual, larvicida e moldes 3D; veja projetos

Projetos foram apresentados em feira nacional que ocorreu em Brasília.

Escrito por
Nícolas Paulino nicolas.paulino@svm.com.br
Grupo de alunos e professores do Ceará posam para foto em estande de feira de ciências em Brasília. Na frente deles, há uma bancada com a bandeira do Ceará. Na mesa ao lado, há objetos expostos sobre uma bandeira com a estampa do Instituto Federal do Educação do CE.
Legenda: Estudantes e professores do IFCE apresentaram projetos que aliam tecnologia, sustentabilidade e ensino pedagógico.
Foto: Nícolas Paulino

O potencial da educação pública em propor soluções para problemas reais foi destaque na 5ª edição da Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica, que ocorreu na última semana, em Brasília. O Instituto Federal do Ceará (IFCE) apresentou 12 projetos de diversos campi na feira nacional.

Parte da rede federal de educação, a instituição possui unidades espalhadas em 35 cidades do Estado e é referência no ensino, pesquisa, extensão e inovação. No projeto de expansão do Governo Federal, deve receber mais seis campi nos próximos anos: dois em Fortaleza e mais quatro nas cidades de Cascavel, Mauriti, Campos Sales e Lavras da Mangabeira

A caravana cearense apresentou projetos com foco em tecnologia e ferramentas pedagógicas para o ensino na rede pública, com o objetivo de facilitar o trabalho de professores e a fixação de conteúdos pelos alunos.

Veja também

Conheça os projetos:

Materiais didáticos para o ensino de embriologia com impressão 3D - Campus Acaraú

Orientador: Luiz Gonzaga do Nascimento Neto
Aluna: Ana Cristina da Rocha/Licenciatura em Ciências Biológicas

O projeto desenvolve modelos tridimensionais que ajudam a compreender conceitos abstratos da Biologia, como células, especialmente em escolas sem laboratórios. As peças em 3D permitem que estudantes toquem e visualizem as estruturas, tornando o aprendizado mais dinâmico e acessível. A proposta é distribuir os kits a escolas públicas e disponibilizá-los a baixo custo.

Uma estudante exibe modelos anatômicos e científicos impressos em 3D, incluindo uma hélice de DNA e uma esfera branca ilustrada. O projeto integra o ensino de biologia com tecnologia 3D. A aluna usa crachá de exposição e está em um estande do IFCE.
Legenda: Objetivo do projeto é dinamizar o ensino de Biologia a partir do toque em estruturas antes só vistas nos livros.
Foto: Nícolas Paulino

Larvicida de óleos essenciais de eucalipto no controle do mosquito Aedes Aegypti - Campus Acopiara

Orientador: Alzeir Machado
Aluno: Gizele França/Biologia

A pesquisa avalia o potencial larvicida do óleo essencial de eucalipto contra o mosquito transmissor da dengue. Em laboratório, as maiores concentrações tiveram 100% de eficácia sobre larvas mais resistentes. A equipe agora busca ampliar os experimentos para aplicações em criadouros. O produto natural, biodegradável e de baixo custo oferece uma alternativa sustentável a inseticidas sintéticos.

Três participantes de feira científica, incluindo uma mulher ao centro, apresentam um projeto sobre óleos essenciais de eucalipto usados no combate à dengue. O grupo do IFCE segura uma maquete explicativa com amostras e informações sobre o produto. O estande tem fundo laranja vibrante.
Legenda: Substância larvicida apresentou eficácia em laboratório na eliminação de larvas resistentes do mosquito.
Foto: Nícolas Paulino

Sertão Silvestre: conhecer para preservar - Campus Boa Viagem

Orientador: Rafael Teixeira
Aluno: José Henrique Pereira/Zootecnia

Com pegada de conservação ambiental, o projeto faz o monitoramento da fauna e flora no Sertão Central cearense. Com o uso de câmeras de trilha e binóculos com visão noturna, já foram registradas 38 espécies de animais silvestres. Além do mapeamento, os alunos promovem ações educativas em escolas, levando crânios, moldes de pegadas e gincanas para aproximar os jovens do tema da preservação.

Aluno do IFCE com blusa verde e crachá posa em frente a bancada com crânios de animais, binóculos, câmeras e um informativo do projeto Sertão Silvestre, que monitora fauna no sertão do Ceará.
Legenda: Projeto Sertão Silvestre busca ensinar sobre a fauna local para manter a preservação das espécies.
Foto: Nícolas Paulino

Detecção automática de quedas a partir de imagens térmicas - Campus Fortaleza

Orientador: Elias Silva Jr.
Aluno: Isaque Oliveira/Engenharia da Computação

Com foco na segurança de idosos, o projeto usa sensores térmicos e inteligência artificial para identificar quedas dentro de casa, mas mantendo a privacidade dos monitorados. O sistema reconhece alterações de movimento a partir da temperatura corporal, enviando alertas automáticos para contatos de confiança em caso de acidente. O protótipo, de baixo custo e com 90% de acurácia, pode ser aplicado em residências, abrigos e hospitais.

Um jovem demonstra um sistema de detecção de quedas com um notebook e um sensor amarelo. A tela exibe um mapa térmico colorido, indicando áreas de movimento. O projeto é apresentado no estande do IFCE, identificado por seu banner institucional.
Legenda: Estudante Isaque Oliveira mostra sistema de alerta de quedas a partir de leituras térmicas de pessoas monitoradas.
Foto: Nícolas Paulino

Experiências imersivas em realidade virtual - Campus Fortaleza

Orientador: Moacyr Regys
Aluno: Iuri Prata/Engenharia de Telecomunicações

O projeto cria laboratórios e museus virtuais que proporcionam experiências educativas em Realidade Virtual. A startup Virtuex, formada no campus, já desenvolveu ambientes de Química e História, nos quais o usuário pode explorar um museu egípcio ou realizar experimentos com diferentes substâncias. Os óculos de RV e controles manuais tornam o aprendizado mais interativo.

Um estudante e um professor mostram um dispositivo de realidade virtual desenvolvido no IFCE. O jovem segura o óculos com o logotipo do instituto, enquanto o professor exibe os controladores. O projeto foca em tecnologia imersiva aplicada à educação.
Legenda: Com óculos e controles, é possível simular visita a um museu egípcio ou a um laboratório de Química.
Foto: Nícolas Paulino

Reaproveitamento de pneus para produção de asfalto sustentável - Campus Limoeiro do Norte

Orientador: Sergiano Araujo
Aluno: Cláudio José de Lima Filho/Técnico em Química

A iniciativa propõe transformar pneus usados em pó de borracha para compor uma mistura asfáltica três vezes mais durável do que o material comum. Além de reduzir o descarte irregular, o novo asfalto tem menor risco de aquaplanagem e facilita a drenagem da água das chuvas, evitando alagamentos em vias públicas.

Um estudante magro e de óculos apresenta um protótipo de asfalto ecológico em uma maquete transparente, exibindo a simulação da rua de uma cidade. Ele segura um recipiente com amostra do material. O estande possui banner laranja com o tema da Educação Profissional e Tecnológica.
Legenda: Asfalto ecológico é mais durável e facilita o escoamento da água da chuva.
Foto: Nícolas Paulino

Placas de identificação em braille para ambientes educacionais - Campus Pecém

Orientador: Jean Carlos Alves Fernandes
Aluna: Verônica Queiroz/Técnica em Química

Placas em braille com impressão 3D e materiais de baixo custo, mais resistentes e adaptadas, facilitam a orientação de pessoas com deficiência visual em espaços educacionais. A proposta, desenvolvida pelo Núcleo de Apoio a Pessoas com Necessidades Específicas (Napne), pretende ser ampliada para outras instituições.

Uma mulher loira participante de feira científica segura uma placa verde com escrita em braille que indica “Banheiro Acessível”. Ela sorri e aponta para o item, destacando o foco em acessibilidade. No fundo, colegas interagem no estande do IFCE.
Legenda: Placas em braille buscam facilitar navegação de estudantes em ambientes de ensino.
Foto: Nícolas Paulino

Protótipos por impressão 3D e aplicativo para análise de alimentos - Campus Sobral

Orientadora: Mirla Dayanny
Aluno: Vitória Emídio/Técnica em Alimentos

Combinando tecnologia e segurança alimentar, o projeto desenvolve suportes biodegradáveis e um aplicativo que analisa a qualidade de pescados a partir de fotos. A plataforma usa inteligência artificial para comparar imagens e indicar se o alimento está próprio para o consumo. Além de reduzir riscos de intoxicação, a ferramenta pode ser útil para restaurantes e consumidores na avaliação rápida da aparência e frescor dos produtos.

Duas expositoras do IFCE apresentam um projeto que utiliza inteligência artificial para analisar alimentos. Uma delas segura um celular com o aplicativo aberto, enquanto a outra exibe um protótipo branco que integra o sistema. Elas usam crachás de exposição e estão diante de um painel laranja da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Legenda: Suporte para imagens e aplicativo trabalham juntos para detectar frescor de pescados.
Foto: Nícolas Paulino

Elevador de cargas didático para cursos de Engenharia - Campus Sobral

Orientador: Aglailson Olivindo
Aluno: Aline Sena/Mecatrônica Industrial

Criado por alunos de Mecatrônica, o protótipo de elevador didático foi desenvolvido com impressão 3D e controladores conectados por Wi-Fi. O equipamento simula o funcionamento real de sistemas automatizados, com botões de emergência e sensores. A proposta estimula a aplicação de conceitos teóricos de forma interdisciplinar e colaborativa.

Aluna do IFCE com crachá de feira científica e blusa estampada mostra mini elevador construído com impressão 3D e micro sensores.
Legenda: Protótipo de elevador foi construído para mostrar aplicações práticas da mecatrônica.
Foto: Nícolas Paulino

Laboratório de Ensino de Matemática Itinerante - Campus Sobral

Aluna: Rayra Paiva/Licenciatura em Matemática
Orientadora: Ana Cláudia Mendonça

O projeto leva oficinas e jogos educativos de Matemática a escolas públicas municipais que não dispõem de laboratório próprio. Ludo, dominó e UNO adaptados ajudam a reforçar as quatro operações e tornar as aulas mais participativas. A iniciativa, uma parceria entre o IFCE e a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), já passou por cinco cidades.

Uma estudante apresenta um jogo de tabuleiro colorido voltado ao ensino da matemática. A mesa exibe peças educativas, modelos anatômicos e QR Codes para informações adicionais. Ela usa crachá de exposição e sorri diante do estande.
Legenda: Jogos adaptados ao ensino de Matemática devem facilitar aprendizagem de alunos de escolas públicas.
Foto: Nícolas Paulino

Laboratório Maker para o ensino de matemática - Campus Sobral

Aluno: Eugênio Soeiro Júnior/Mecatrônica Industrial
Orientadores: Ana Cláudia Mendonça e Rafael Mendonça

A proposta incentiva o uso de impressoras 3D para criar instrumentos que auxiliem o ensino da Matemática em sala de aula. Com peças que representam conceitos geométricos e astronômicos, como o astrolábio, o projeto aproxima a teoria da prática. A equipe pretende montar um catálogo aberto para que outras escolas possam replicar os materiais.

Um expositor de óculos e blusa verde segura instrumentos pedagógicos criados em laboratório maker, como um ábaco e um modelo de engrenagem matemática. Ele veste camiseta verde do evento e crachá de expositor. O fundo mostra colegas e o banner do IFCE.
Legenda: Laboratório maker busca a construção de modelos para aproximar teoria e prática no ensino de Matemática.
Foto: Nícolas Paulino

Óleos essenciais como bioconservantes em biscoitos - Campus Sobral

Aluna: Larissa Rodrigues/Técnica em Alimentos
Orientadora: Daniele Teixeira

A pesquisa avalia a ação conservante de óleos essenciais de capim-santo e casca de laranja aplicados em biscoitos amanteigados. Em testes sensoriais com 125 provadores, os produtos apresentaram boa aceitação em sabor e aroma, além de manter a conservação por até 28 dias. Com propriedades antioxidantes e antimicrobianas, os óleos mostram potencial para substituir conservantes sintéticos e agregar valor a produtos alimentícios.

Duas mulheres de óculos exibem produtos naturais em um estande do Instituto Federal do Ceará (IFCE). Elas seguram pequenos pacotes de biscoitos e frascos de óleos essenciais, com crachás de expositoras. Atrás delas, há o logotipo do IFCE em um banner branco.
Legenda: Biscoitos pincelados com os óleos essenciais tiveram até 28 dias sem desenvolver bolor.
Foto: Nícolas Paulino

A feira nacional é uma realização do Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), com foco no intercâmbio de ações de IFs de todo o país.

*O repórter viajou a Brasília a convite do MEC.

Newsletter

Escolha suas newsletters favoritas e mantenha-se informado
Este conteúdo é útil para você?
Assuntos Relacionados