RMF: desemprego fica estável pelo 4º mês consecutivo
Indicador atingiu os 8% no mês de julho, menor taxa dentre as seis regiões metropolitanas que participam da PED
Mesmo diante da crise econômica do País, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) vem resistindo. O indicador ficou relativamente estável pelo quarto mês consecutivo em julho, atingindo 8%, frente aos 7,9% registrados em junho. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) também mostram que a RMF se manteve com a menor taxa pelo segundo mês consecutivo dentre as seis regiões metropolitanas que participam do levantamento.
A pesquisa foi divulgada ontem, na sede da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Outras quatro regiões apresentaram crescimento nos índices, com destaque para Salvador, que registrou a maior taxa (19%), e Porto Alegre, que neste ano vinha apresentando taxas próximas ou menores em relação à RMF, mas em julho atingiu 9,4%.
Em julho, o contingente de desempregados da RMF passou para 148 mil pessoas, 2 mil a mais que em junho. Entretanto, a elevação foi ocasionada pelo ingresso de 2 mil pessoas no mercado de trabalho, pois a estimativa do número de ocupados (1,6 milhão) se manteve a mesma de junho. A taxa de participação (proporção de pessoas de 10 anos ou mais incorporadas ao mercado como ocupadas ou desempregadas) não variou entre os dois meses (56,4%).
Taxa pode aumentar
Apesar da estabilidade na taxa de desemprego da RMF, "se a economia não voltar a gerar postos e as pessoas retomarem a procura, nós vamos ter um segundo semestre com crescimento de desemprego", alerta o analista de mercado do IDT, Mardônio Costa.
Na análise dos setores econômicos, houve entre junho e julho crescimento de 5% (7 mil a mais) na quantidade de postos de trabalho na construção e aumento de 1,8% (+5 mil) na indústria de transformação . Entretanto, os resultados foram contrabalançados pelas quedas de 1,4% (-6 mil) no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas; e de 0,6% (-5 mil) no setor de serviços.
O analista ressalta que a situação desse último setor é contrária à tendência para o período de alta estação, de geração de muitos postos. "Isso está relacionado a uma menor demanda pelo setor de serviços e a uma queda no poder de compra".
Perspectiva
"Se a economia não voltar a gerar postos e as pessoas retomarem a procura, nós vamos ter um 2º semestre com alta no desemprego"
Mardônio Costa
Analista de mercado do IDT