Como investir na Bolsa de Valores? Veja dicas
A renda variável é indicado para quem tem experiência em investimentos e maior inclinação a se arriscar
A Bolsa de Valores é o espaço de negociação para compra e venda de ações — estas, as menores parcelas do capital de uma empresa. Além das ações, também são negociados títulos, commodities e outros ativos financeiros.
Ao comprar ações de uma empresa de capital aberto, o investidor torna-se sócio dela, tendo direito aos dividendos — ou seja, parte do lucro daquele negócio, divididos de acordo com o número de ações adquiridas — e, em alguns casos, tendo direito ao voto em assembleias gerais da companhia, por exemplo.
O investimento na Bolsa de Valores também é atrativo para quem quer participar da compra e venda dos papéis — com a intenção de obter ganho ao comprar por valores menores aos de venda, claro.
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O investimento em renda variável, como é o caso da Bolsa de Valores, é indicado para quem já possui investimento em renda fixa — como o Tesouro Direto — e tem um perfil de investidor moderado e agressivo. Ambos aceitam correr mais riscos para garantir maior rentabilidade.
Esta modalidade de investimento não é tão indicada para investidores mais conservadores, que preferem segurança, mesmo que isso signifique ganhos menores.
Como começar a investir?
Não é possível investir diretamente na Bolsa de Valores, sendo necessário que as negociações sejam intermediadas por uma corretora, seja ela independente ou ligada a um banco.
Para a escolha da corretora, vale ficar atento em alguns aspectos, como o valor cobrado pela instituição para cada operação na Bolsa de Valores. Algumas cobram a taxa de corretagem cada vez que o investidor compra ou vende ações.
Entre as formas de cobrança estão a taxa fixa, na qual o valor por operação é pré-estabelecido, e a taxa a partir da tabela Bovespa, em que a cobrança equivale a um percentual do valor de cada operação feita pelo investidor. Há ainda a taxa de custódia, valor cobrado pela guarda das ações.
Contudo, já existem corretoras que não cobram nem taxa pela corretagem, nem pela custódia das ações. A disponibilização de relatórios e a facilidade no uso dos sistemas de negociação são outros aspectos importantes na hora da escolha da corretora.
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Para realizar o cadastro, são necessários documentos como CPF, RG, comprovante de endereço, entre outros. Estas instituições costumam também pedir informações financeiras dos clientes, como a renda mensal média, investimentos financeiros e valores de bens.
Como forma de dar maior segurança ao investidor, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) exige que as corretoras apliquem um formulário, chamado de suitability.
A intenção é verificar o perfil do investidor e, assim, ter um direcionamento quanto aos produtos que serão oferecidos por ele. Existem casos, inclusive, em que a corretora pode ser responsabilizada por oferecer serviços fora do perfil daquele investidor, salvo os casos em que ele assine termos de ciência do risco.
Qual o valor mínimo para investir?
É difícil precisar um valor mínimo para o investimento, já que os valores das ações são variáveis. Na Bolsa de Valores, o lote padrão para compra de ações é 100.
Ou seja, se a ação tem valor de R$ 1, o valor mínimo para a compra do lote padrão será de R$ 100. Por outro lado, se for R$ 25, o valor mínimo será de R$ 2.500. O investimento irá variar, portanto, de acordo com o preço da ação na empresa escolhida para o investimento.
Mas é importante saber que não é obrigatória a compra de um lote padrão completo. O mercado de ações permite a compra fracionada, ou seja, negociar a compra individualmente — variando de 1 a 99 ações a serem adquiridas.
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Conheça onde vai investir
Ao comprar ações de uma empresa, você se tornará acionista dela. Portanto, é importante de, antes de começar, conhecer bem onde estará investindo o seu dinheiro. Saber o histórico da empresa, a confiabilidade, de quanto é o lucro, se está em crescimento, o nível de estabilidade do negócio.
Analise o setor da empresa
Não é apenas a individualidade de cada empresa que influencia no aumento ou queda do preço das ações. Além de fatores externos, que vão desde a inflação até o impacto das declarações de governantes, o setor da empresa — saúde, educação, turismo, tecnologia, energia etc — também irá influenciar na rentabilidade do seu investimento.
É um setor em expansão? Com alta demanda? Ou já está próximo de atingir o potencial? Todos esses fatores devem ser levados em consideração na hora da sua escolha.
Diversifique a carteira de ações
O mercado de ações é volátil, está sujeito a interferência de diversos fatores e pode mudar rapidamente. Por isso, é importante não concentrar investimentos. Portanto, diversifique tanto as empresas — investindo em duas, três ou mais — como nos setores onde você irá aplicar o dinheiro.
Escolha a sua estratégia
Defina a estratégia para o investimento no mercado de ações. Você quer focar nas negociações? Existem diferentes modos de realizá-las na Bolsa de Valores.
Elas podem ser de curtíssimo prazo, também conhecido como Day Trade, no qual a compra e venda é feita no mesmo dia; as de curto prazo, no qual as negociações são feitas em um intervalo de até um ano; ou as de longo prazo, nos quais todo o processo pode levar anos.
Mas pode ser que você esteja mais interessado em ter uma fonte de renda do que nas negociações e, portanto, o foco sejam os dividendos que a compra de ações irá trazer.
O objetivo do investidor deve, portanto, definir a estratégia na hora do investimento na Bolsa de Valores.
Sem desespero
Muitos fatores influenciam diretamente na flutuação de valores no mercado das ações. Uma única declaração do presidente pode fazer os preços despencarem ou fazer o mercado ficar otimista, de forma repentina.
É preciso não deixar que estes momentos transitórios de pessimismo ou euforia levem a decisões com impacto negativo para o seu investimento, acarretando perda de dinheiro. Por isso, tenha paciência para lidar com as mudanças na Bolsa de Valores.