Queda de cabelo pode ser agravada por estresse, ansiedade e carências nutricionais
Especialistas orientam sobre os cuidados necessários para evitar a perda excessiva dos fios
A queda de cabelo é um dos fatores relacionados à saúde que pode ter sido agravada por conta do estresse e da ansiedade vividos e intensificados neste período de isolamento social. Apesar de ser uma medida necessária para combater à Covid-19, a nova realidade trouxe uma série de mudanças, em especial para quem passou a trabalhar em home office.
Segundo a psicóloga Renally Lima, embora a configuração seja temporária, requer muita entrega e energia canalizada para tal atividade, podendo comprometer a saúde física e mental, com intensificação nos níveis de ansiedade e de transtornos já pré-existentes, corroborando com o aumento disfuncional do estresse.
Nesse sentido, o estresse pode ser considerado, inclusive, como um dos possíveis motivadores da deficitária saúde capilar. Quando o organismo passa por incidentes envolvendo sobrecarga emocional, ocorrem alterações nos níveis proteicos e hormonais, a exemplo do cortisol.
De acordo com a psicóloga, a carência de proteína (composição primordial para a saúde dos fios de cabelo) é motivada pela disfunção alimentar após uma situação aflitiva. Além disso, o excesso de cortisol pode se elevar a níveis tóxicos, coibindo o funcionamento do corpo e prejudicando o crescimento capilar e a manutenção da saúde dos cabelos.
"Caso a avaliação clínica apresente diagnóstico para estresse crônico ou transtornos de ansiedade, é importante que o paciente seja encaminhado para acompanhamento nutricional, psicológico e dermatológico, a fim de tratar e amenizar a excessiva queda de cabelo", aconselha a psicóloga Renally Lima.
Nutrição
Para quem enfrenta queda dos fios, a nutricionista Cinthia Queiroga diz que a alimentação saudável, variada e equilibrada, especialmente nesse momento de retomada das atividades profissionais nos respectivos locais de trabalho é fundamental para que o organismo tenha vitalidade e possa desempenhar suas funções com excelência.
Numa situação de carência nutricional, um dos primeiros sinais que o corpo demonstra pode ser por meio do cabelo. "Logo, ter uma cabeleira bonita é sinal de boa nutrição. E, embora cada nutriente seja essencial, alguns merecem destaque quando o assunto é saúde capilar. Nesse caso, as vitaminas, minerais e proteínas não podem faltar na alimentação", afirma a especialista.
A vitamina B7, por exemplo, também chamada de biotina ou vitamina H, é importante para a saúde do couro cabeludo e força dos fios, visto que participa da síntese de queratina, uma proteína que age como capa de proteção dos fios. Muito presente em fórmulas de nutricosméticos, é dita como vitamina da beleza, principalmente quando associada às demais do complexo B. Pode ser obtida no consumo de nozes, gema de ovo, vegetais verdes escuros, frutas e laticínios, mas o intestino também é capaz de produzi-la, desde que sua microbiota (composição de bactérias) esteja saudável.
"Desse modo, pessoas com disbiose intestinal (um desequilíbrio nessa microbiota) apresentam muito comumente um quadro de caspa ou dermatite capilar. Portanto, manter o intestino saudável, deve ser o primeiro passo para garantir a absorção dos nutrientes provenientes da alimentação e/ou suplementação", afirma.
Higiene e virose
A dermatologista da do Hospital Unimed, Dra. Helena Rios, reforça que, em situações de estresse elevado, os ciclos do cabelo (denominados de anágeno, catágeno e telógeno) se alteram e numerosa quantidade de fios, os quais deveriam estar fortes e em crescimento, na fase anágena, entram no processo de queda excessiva. "Condição na qual costuma deixar as mulheres de cabelos compridos assustadas", acrescenta a médica.
Conforme a profissional, qualquer alteração relacionada ao ritmo de vida, a exemplo de mudanças de fuso horário, preocupação, noites mal dormidas e alteração da dieta, pode afetar a saúde capilar.
Para além dos transtornos e da carência nutricional, processos inflamatórios também podem potencializar a queda. "Doença febril, como viroses ou o próprio coronavírus, o qual causa inflamação no corpo inteiro, pode apresentar a queda dos fios como sequela", revela a médica.
Apesar do momento de transição normalmente se apresentar um pouco conturbado para alguns, Dra. Helena Rios recomenda caprichar nos cuidados capilares, assim como lavar bem o couro cabeludo para evitar o surgimento ou acúmulo de caspa na raiz.
"Para quem ainda vai passar uns dias em home office, aproveite para deixar os fios descansarem. Evite o calor excessivo do secador, chapinha ou mesmo tração. Todo repuxamento excessivo será prejudicial para os fios", acrescenta.
Outra sugestão da especialista para evitar a queda capilar é evitar ficar muito tempo deitado e encostando a cabeça na cama ou mesmo dormir com o cabelo molhado. Procedimentos agressivos como alistamentos e aplicação de tinta com os fios fragilizados, não são indicados.
Para a dermatologista, manter a hidratação é fundamental para a saúde dos fios. A massagem caseira pode ser à base de abacate e óleo de coco. Tanto os óleos, quanto o calor excessivo, devem ser eliminados dos fios molhados
SAIBA MAIS:
VITAMINA A
Está diretamente envolvida na produção das glândulas sebáceas do couro cabeludo, sendo importante para evitar o ressecamento da pele e do próprio cabelo. Podemos encontrá-la na cenoura (inclusive em suas folhas), batata doce, abóbora, mamão, dentre outros alimentos de cor alaranjada.
VITAMINA C
É indispensável na transformação dos aminoácidos lisina e prolina, cofatores na formação de colágeno no nosso corpo. Essa vitamina é encontrada em frutas cítricas, goiaba, caju e acerola, ela tem ação antioxidante e combate os sinais de envelhecimento.
AMINOÁCIDOS
A ingestão adequada de aminoácidos, presentes em leguminosas, carnes, peixes e ovos, é importante para a constituição de proteínas, como o colágeno e a queratina, que atuam na estrutura capilar, dando força e proteção aos fios.
FERRO
Este mineral tem destaque na integridade dos cabelos. É encontrado facilmente em carnes, feijões, grão-de-bico, espinafre e couve-manteiga, e é fundamental para o crescimento dos fios, pois transporta oxigênio para os tecidos; não é à toa que um dos sintomas da anemia é a queda de cabelo.
ZINCO
Outro mineral importante para o desenvolvimento, força e brilho dos fios, além de combater a ação de radicais livres; geralmente sua deficiência está relacionada a cabelos finos e quebradiços. Pode ser encontrado em castanhas, grãos, sementes integrais e ostras.
LÍQUIDO
Beber bastante água e ingerir outros nutrientes, como é o caso da vitamina E, do selênio e do ômega 3, são fatores que também contribuem para a nutrição e beleza dos cabelos. Portanto, ter uma alimentação bem variada parece ser o segredo.
Fonte: Nutricionista - Cinthia Queiroga