Lula convoca Alckmin para reunião de emergência após anuncio de Trump sobre tarifa de 50%
Encontro vem após anúncio de sobretaxas por parte do governo americano
O presidente Lula convocou, nesta quarta-feira (9), uma reunião de emergência após o presidente americano Donald Trump enviar uma carta impondo novas tarifas ao Brasil. Participam do encontro o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O líder americano impôs uma nova taxa de 50% sobre produtos brasileiros, quando o país era um dos poucos até o momento, que estavam sob as tarifas mínimas de 10%. O encontro entre os membros do governo acontece em Brasília.
Serão avaliadas as possíveis medidas de reciprocidade caso as novas taxas sejam aplicadas. Na carta de Trump enviada a Lula, o presidente americano informa que as novas tarifas entram em vigor a partir de 1º de agosto.
No documento, o mandatário afirma adotar o mesmo percentual aplicado ao Brasil além dos 50%, caso a reciprocidade seja adotada por parte do governo brasileiro. As novas taxas se somam às que já estão em vigor.
Trump justifica a taxação com base na "injusta relação comercial gerada por barreiras tarifárias impostas pelo Brasil", onde o relacionamento entre os dois países “está longe de ser recíproco”. A equipe econômica, entretanto, afirma que a balança comercial é praticamente neutra, e que o déficit é da parte brasileira.
Veja também
Suspensão do julgamento de Bolsonaro
O republicano aborda também “a maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma desgraça internacional”, e pede que a “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro “acabe imediatamente".
Na carta, Trump também eleva o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF), citando decisões contra plataformas sociais norte-americanas, o que ele chamou de “ordens de censura secretas e ilegais” por parte da corte.
As cartas
O líder norte-americano anunciou mais cedo que enviou outros avisos comerciais tarifários para mais seis países, como Brunei, Filipinas, Iraque, Argélia, Moldávia e Líbia, e que também entram em vigor em 1 de agosto. Eles se somam a outros 14 já anunciados anteriormente.