Rede hoteleira entra com pedido de retomada de eventos corporativos de até 50 pessoas a Governo
Entidade encaminhou solicitação ao Governo do Estado nesta semana
Com movimentação ainda bem abaixo da média para o período, mesmo após as recentes flexibilizações, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE) enviou, nesta semana, ofício ao Governo do Estado solicitando a retomada de pequenos eventos corporativos.
O pedido, feito em conjunto com o Visite Ceará, parte da demanda observada de algumas empresas para realizarem pequenas reuniões, por exemplo, de planejamento estratégico, segundo o presidente da entidade, Régis Medeiros.
"Seriam pequenos eventos, de até 50 pessoas, sem bebida alcoólica, para serem realizados nos próprios salões dos hotéis. Nós temos o total controle para fazer isso com segurança e dar uso a esses espaços que estão parados", detalha.
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Medeiros afirma, no entanto, ainda não ter tomado conhecimento de nenhum retorno do comitê sobre a proposta.
Para o presidente da ABIH-CE, outra liberação que impulsionaria o turismo no Estado e, consequentemente, a ocupação hoteleira seria a reabertura dos parques aquáticos para o público geral.
Nesta sexta-feira (21), o Beach Park retomou as atividades exclusivamente para hóspedes, fator visto por Medeiros como o primeiro passo para a liberação geral.
Renovação do decreto
Em transmissão nas redes sociais na manhã deste sábado (22), o governador Camilo Santana anunciou a renovação, sem alterações, do decreto de isolamento social. Dessa forma, os horários e capacidade de funcionamento dos hotéis, bares e restaurantes e estabelecimentos comerciais se mantém.
O presidente da ABIH-CE ressalta que qualquer tipo de restrição acaba influenciando no turismo, mas que as condições permitidas já geram certa satisfação para o setor.
"O que já foi flexibilizado, para este momento da covid-19 no País, no nosso entendimento, é que já é bom. Temos as barracas de praia, bares e restaurantes até às 21h, hotéis com limitação em 80%, que estamos longe de alcançar. Está de bom tamanho pro momento em que ainda vivemos"
Ele aponta ainda que é melhor permanecer nessas condições do que flexibilizar mais e ter de novos retrocessos. "O turista acorda cedo, vai pra praia, para as compras. Quando ele chega à noite, ficar em um bar ou restaurante até às 21h já está bom", argumenta Medeiros.
A ocupação hoteleira em fevereiro chegou a 40%, mas caiu expressivamente em março com o lockdown, ficando abaixo de 10% em alguns momentos e fechando o mês com média de 18%, patamar que se repetiu em abril.
Para maio, a expetativa é que de 30% a 40% fiquem ocupados, volume considerado ainda bem abaixo do normal para o período (65%).
"O melhor mês da pandemia até agora foi janeiro, quando tivemos 55% de ocupação. Mas o normal para o mês é 85%. Então, ainda estamos muito abaixo, mesmo com tarifas de 10% a 15% menores", reitera o presidente da ABIH-CE.
Comércio pede abertura mais cedo
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, demonstrou frustração com a manutenção dos atuais horários de funcionamento: de 9h às 19h para lojas de rua e de 12h às 21h nos shoppings.
Segundo ele, por conta da insegurança e da próprio histórico de movimentação, não faz sentido as lojas do Centro da Capital ficarem abertas até às 19h.
"O comércio no Centro fecha às 18h. A ideia é que pudéssemos abrir mais cedo, às 8h. Em outros bairros da Capital, como Aldeota e Meireles, não tem problema abrir mais tarde e fechar mais tarde, mas no Centro e Montese, por exemplo, ainda impacta", avalia.
Alves também argumenta que o setor não é responsável pelo aumento de casos observado e que não poderia estar sendo penalizado por isso. Ainda assim, o presidente da entidade reconhece que as vendas melhoraram após a extensão do horário de funcionamento, na última segunda-feira (17), em especial, nos dias de sol.