PIB do Estado deve ter impacto entre 11% e 15%

O Estado do Ceará terá um incremento a médio prazo de até 15% no seu Produto Interno Bruto (PIB), caso a TAM opte por instalar o hub - centro de conexões aéreas nacionais e internacionais - em Fortaleza. A estimativa é do secretário da Fazenda do Estado, Mauro Filho, que esteve presente no evento "Todos unidos pelo hub da TAM".

A iniciativa mobilizou na manhã de ontem diversos membros dos setores público e privado do Ceará para que a companhia opte por fazer o investimento na Capital cearense em detrimento de Recife e Natal. A decisão deve sair somente em dezembro.

"Isso é um impacto que eu diria no PIB, pelo menos, de 11% a 15% que ele (o hub) possa gerar no médio prazo", calcula o titular da Secretaria da Fazenda (Sefaz). Mauro Filho destaca o exemplo de Dubai, emirado árabe onde 32% de todas as riquezas geradas são oriundas do hub instalado. O impacto econômico do centro de conexões viria, sobretudo, do incremento no setor de serviços.

O secretário calcula que, caso se instale em Fortaleza, o hub gerará para o Tesouro do Estado, nos primeiros dez anos de atividade, cerca de 1,3 vezes a quantidade de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias Serviços (ICMS) que seria gerado pela refinaria Premium II no Ceará. "A refinaria seria isenta do pagamento de ICMS, porque era para produto exportado. Ela geraria no efeito indireto. O hub, não, gera no efeito direto", defende.

Juntamente ao hub, viria para o Estado, por exemplo, outros empreendimentos, como uma indústria de catering, ou seja, de serviços de fornecimento de refeições coletivas.

Mauro Filho destaca ainda que "a partir do momento em que você passa a ter 14 voos internacionais diários, mais 42 nacionais, ou que é que isso vai ensejar? Vai ensejar toda uma demanda por engenharia mecânica. A TAM vai ter que ter um polo de manutenção de aeronaves como o Boeing 777, do Air Bus A330 e A340. É todo um porte de engenharia, por isso que o investimento é tão alto (R$ 4 bilhões)".

Novos hotéis

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Darlan Teixeira, destaca que se a TAM optar pela Capital cearense para realizar o investimento, Fortaleza será incluída como ponto de passagem internacional, "mas muitas pessoas vão querer passar um dia a mais ou dois dias a mais no Ceará. Eu também acho que vai ter uma necessidade de novos empreendimentos turísticos, novos hotéis, perto do aeroporto".

Alcance

Os impactos econômicos também serão sentidos não apenas em Fortaleza como em todo o Estado do Ceará, segundo avalia o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro.

"No momento em que você incrementa o turismo na região, você está desenvolvendo nossas atividades, principalmente a comercial e a de serviços. Embora o hub seja um local de passagem, ele contribui para o incremento da região, para que ela se apresente. Ele por si só não representa um incremento de imediato, mas nós sabemos que onde existem as sedes dessas concentrações a tendência é de desenvolvimento", argumenta o presidente da FCDL-CE.

Murilo Viana
Repórter