De perfumes a relógios: veja lista de presentes de Natal que escaparam da inflação em Fortaleza

A escolha dos itens na hora de presentear amigos e familiares pode deixar a lista de Natal mais barata. Alguns produtos que podem servir de presentes acumulam queda em 2021 em Fortaleza, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

O coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, Vladimir Fernandes Maciel, explica que a variação de preço dos produtos considera três fatores: custo de produção, taxa de câmbio e procura. A deflação de alguns itens é relacionada com a menor procura em razão da pandemia. 

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Em contraponto, alguns produtos ficaram mais caros e têm alta de até 22%, acima da inflação oficial. Segundo o economista, mesmo que alguns presentes tenham ficado mais baratos em 2021, não há como garantir que a tendência se mantém para o ano que vem, já que a demanda reprimida pode incentivar o consumo.  

“Esse índice, como é acumulado, reflete esse momento que a gente viveu, do que era mais necessário, o que a gente passou a usar menos. Esse acumulado não é o que vai ser o futuro, esse comportamento tende a mudar”, coloca. 

Dificuldade em presentear 

A curadora de conteúdo e social media Allehsa Benvindo, de 24 anos, está realizando pesquisa de preços para definir os presentes a serem dados no Natal. Ela aproveitou a Black Friday para presentear o namorado e queria também dar algo aos sogros, mas não sabe se o orçamento dará conta. 

“Eu adoro o Natal, mas 2020 e 2021 foram anos difíceis para presentear as pessoas”, lamenta. Ela pretende manter os presentes na faixa de R$ 60 e já teve que mudar planos em relação ao que dar devido aos preços. 

Para um amigo secreto de família, a jovem analisa comprar utensílios de vidro e louça, uma das categorias que acumula queda em 2021 em Fortaleza. “Quero olhar todas essas coisas em lojas diferentes, ver se surge alguma promoção para gastar menos”, diz. 

De acordo com Vladimir, é interessante buscar itens que tiveram variação negativa na inflação, tanto pelo preço como pela necessidade e procura, que deve crescer no ano que vem. 

“Tudo que a gente deixou de usar ou usou menos deve usar mais. As coisas que tiveram um pico de procura na pandemia vão ter menos (procura) e vai ter uma volta no consumo de itens menos buscados, essa é a tendência”, destaca. 

Itens com deflação em Fortaleza 

O economista da Mackenzie detalha que os itens que tiveram queda foram justamente produtos menos utilizados quando as pessoas estavam em isolamento social.

“Relógio de pulso como estou em casa, não tem sentido. Produtos para pele, essa coisa da vaidade de sair para rua, parou de ter sentido. Aparelho telefônico, uma parte da demanda cai porque os escritórios fecharam e não realizaram a renovação dos aparelhos”, enumera. 

Itens abaixo da inflação 

Mesmo com variação positiva, alguns produtos ficaram abaixo da inflação oficial acumulada – que está em 10,03% no ano em Fortaleza. Segundo Vladimir, esses são itens que tiveram uma procura reduzida, apesar de não serem supérfluos.

“Mochila, tênis, artigo de papelaria. A gente ficou em casa, não vai para escola, usa menos tênis, mochila. Apesar de a produção ter sido afetada, são itens mais usuais, não são supérfluos. Mas não precisou tanto deles porque você estava em casa”, pontua. Esses itens devem subir mais em 2022 com a regularização do consumo.