Atriz Karla Karenina estreia vídeo-performance baseado em seu primeiro romance neste domingo (31)
O livro “Como Dantes” é a segunda obra escrita lançada pela atriz. A coletânea de poemas "Era uma vez…" (1999) foi o primeiro
A atriz cearense Karla Karenina celebra o lançamento de seu primeiro romance, “Como Dantes”, na estreia da vídeo-performance baseada na obra, que acontece neste domingo (31), às 20h, em seu canal do Youtube. O espetáculo virtual será reprisado no canal do Youtube do Theatro José de Alencar, na sexta-feira (5), às 20h. O romance é um relato de algumas das sessões de regressão de memória, das quais a atriz participou durante a sua formação em Deep Memory Process (DMP), com o psicólogo inglês e criador do método, Roger Woolger. O livro será lançado em versão digital pela Amazon.
“Decidi contar a história da regressão e nasceu ‘Como Dantes’. A história é densa, de dores e traumas, mas, sobretudo, de arte, amor e esperança. O romance é parte da história da minha alma, esse elemento impalpável que nos faz transcender ao corpo físico. Uma história que nos revela a imensidão do nosso universo psíquico e o quanto ele é imensurável e fantástico. Não vou dar spoiler”, brinca Karla.
A ideia da vídeo-performance surgiu como forma de substituir o espetáculo previsto para o lançamento, que foi impossibilitado devido à pandemia de Covid-19. “A ideia anterior à pandemia para o lançamento já era fazer no formato de espetáculo onde eu interpretaria trechos do romance e músicas, cantando e dançando. A música, a poesia e a dança são parte intrínsecas à história do romance, assim como da minha vida”, explica a atriz.
A apresentação foi gravada no Foyer do Theatro José de Alencar, com recursos artísticos de som e luz. Participaram da produção do espetáculo virtual nomes do audiovisual cearense, como Ives Albuquerque e Eusélio Oliveira, o músico Edson Távora, e a produtora Ísis Sodré, da Gavulino Filmes.
A obra, que demorou quatro anos para ficar pronta, ainda não tem previsão de lançamento presencial do livro físico, mas o desejo da atriz é que aconteça no Teatro São José, onde ocupa o cargo de diretora. “O Teatro São José tem uma importância imensa pra cultura da nossa cidade e do nosso povo! Os equipamentos culturais, especialmente os teatros, são templos sagrados, lugares de referência da expressão do nosso povo. Especialmente o TSJ que foi construído para ser alternativa ao povo mais humilde da época que não podia frequentar o Teatro José de Alencar. O Teatro São José foi construído por mãos voluntárias para ser usufruído gratuitamente e essa história, por si só, explica a sua importância para o acesso fluido de toda a nossa gente!”, reflete.
Talento para além da arte
A veia artística de Karla Karenina pulsou desde cedo, mas engana-se quem pensa que as dúvidas não surgiram ao longo do caminho. Antes de dar vida a personagem Meirinha, que fez parte do corpo estudantil da Escolinha do Professor Raimundo, e até mesmo a Dita, no ar em A Força do Querer na Globo, questões pessoais e certas adversidades fizeram-na repensar sobre a carreira.
“Sempre foi o que fiz fazer. Por várias vezes na vida pensei em desistir da arte e trilhar outros caminhos profissionais. Pelas dificuldades de estabilidade financeira, de expectativas familiares e externas de encaixe no modo tradicional de trabalho e exposição que o artista tem que enfrentar e até por "dores da alma" - de que o romance trata também e eu não sabia conscientemente até aquela regressão. Depois que me apropriei das minhas memórias profundas, consegui me validar como artista, como terapeuta, como pessoa e a partir de então vivo como nunca todas as possibilidades da arte! E como é libertador assumir quem se é, de verdade!”, expressa.
Mesmo assim, a atriz colheu frutos de outras áreas de conhecimento, desde o balé, a yoga, até a terapia. “Me tornei, a partir de 2009, terapeuta de regressão de memória através do método do querido mestre Roger Woolger, o DMP (Processo de Memória Profunda). É um método em que não se utiliza da hipnose, mas da imaginação ativa e do psicodrama. Ficamos conscientes durante a sessão, mas acessamos episódios traumáticos e bloqueios inconscientes, reencenando-os e ressignificando-os. É um processo seguro e libertador!”, explica.
Porém, como a arte é a grande regente de sua vida, ela cita um de seus personagens como o mais marcante, e não poderia ser diferente. “A Meirinha foi e será sempre a minha personagem-talismã! Mas como ela é unicamente minha e está sempre à mão, tenho a alegria de fazê-la sempre que quiser! Tenho saudade dos colegas da Escolinha que contracenavam com ela e do eterno mestre Chico Anysio”.