Comércio cearense pede ao Estado reabertura gradual a partir da próxima semana

Setor enviou ao Governo do Estado documento com propostas de reabertura do comércio de rua e de shoppings em horários reduzidos

Escrito por Ingrid Coelho ,
Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza
Legenda: Acesso ao Centro é 66% feito a pé, segundo AMC
Foto: Helene Santos

Semelhante ao que foi praticado em 2020, na reabertura gradual das atividades econômicas e comportamentais durante a pandemia no Ceará, o comércio do Estado pleiteia o retorno do funcionamento presencial do setor de forma gradual. Os detalhes do plano foram apresentados na manhã desta segunda-feira (15) pelo presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola.

O documento com as propostas foi protocolado junto ao executivo estadual na última sexta-feira (12) e, até o momento, de acordo com Filizola, não houve resposta. O comércio espera, porém, que já a partir da próxima semana as medidas sejam colocadas em prática. "Ainda não tivemos retorno, mas temos sempre um diálogo aberto e respeitoso. Esperamos sentar com o governador e contribuir".

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Como seria a flexibilização

A ideia é, em 14 dias, flexibilizar as atividades do comércio e serviços, conforme as fases 1 e 2 do plano de retomada do Governo do Estado que foi apresentado em maio, "com o contingente de 50% dos trabalhadores dos setores contemplados e rigidez na aplicação dos protocolos", com a manutenção da proposta apresentada em maio de 2020. Lojas de rua e de shoppings reabririam em horário reduzido.

maurício filizola
Legenda: Presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola, reforçou que o plano proposto trata da retomada apenas para o comércio formal

Horários propostos:

  • Centro de Fortaleza

7h e 17h

  • Shoppings de Fortaleza

11h às 21h

  • Lojas de rua

9h às 19h

  • Restaurantes fora de shopping

12h às 0h

Comércio formal

O pleito é que a reabertura ocorra apenas para o comércio formal. De acordo com a Fecomércio-CE, "a aglomeração se dá nas atividades informais e clandestinas que não seguem os protocolos.

"É necessário que haja fiscalização contínua com aplicação justa de penalidade aos que não se adaptam aos protocolos, bem como medidas de apoio ao comércio formal que minimize os impactos das perdas econômicas", diz a entidade.

Lojas fechadas

De acordo com a Fecomércio-CE, durante a pandemia no Estado, 1.890 empresas do comércio fecharam as portas. As perdas de faturamento são estimadas pelo empresariado do setor em 10% a 20% por dia. "Quando não, o negócio fecha. Então temos aí uma preocupação muito grande com a manutenção dos empregos", diz Filizola.

Coronavírus no comércio

A entidade também divulgou pesquisa sobre o coronavírus no comércio cearense. De acordo com a publicação, 46% dos empresários do setor informaram que houve algum funcionário de seus estabelecimentos contaminados pelo coronavírus. Outros 54% não tiveram seus trabalhadores infectados. Em relação aos óbitos pela doença, 3% informaram ocorrência de morte.

Das medidas de combate ao coronavírus adotadas pelas empresas, 39% dos empresários informaram a imposição de limite de pessoas no estabelecimento; 31% restringiram o horário de funcionamento; 14%  reduziram o quadro funcional e 8% adotaram o revezamento de colaboradores.

Entre os métodos utilizados para acompanhamento da saúde do trabalhador, 91% disponibilizaram álcool em gel; 66% estiveram atentos ao surgimento de sintomas respiratórios e 57% fizeram medição de temperatura. outros 31% controlaram o fluxo de alimentação em refeitórios e 13% disponibilizaram teste gratuito de Covid. Apenas 3% colocaram à disposição dos trabalhadores a vacina contra a gripe.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, lamentou as aglomerações no transporte público coletivo e criticou a falta de providências para coibir o intenso fluxo em ônibus e terminais.

"O transporte público é uma concessão do governo, então a qualidade desse serviço está gerando essa situação. A gente não vê aglomeração nos nossos estabelecimentos comerciais, investimos milhares e alguns até milhões para proteção do trabalhador e do consumidor. Eu não vejo ninguém adotar providências para que a situação no transporte público seja priorizado", destacou Cid Alves.

O levantamento foi feito entre os dias 7 e 8 de março com 535 empresários, totalizando uma abrangência de 34,1 mil colaboradores, dos quais, em números absolutos, 1.912 foram infectados e 23 morreram em decorrência da doença.

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