Cineasta Halder Gomes adianta detalhes do longa sobre Maguila, interpretado por Babu Santana

O diretor cearense fala sobre a cinebiografia de Maguila com o ex-participante do BBB interpretando o lutador e revela ainda quais são as perspectivas de produção do longa em meio à pandemia

Escrito por Redação ,
Legenda: Maguila teve o auge na carreira de atleta nos anos 1980 e conquistou o cinturão de campeão mundial pela Federação Mundial de Boxe (FMB). Na foto, com Joe, pai do produtor do longa Josmar Bueno
Foto: Divulgação

Conhecido por filmes como Cine Holliúdy” e “O Shaolin do Sertão”, o cearense Halder Gomes será o responsável pela direção da cinebiografia do pugilista Maguila, agora com previsão de estreia para 2022 ou 2023. Nessa empreitada, o filme contará com dois elementos que Halder entende bem: lutas e comédia, gênero forte presente nos dois filmes anteriores dirigidos pelo cearense. Para viver nas telas o pugilista, o ator e ex-BBB Babu Santana está escalado. 

O convite para trabalhar com a história do lutador nordestino partiu dos produtores do longa e, segundo o cineasta, “foi uma surpresa muito boa”. “Eles lembraram do meu nome pra dirigir por causa da capacidade de filmar bem cenas de luta e por eu ser um grande espectador da carreira do Maguila”, declara. 

Para o diretor, inclusive, o desafio deste filme será retratar a realidade que muitas pessoas já viram quase que ao vivo. “Quando a gente trabalha com biografado tem uma coisa muito delicada que é expor o que as pessoas já sabem. Você tem aquele cuidado de retratar com o rigor que era na realidade, o que requer muita pesquisa, muito estudo”, afirma. 

Legenda: Para interpretar Maguila, Babu precisa passar por preparação física
Foto: Foto: Globo / Victor Pollak

Um dos responsáveis pela escolha de Halder Gomes na direção, o produtor do longa, Josmar Bueno, é quem tem relação direta com o alvo da biografia. Amigo de Maguila desde os cinco anos de idade, ele faz questão de ressaltar o cuidado com a história do boxeador e de como a produção sempre esteve voltada para retratar a grandiosidade do mesmo.

“A gente deve focar nessa questão do auge do Maguila, dos anos 80. Ele mesmo participa de tudo, está louco para que a gente realize”, inicia. 

Sobre as lutas mostradas em cena, Bueno afirma acreditar na necessidade de trazer para as telas o peso do legado desenvolvido por Maguila e mantido até hoje. 

“É para ser um filme com lutas espetaculares, para atrair o jovem e ter esse público que busca esse tipo de conteúdo, mas tem também uma história de ascensão de herói e um arco dramático muito bem construído. É um longa com os segredos por trás do boxe”, relata ele, ao deixar claro os contornos além do humor caricato, como também define. 

De acordo com Halder, a equipe conta com o auxílio das cenas originais nessa empreitada. No entanto, ainda assim, ele também explica que a reconstituição por meio da linguagem cinematográfica demanda bastante cautela. 

“Vai exigir muito tempo de coreografia para luta, e ensaio da coreografia para a câmera. Requer muito tempo de preparação. As lutas são quase personagens da história”, pontua. 

O cineasta garante ainda que as cenas de ação mostrarão uma visão mais detalhada do que acontece próximo ao ringue, como as conversas com os treinadores, os médicos e os juízes. 

Protagonista

Ainda sobre o humor, ambos contam da preocupação em retratar fielmente a essência de Maguila, também conhecido por ser naturalmente engraçado e por sua autoestima elevada. Essas características serão mantidas para preservar a identidade do personagem principal, e consequentemente, acabam deixando um traço cômico na produção. “A figura do Maguila tem esse toque de comédia sem tentar ser engraçado, é algo que faz parte do personagem”, explica. Segundo o diretor, esse comportamento foi uma peça fundamental para que o pugilista superasse tragédias na família, além do racismo.

Quando Halder passou a integrar a equipe, Babu Santana já estava escalado para viver Maguila no cinema. Agora, após ter participado com destaque da vigésima edição do Big Brother Brasil, o artista pode trazer pontos positivos à visibilidade do longa. Para o diretor, a presença do carioca como protagonista só tem pontos positivos a agregar.

“O Babu é um grande ator. Eu tenho certeza que vai prestar um grande tributo ao Maguila. Quando você tem um grande ator no elenco é algo que me deixa numa zona de que o vento está a favor”. 

Na opinião de Josmar, a pausa nas gravações, ocorrida por conta do estado de saúde de Maguila e pelas dificuldades de produção cinematográfica no País, foi encerrada no momento certo. “A gente já tinha começado essa produção com o Babu e ele já tinha perdido 25 kg para as gravações, mas teve essa parada no projeto. Com ele saindo do BBB, pensamos que seria a hora real de voltar a articular, até porque temos muito pela frente. Devemos levar pelo menos um ano para transformar o Babu no Maguila e ele está muito afim”. 

Legenda: Halder assume a direção da cinebiografia que mescla humor e lutas
Foto: Divulgação

Em relação aos conteúdos produzidos paralelamente ao longa, como a Websérie sobre a preparação de Babu para o personagem, o documentário e a biografia, Halder concorda que serão elementos facilitadores para entender a história do boxeador. 

“A preparação do Babu para se adequar ao porte físico do Maguila será interessante de ser acompanhada. O próprio Josmar tem um acervo de material muito bom que enriquece o conteúdo principal. Isso proporciona ao espectador uma riqueza de conhecimento do personagem que vai favorecer muito o olhar de quem vai assistir ao filme”, afirma. 

Mudanças de planos

A produção cinematográfica também foi afetada por causa do coronavírus, e com o filme “Welcome Maguila” não seria diferente. Segundo o diretor, atualmente apenas as etapas iniciais podem ser conduzidas. “O que a gente pode fazer é trabalhar no roteiro, estender com potenciais investidores do projeto e esperar pela ciência”, diz. 

Durante esse período de isolamento social, Halder Gomes está dedicado a finalizar a pós-produção de outro trabalho que ficou responsável pela direção: “Vermelho Monet”, gravado no ano passado, em Lisboa, com a atriz Maria Fernanda Cândido no elenco. 

Mas, por enquanto, para ele, as gravações da cinebiografia terão que esperar a resolução de questões capazes de afligir a cada um de nós atualmente. “O mundo está em ‘suspenso’ e eu acredito que a nossa atividade será uma das últimas a retornar. Já percebemos que o contágio é muito fácil e a gente precisa de muita interatividade e de muitas pessoas, principalmente nas cenas de luta”, acrescenta ao deixar claro a ansiedade pela retomada do projeto especial. 

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