'Que Nem Tu': Mulher Barbada diz que “gosta da confusão que ela causa”
Cantora e atriz conversou sobre o quanta a existência política de sua drag queen passa por também devolver o desconforto que homens héteros cis causam em pessoas como ela
Ela quebra padrões, preconceitos e ocupa os espaços. Mulher Barbada é essa força da natureza. No palco, extrapola a música, a dança e a performance. No mundo, ressignifica os conceitos, impõe respeito e, para isso, não se importa em levar o desconforto a quem, provavelmente, não sabe o que é isso. A drag queen que nasceu d’As Travestidas e hoje comanda bloco, disco e espetáculo é a entrevistada do “Que Nem Tu”.
O podcast do Diário do Nordeste entrevista personalidades nordestinas e vai ao ar, às 18h, no Youtube do Diário do Nordeste e nas principais plataformas de podcast toda quinta-feira.
OUÇA UM NOVO EPISÓDIO A CADA QUINTA-FEIRA, NO SEU TOCADOR DE PODCAST PREFERIDO:
Persona vivida por Rodrigo Ferreira, a Mulher Barbada reúne muitas habilidades desse leonino. Cantor, ator, maquiador, figurinista, publicitário e performer, Rodrigo não se importa em sair de cena para que sua drag brilhe. Ele sabe a importância que é deixar a ‘Barbada’ viva. Tanto para ele quanto para a sociedade.
Para chegar até hoje, essa artista que ocupa todos os espaços, ela precisou contar com o suporte e apoio sempre muito afetivo da mãe, que incentivou- desde criança- Rodrigo a perseguir seus sonhos de criança criativa. “Se a gente tivesse mais mães como a dona Maria, teríamos muitas crianças seguindo seus sonhos. Minha mãe nunca questionou minha sexualidade quando ela me colocou no teatro, da dança. Só pude sonhar com o que eu sonhei porque ela deixou".
Veja também
Desde os três anos de idade, Rodrigo fazia aula de teatro, dança, artesanato. Teve banda de rock, entrou no coletivo As Travestidas e passou a viver da arte. Por conta da Barbada percebeu também os desafios que é ser uma drag queen artista. Mas não só isso. Também vive uma luta diária pelo reconhecimento de sua arte e valorização aqui.
A drag conversou com Karine Zaranza e Alan Barros sobre infância, as viagens pelo país para shows e espetáculos, o Carnaval de Fortaleza, o tamanho da cena drag no Ceará, seu novo álbum ‘Bárbara’ e sua existência política. Sobre essa confusão que sua imagem causa, ela dividiu que se diverte.
"Quando eu levantei para ir ao banheiro as pessoas ficam desesperadas por que 'Qual é o banheiro que ela vai?'. Eu adoro deixar o homem cis desconfortável. É meu café da manhã. Eu vou ao banheiro masculino. Mas isso acontece quando estou em lugares que não são pensados para pessoas como eu. Eu pirei tanto na Mulher Barbada porque eu gosto da confusão que ela causa".
Essas e outras história da Mulher Barbada você pode ver no “Que Nem Tu”.