Geração millennials é a mais endividada em Fortaleza, e consumidores usam cartão de crédito para se alimentar

A Fecomércio divulgou a pesquisa na manhã desta terça-feira (18)

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Redação producaodiario@svm.com.br
Pessoas comprando
Legenda: Alimentação é a principal responsável pelo endividamento em Fortaleza
Foto: Thiago Gadelha / SVM

A geração millennials (25 a 34 anos) é a mais endividada em Fortaleza, com taxa de 75,4%, segundo levantamento realizado pela Fecomércio Ceará, por meio do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), divulgado nesta terça-feira (18). Depois, vêm as gerações X (35 anos ou mais) e a Z (18 a 24 anos), totalizando 71,5% e 62,2%, respectivamente.

Para o estudo, foi considerado o primeiro trimestre deste ano. A condição de endividamento significa a existência de compromissos financeiros futuros, contudo, não pressupõe a incapacidade de honrar tais obrigações.

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Para a diretora institucional da Fecomércio Ceará, Cláudia Brilhante, a concentração expressiva de pessoas nessa faixa etária em tal situação está ligada a um conjunto de fatores.

"A população mais jovem fica endividada porque está iniciando a carreira profissional e a vida familiar, além de possuir inexperiência em manter um orçamento e fazer um planejamento financeiro", lista.
Cláudia Brilhante
Diretora institucional da Fecomércio Ceará

Além disso, acrescenta, esse público possui um padrão de consumo que prioriza o entretenimento, resultando em um aumento nos gastos não essenciais. Na Capital cearense, o índice de pessoas endividadas atingiu 67,9%, refletindo uma redução de 2,9 pontos percentuais em comparação com o mês de fevereiro (70,8%).

Esse patamar representa o menor percentual registrado desde dezembro de 2020 (65,2%). Já em relação ao gênero, a taxa de consumidores endividados foi de 71,3% para homens e 70,9% para mulheres. Abaixo, veja o perfil dos endividados em Fortaleza:

Gênero:

  • Masculino: 71,3%;
  • Feminino: 70,9%.

Idade:

  • 18 a 24 anos: 62,2%;
  • 25 a 34 anos: 75,4%;
  • 35 anos ou +: 71,5%.

Escolaridade:

  • Fundamental: 74,5%;
  • Médio: 70,6%;
  • Superior: 69,1%.

Renda Familiar Mensal:

  • Até 5 salários mínimos: 72,2%;
  • 5 a 10 salários mínimos: 66,5%. 

Alimentação é a principal responsável pelo endividamento em Fortaleza

Consumidor carrega cartela de ovos
Foto: Thiago Gadelha /SVM

Os consumidores cearenses estão utilizando o cartão de crédito para se alimentar em Fortaleza. Segundo a pesquisa, 62,7% assumiram dívidas ao comprar alimentos a prazo. Brilhante frisa que o consumidor deve ter cautela em relação ao uso de cartão de crédito para comprar alimentos.

“Sempre orientamos que vá uma, duas ou três vezes ao supermercado, mas priorize comprar à vista para não se endividar com o cartão de crédito", frisa. Veja quais itens causaram dívidas aos consumidores cearenses:

  • Alimentação: 62,7% dos consumidores assumiram dívidas ao comprar alimentos;
  • Outros bens e serviços não especificados: 31,0% dos consumidores se endividaram;
  • Tratamento de saúde: 29,0% dos consumidores contraíram dívidas;
  • Aluguel residencial: 26,2% dos consumidores assumiram dívidas;
  • Vestuário: 23,7% dos consumidores se endividaram;
  • Educação: 22,1% dos consumidores contraíram dívidas;
  • Eletrodomésticos: 20,6% dos consumidores assumiram dívidas.

Os tipos de despesas que mais pesaram nas dívidas dos consumidores e os principais itens de consumo que contribuem para o endividamento são:

  • Alimentação: 60,7% dos consumidores relataram que os gastos com alimentação foram os mais impactantes em suas dívidas.
  • Aluguel residencial: 19,6% dos consumidores indicaram o aluguel residencial como um dos principais fatores de endividamento.
  • Tratamento de saúde: 17,4% dos consumidores apontaram os gastos com tratamento de saúde como um fator de grande impacto em suas dívidas.
  • Outras despesas: 17,3% dos consumidores mencionaram outras despesas não especificadas como pesando em suas dívidas.
  • Educação: 12,4% dos consumidores relataram que os gastos com educação foram significativos em suas dívidas.
  • Eletrodomésticos: 10,1% dos consumidores relataram que a compra de eletrodomésticos contribuiu para suas dívidas.

Cartão de crédito é o principal vilão

Cartões
Foto: Camila Lima/Diário do Nordeste

Segundo a pesquisa, o cartão de crédito é o principal meio de contração de dívidas, seguido por financiamentos, empréstimos pessoais e, em menor escala, carnês de lojas e cheque especial. Veja os principais meios de endividamento a seguir:

  • Cartões de crédito: 82,4% das menções, sendo a forma predominante;
  • Outras formas não especificadas: 20,3% dos consumidores;
  • Financiamento: 13,3% dos consumidores;
  • Empréstimo pessoal: 11,2% dos consumidores;
  • Carnês de lojas (crediário): 3,4% dos consumidores;
  • Cheque especial: 1,7% dos consumidores;
  • Cheques pré-datados: 0,0% dos consumidores. 

Taxa de consumidores inadimplentes foi de 10,2%

O índice de inadimplência, que é o descumprimento de obrigações financeiras por parte do consumidor, registrou um aumento de 18,0% para 19,0%. A pesquisa aponta o desequilíbrio financeiro (56,8%) e a priorização de outras despesas (37,7%) como os principais fatores que levam ao não pagamento de dívidas.

Em março deste ano, aproximadamente 10,2% dos consumidores encontravam-se em situação de inadimplência, com taxas mais elevadas observadas entre mulheres, indivíduos com 35 anos ou mais, aqueles com ensino fundamental e famílias com renda mensal de até 5 salários mínimos.

Uma parcela dos inadimplentes apresenta dívidas em atraso por um período superior a 90 dias, sendo o desequilíbrio financeiro a principal causa para o atraso nos pagamentos. 

Confiança do consumidor tem recuo

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) apresentou uma redução de 4,9% em março, atingindo 112,5 pontos, refletindo uma percepção menos otimista tanto da situação atual quanto das expectativas futuras, segundo a pesquisa. 

Apesar dessa queda, a maioria dos consumidores permanece confiante em sua situação financeira, com 68,3% relatando melhorias em relação ao ano anterior e 77,9% prevendo um cenário ainda mais favorável nos próximos meses. 

A perspectiva positiva em relação à economia nacional é mantida por 55,4% dos consumidores, impulsionada pelas expectativas de crescimento do PIB e melhorias no mercado de trabalho.

A intenção de compra apresentou uma leve diminuição para 31,5%, com destaque para mulheres, jovens de 18 a 24 anos e pessoas com renda acima de dez salários-mínimos como os mais propensos a realizar compras. O valor médio de compra estimado é de R$ 651,93, com preferência por bens duráveis como geladeiras, móveis, televisores, lavadoras de roupa, celulares e artigos de vestuário.

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