Setor produtivo quer ampliação de horário para evitar aglomeração

Para empresários, expandir o tempo de funcionamento de comércios e restaurantes poderia ajudar a pulverizar a demanda, diminuindo o número de pessoas nos locais. Estado vai definir protocolo específico para o fim de ano

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: A partir desta segunda-feira (12), comércio de bens e serviços reabre em horário reduzido e com capacidade limitada a 25%
Foto: Helene Santos

O governador Camilo Santana anunciou ontem que o Ceará terá protocolos sanitários específicos para o período das festas de fim de ano, a ser definida na próxima semana. Nos bastidores, empresários receberam a notícia de forma positiva, considerando alta do número de caso de contaminação do coronavírus.

As entidades de classe já estão se preparando para entrar em um novo processo de diálogo com o Estado para negociar medidas para o novo protocolo. Entre as que deverão ser sugeridas está a ampliação de horários para comércio e restaurantes, pensando em reduzir o nível de aglomeração durante o período de abertura.

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Segundo Freitas Cordeiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), estender o horário de funcionamento dos comércios ajudaria a reduzir o número de pessoas nas lojas durante o final de ano, quando a demanda é consideravelmente maior por conta das festas. Se há uma disponibilidade maior de horas com o comércio aberto, haveria menos chances de serem criadas aglomerações, segundo Freitas.

O presidente da FCDL ainda comentou que o Governo do Estado já sinalizou a líderes do comércio que deverá haver, de fato, uma ampliação do horário de funcionamento, mas que não há, ainda, uma definição desse novo modelo. A medida, de acordo com Freitas, estaria seguindo um modelo já anunciado por outros países para tentar reduzir as aglomerações em pontos comerciais (lojas e restaurantes) durante as festas de fim de ano.

"Sempre é uma surpresa (as decisões do Estado). Se seguíssemos alguns exemplos pelo mundo, lá fora, onde o pessoal expandiu os horários dos shoppings para 24h para evitar aglomeração, acho que pode funcionar. Se eu concentro as pessoas em um horário reduzido, eu gero aglomeração, mas é preciso ter essa visão. Não dá mais para privar as pessoas dos horários quando a demanda é maior nesse período do ano", disse Freitas.

A perspectiva também foi defendida por Taiene Righetto, diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), que afirmou esperar uma postura de diálogo amplo do Governo do Estado para que os novos protocolos sejam definidos em parcerias com as entidades de classe.

Righetto ainda disse que a decisão do Governo do Estado em reavaliar os protocolos sanitários é acertada, uma vez que o Ceará vem apresentando a elevação do número de casos de Covid-19. Para o diretor da Abrasel, o Estado poderia até, se necessário, aplicar protocolos sanitários mais rígidos durante o Natal e o Ano Novo, mas seria preciso compensar a medida ampliando o horário de funcionamento dos restaurantes para evitar concentrar os clientes.

"Vamos buscar o Governo do Estado, para que isso seja feito a quatro mãos. Esperamos que o protocolo seja diferente, porque no fim do ano a demanda é mais fora da curva. Ficar aberto, mesmo que com protocolo mais rígido, é benéfico. Maléfico é fechar ou retroceder", disse Taiene.

Eventos

Já Ivana Bezerra, presidente do Visite Ceará e membro do conselho da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Ceará, a expectativa do setor de eventos é que o Estado aumente o limite de pessoas em eventos abertos para até 200 pessoas, considerando as festas de Réveillon. Sobre a hotelaria, pelo nível de procura do Ceará por turistas, a expectativa é elevar o limite dos hotéis de 60% para 80% da capacidade total.

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