Caiu em golpe do Pix? Saiba como agir e veja dicas do Banco Central para se proteger

Embora o Pix seja considerado um sistema seguro, a fragilidade da transação ocorre na interação humana

Escrito por
Amanda Andrade* producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:05)
A imagem mostra um smartphone com a tela exibindo o logotipo do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil.
Legenda: De acordo com o Banco Central, o Pix é somente o meio de pagamento. O golpe, na maioria das vezes, ocorre em outro ambiente.
Foto: Shutterstock

As transações pelo Pix transformaram a maneira como os brasileiros efetuam operações financeiras, proporcionando agilidade e praticidade. No entanto, essa popularização também escancarou brechas para a ação de golpistas. Em 2024, o Banco Central do Brasil (BC) registrou cerca de 4,7 milhões de casos de fraude envolvendo o sistema, com a média mensal de notificações ultrapassando 390 mil ocorrência.

Embora o Pix seja considerado um sistema seguro, a fragilidade da transação ocorre na interação humana. Criminosos exploram a rapidez das transferências e a distração das vítimas para aplicar golpes de estelionato, como perfis falsos de familiares e simulações de atendimento bancário. Por isso, conhecer as práticas comuns de golpe e saber como agir em abordagens suspeitas é essencial para a proteção.

A seguir, o Diário do Nordeste lista os principais golpes envolvendo o Pix e apresenta orientações para evitar prejuízos.

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Golpe do falso atendimento bancário

Criminosos se passam por funcionários de bancos ou operadoras de serviços. Entram em contato por telefone, mensagem ou e-mail e afirmam que é necessário realizar um Pix para "verificação de segurança", "liberação de serviço" ou "atualização de dados".

Como se proteger:

  • Nunca faça transferências a partir de orientações recebidas por ligações ou mensagens não solicitadas.
  • Entre em contato com a instituição por canais oficiais antes de tomar qualquer decisão.
  • Desconfie de pedidos de urgência.

Golpe do WhatsApp clonado

O golpista clona ou imita o número de WhatsApp de um familiar ou amigo da vítima. Em seguida, inicia uma conversa pedindo dinheiro via Pix, com argumentos de emergência ou urgência, como problemas de saúde ou contas a pagar.

Como se proteger:

  • Confirme a identidade da pessoa com uma ligação ou mensagem de voz.
  • Ative a verificação em duas etapas no aplicativo de mensagens.
  • Nunca realize transferências sem confirmação direta com o suposto solicitante.

Golpe do Pix errado

O criminoso alega que fez uma transferência via Pix por engano para a conta da vítima e solicita o reembolso imediato. Em alguns casos, após o valor ser devolvido, o golpista ainda aciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED), alegando também ter sido vítima de fraude, o que pode causar a retirada automática do mesmo valor da conta da vítima.

Como se proteger:

  • Verifique o extrato da conta antes de devolver qualquer valor.
  • Não devolva Pix sem ter certeza de que a transferência foi realmente recebida.
  • Em caso de dúvida, procure o banco imediatamente.

Golpe do Pix multiplicador ou "bug do Pix"

Golpistas prometem retorno financeiro rápido por meio de uma suposta falha no sistema ou de uma promoção. O golpe geralmente circula em redes sociais com mensagens como “envie R$ 100 e receba R$ 1.000 de volta”.

Como se proteger:

  • Desconfie de promessas de lucro fácil ou retorno imediato.
  • O Banco Central já esclareceu que não há falhas no sistema que permitam “multiplicar” dinheiro.
  • Nunca envie dinheiro para desconhecidos com base em anúncios informais.

Golpe do QR Code falso

Códigos falsos são criados para capturar pagamentos via Pix em ambientes físicos ou digitais. Eles podem ser colados sobre QR Codes verdadeiros em locais públicos ou enviados por mensagens e sites fraudulentos.

Como se proteger:

  • Antes de confirmar o pagamento, verifique se os dados do recebedor estão corretos.
  • Prefira inserir manualmente os dados da chave Pix quando houver dúvida.
  • Desconfie de QR Codes enviados por redes sociais ou aplicativos de mensagens.

Golpe com uso indevido de dados pessoais

Criminosos utilizam dados pessoais obtidos ilegalmente para abrir contas e registrar chaves Pix em nome de terceiros. As vítimas, muitas vezes, só descobrem quando tentam registrar uma chave e percebem que ela já está em uso.

Como se proteger:

  • Utilize o sistema Registrato, do Banco Central, para consultar quais contas e chaves estão associadas ao seu CPF.
  • Não forneça dados pessoais em sites e aplicativos sem origem confiável.
  • Caso identifique uso indevido, registre boletim de ocorrência e informe ao banco.

O que fazer se cair em um golpe

De acordo com o Banco Central, o Pix é somente o meio de pagamento. O golpe, na maioria das vezes, ocorre em outro ambiente. Em caso de fraude, o usuário deve:

  • Informar imediatamente a instituição financeira responsável pela conta.
  • Solicitar o acionamento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), quando possível.
  • Registrar um boletim de ocorrência.
  • Buscar esclarecimentos também com a instituição que recebeu o valor.
  • Se necessário, recorrer ao Procon ou ao Poder Judiciário.

Segurança do Pix

Conforme o Banco Central, o Pix é operado com autenticação segura do usuário, criptografia de dados e rastreabilidade completa das transações, o que permite identificar os envolvidos em fraudes. As instituições participantes também são obrigadas a adotar mecanismos de bloqueio cautelar e monitoramento de riscos, além de se responsabilizarem por falhas de segurança.

O sistema ainda permite ao usuário:

  • Limitar os valores das transações.
  • Agendar pagamentos.
  • Controlar suas chaves e verificar seu uso.
  • Solicitar devoluções em caso de erro.

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*Estagiária sob a supervisão da editora Mariana Lazari

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