Saiba como está a disputa pelo Governo do Ceará na reta final para definições na Justiça Eleitoral
Em alguns partidos, ainda há incerteza até mesmo se haverá a composição de uma chapa para o Executivo
A exatos dois meses para o primeiro turno das eleições, ainda há indefinições nas chapas anunciadas até agora para disputar o Governo do Ceará. Com os cabeças de chapa já definidos, ainda há dúvidas sobre a maioria dos postulantes a vice-governador, por exemplo. Em alguns partidos, ainda há incerteza até mesmo se haverá a composição de uma chapa para o Executivo.
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Por enquanto, sete siglas já confirmaram ou homologaram o lançamento da chapa majoritária. O Diário do Nordeste lista agora como está a situação de cada um dos candidatos na disputa e também quais siglas ainda avaliam entrar na corrida rumo ao Palácio da Abolição.
Roberto Cláudio (PDT)
Ex-prefeito de Fortaleza por dois mandatos, o pedetista foi homologado como candidato ao Governo do Ceará ainda no último dia 23 de julho. Ele teve o nome confirmado pelo diretório estadual da sigla após uma disputa interna com a atual governadora Izolda Cela – que pediu desfiliação do partido depois do embate.
A escolha de Roberto Cláudio desencadeou uma série de reações nos partidos que até então eram aliados do PDT, como PT, MDB, PP, PCdoB e PV. Na convenção do partido, no mês passado, militantes pedetistas também viram o PSD indicar como candidato a vice-governador Domingos Filho, político que inclusive já exerceu o cargo durante o segundo Governo Cid Gomes, entre 2011 e 2015.
O partido comandado pelo ex-vice-governador é um dos mais fortes do Estado, sendo a terceira maior força em número de prefeituras, atrás apenas do próprio PDT e do PT. Roberto e Domingos apoiam e contam com o apoio do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT).
O ex-prefeito de Fortaleza conseguiu garantir apoio do PSB, apesar da pressão de Camilo Santana para atrair a sigla para a chapa petista. Nesta segunda-feira (1º), o PDT Ceará ainda recebeu apoio da federação formada por PSDB e Cidadania, também sob pressão do ex-governador, que chegou a ofertar a vaga de suplente da própria candidatura ao Senado para o presidente estadual do PSDB, Chiquinho Feitosa.
Na chapa pedetista, a vaga de candidato ao Senado ainda segue aberta, já que o ex-secretário da Saúde do Ceará, Dr. Cabeto, recusou a proposta nesta segunda-feira (1º).
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Elmano de Freitas (PT)
Pré-candidato a deputado estadual, Elmano de Freitas foi alçado à candidato do PT para o Governo do Ceará após o rompimento da aliança histórica entre a sigla e o PDT. O parlamentar foi apontado como um nome de consenso de diferentes alas petistas.
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No último sábado (30), a candidatura do PT Ceará foi oficializada em uma convenção no Centro de Eventos do Ceará que reuniu militantes petistas. O ato contou ainda com a presença do ex-presidente Lula, candidato à Presidência, e do ex-governador Camilo Santana, que disputará vaga para o Senado.
Elmano tem recebido apoio de prefeitos de diversos partidos, que vêm deixando siglas como PDT, PSD e PL para reforçar a campanha do PT. Com uma articulação de campanha liderada, até agora, por Camilo Santana, Elmano também conseguiu sair na frente no tamanho da coligação. Além do PT, a chapa recebeu apoio de MDB, PP, PCdoB, PV e, mais recentemente, Solidariedade.
A expectativa agora gira em torno do nome a ser anunciado como candidato a vice-governador. O indicado será definido pelo MDB, de acordo com interlocutores do presidente na sigla, o ex-senador Eunício Oliveira, até a próxima quarta-feira (3).
Capitão Wagner (União Brasil)
Presidente do diretório local do União Brasil e pré-candidato ao Governo do Ceará, Capitão Wagner é o principal nome da oposição no Ceará. Deputado federal mais votado em 2018, o político também já foi deputado estadual e vereador de Fortaleza. A homologação da candidatura deve ocorrer na próxima sexta-feira (5), data limite para a realização das convenções no Brasil.
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Para o pleito deste ano, Wagner conseguiu o comando de um dos maiores partidos do País, o União Brasil, criado a partir da fusão do PSL com o DEM. Com o comando da sigla, o deputado terá nas mãos uma fatia significativa do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, além de parcela robusta do fundo eleitoral.
Wagner também já atraiu três partidos para o apoio a sua candidatura: Avante, Pros e PL. No caso do PL, a sigla indicará a vaga de candidato a vice-governador, mas o nome não foi anunciado.
Fato é que, ao atrair a sigla, o candidato não só conseguiu tirar mais um adversário da disputa, já que o partido pretendia lançar o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos como candidato, como também recebeu mais uma fatia considerável do tempo de propaganda eleitoral gratuita. Já a vaga para o Senado na chapa de Wagner continua em aberto.
Outras opções
Para além dos três nomes na disputa com maiores estruturas partidárias, há ainda candidaturas já homologadas ou ao menos anunciadas de quatro partidos no Ceará.
Zé Batista (PSTU)
No último dia 23 de julho, o PSTU homologou a chapa majoritária formada pelo operário da construção civil Zé Batista. O pré-candidato a vice-governador é Reginaldo Araújo, servidor público de Limoeiro do Norte e ativista do movimento ambiental e social.
Serley Leal (UP)
No último domingo (31), o partido Unidade Popular (UP) oficializou a candidatura do bancário Serley Leal. Ele é um dos fundadores da sigla e atuou no Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB).
Em 2020, foi candidato a vice-prefeito de Fortaleza, na chapa liderada por Paula Colares. O vice na chapa da UP neste ano será o indígena Bita Tapeba, de Caucaia. A convenção do partido foi realizada de forma híbrida.
Nacionalmente, a sigla terá o mineiro Leonardo Péricles como candidato à presidência da república, com a servidora do SUS no Rio Grande do Norte, Samara Martins, também da UP, como vice. Os dois são negros, moradores de ocupações urbanas e atuam nos movimentos populares por moradia.
Adelita Monteiro (Psol)
Pré-candidata pelo Psol, Adelita Monteiro é apresentada pela sigla como mãe, feminista, comunicadora popular e artesã. Ela iniciou sua atuação política aos 15 anos nas pastorais de juventude. A pré-candidata é fundadora do Psol no Ceará.
A candidatura de Adelita deve ser homologada na próxima sexta-feira (5), prazo máximo para a realização das convenções. A vaga de vice-governador na chapa ainda não foi definida. A sigla está federada com a Rede Sustentabilidade.
Ao longo das últimas semanas, Adelita tem participado de reuniões com integrantes do PT, como o ex-governador Camilo Santana, a deputada federal Luizianne Lins e o candidato ao Governo, Elmano de Freitas. A sigla, no entanto, descarta a possibilidade de recuar da candidatura própria.
Chico Malta (PCB)
No último dia 24 de junho, o PCB anunciou a pré-candidatura de Chico Malta para o Governo. Ele é advogado e militante comunista há mais de 40 anos. Foi diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará de 1988 a 2000. O partido não divulgou quem será candidato a vice-governador.
Novos candidatos
Alguns partidos ainda vivem indefinições mais profundas, com incertezas até mesmo se irão lançar candidatura própria ou apoiar alguma chapa já lançada.
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Republicanos
O Republicanos, liderado pelo vereador de Fortaleza Ronaldo Martins, realizou convenção no último domingo (31), mas não definiu os rumos da sigla na disputa majoritária. Martins tem dialogado com Capitão Wagner, Roberto Cláudio e Elmano de Freitas. A decisão da sigla sobre apoiar algum dos três nomes ou mesmo lançar candidatura própria será informada até o fim desta semana.
PTB
Com apoio já anunciado ao candidato oposicionista Capitão Wagner, o PTB decidiu reavaliar a posição. A sigla tem reunião nesta terça-feira (2) para decidir, inclusive, uma eventual candidatura própria. Nacionalmente, o partido lançou, na segunda-feira (1º), o nome do ex-deputado federal Roberto Jefferson na disputa pela Presidência da República. O político cumpre prisão domiciliar.