Manutenção das agremiações carnavalescas deve ser discutida na terça (2) em reunião com a Secultfor

Não fosse a pandemia de Covid-19, estaríamos a duas semanas do início dos festejos oficiais de carnaval, com blocos, maracatus, afoxés, cordões e escolas de samba inundando por quatro dias seguidos as ruas da Capital cearense. Com a impossibilidade de realização do ciclo, na tentativa de conter a transmissão do vírus, as agremiações carnavalescas se mobilizam para garantir recursos para se manterem no ano de 2021, de olho no orçamento já previsto para a manifestação cultural na Lei Orçamentária Anual da Prefeitura de Fortaleza aprovada para o ano.

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“Tem que ter um edital de manutenção dos grupos, porque o orçamento foi votado, aprovado, tá na LOA. Nós temos, por exemplo, o projeto ‘Todo dia 25 é Dia de Maracatu’, o cachê é R$ 4 mil para cada agremiação participante e até agora ninguém fala sobre isso”, desabafa o presidente da  Associação Cultural das Entidades Carnavalescas do Estado do Ceará (Acecce), Raimundo Praxedes.

Entre as dificuldades relatadas pelas agremiações, Praxedes destaca o pagamento de despesas mensais, a exemplo de aluguel de espaços. “Como não houve nada, o pessoal tá com a mão na cabeça para saldar a dívida. Nem todos foram contemplados pela Lei Aldir Blanc e quem foi só deu para pagar as despesas do ano passado”, observa.

Por meio de nota enviada no último dia 8 de janeiro, a Secultfor já havia adiantado que estavam previstas reuniões com representantes de setores culturais que atuam no segmento para discutir a possibilidade de realizar eventos de forma virtual. Mas, de lá para cá, o encontro dos integrantes da Acecce com o secretário da Cultura Elpídio Nogueira já passou por pelo menos dois adiamentos. Do dia 15 a reunião foi remarcada para o dia 28, mas novamente foi transferida, segundo Praxedes, desta vez para a próxima terça-feira (2).

Até o fechamento desta matéria, a Secultfor não confirmou a realização da reunião, tampouco as estratégias pensadas para disponibilizar o recurso previsto na LOA 2021.

A Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult) também não tem novidades sobre os editais estaduais. Na última nota emitida à imprensa, antes mesmo da suspensão da festa pelo governador, lembrou apenas que alguns grupos foram contemplados tanto na Lei Aldir Blanc quanto nos Editais DendiCasa e Arte em Rede. E reforçou que em breve seria consolidada uma programação online, a ser divulgada nas redes sociais da Secult.