Rumo ao topo histórico? Copom eleva Selic mais uma vez

Entenda os impactos da elevação da taxa básica de juros para 14,75% em seu orçamento, investimentos e nas perspectivas econômicas do Brasil

Escrito por
Alberto Pompeu falbertosneto@gmail.com
Legenda: O Banco Central do Brasil tem se utilizado do aumento da taxa de juros da economia (Taxa Selic) para reduzir o consumo e diminuir a pressão da inflação
Foto: Shutterstock

O Banco Central acabou de virar uma página importante na história econômica recente do Brasil. O Copom decidiu elevar a taxa Selic para 14,75% – uma das maiores taxas dos últimos 20 anos.

Esse aumento de 0,5 ponto percentual reflete a preocupação com a inflação persistente. Os números falam por si: a inflação acumula 5,48% nos últimos 12 meses, bem acima da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Esses dados revelam o aquecimento excessivo da economia.

Este aumento não surge do nada, mas sim de um contexto econômico desafiador. O Banco Central, como médico da economia, receitou um remédio amargo, mas necessário: juros mais altos para esfriar o consumo e, consequentemente, os preços.

A decisão divide opiniões entre especialistas. Enquanto alguns aplaudem o compromisso com o controle inflacionário, outros questionam o impacto no crescimento econômico, como duas faces de uma mesma moeda.

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O IMPACTO NO SEU BOLSO

Para o brasileiro comum, a nova Selic representa um aperto no cinto. Empréstimos e financiamentos ficarão mais caros, reajustes de contrato maiores e cada vez mais distantes do cidadão comum.

O setor imobiliário sentirá o golpe de forma imediata. Financiar a casa própria ficará mais desafiador, com parcelas mais altas desestimulando novos contratos. 

O varejo também deve se preparar para tempos mais difíceis. Com crédito mais caro, o consumo tende a diminuir, especialmente para bens de maior valor. Eletrodomésticos, eletrônicos e veículos podem experimentar uma desaceleração nas vendas.

Para quem já está endividado, a situação exige atenção redobrada. O aumento da Selic pode elevar ainda mais o custo de dívidas com juros pós-fixados. É hora de renegociar ou quitar pendências, antes que a bola de neve cresça demais.

INVESTIDORES COMEMORAM

Nem tudo são nuvens cinzentas no horizonte econômico. 

Para quem investe, especialmente em renda fixa, o cenário se torna mais atraente. Tesouro Selic, CDBs e LCIs prometem retornos mais generosos.

Os investimentos atrelados à Selic ganharão um novo fôlego. Aplicações como o Tesouro Selic passam a render mais, oferecendo um porto seguro em tempos de incerteza. Hoje é possível receber bem mais que 1% ao mês de juros no investimento mais seguro do país.

Após anos de juros baixos, a renda fixa volta a brilhar no mercado, oferecendo segurança com rentabilidade. Uma combinação cada vez mais rara no mundo dos investimentos.

Porém, o mercado de ações pode sofrer com a migração de recursos. Com a renda fixa mais atrativa, parte do dinheiro que iria para a bolsa pode mudar de direção. 

O QUE ESPERAR DO FUTURO

Não há um consenso entre analistas sobre o futuro.

Enquanto alguns acreditam que chegamos ao topo da montanha, e que esta deve ser a última alta da Selic em 2025, outros temem novos aumentos ainda esse ano – com a taxa podendo passar os 15% ainda em 2025.

A partir de 2026, há expectativas de que o cenário possa melhorar gradualmente. Há expectativa de que a Selic comece a cair, podendo chegar a 12,5% ao ano. 

O Banco Central deu o tom no comunicado da reunião que seguirá vigilante, monitorando os indicadores econômicos. A inflação continuará sendo o principal termômetro para futuras decisões. 

O desafio permanece o mesmo: equilibrar o controle inflacionário com o crescimento econômico. Um malabarismo complexo que define o futuro financeiro de milhões de brasileiros. A economia, como um organismo vivo, precisará se adaptar a esta nova realidade de juros elevados.

Disclaimer: Esta matéria tem finalidade unicamente informativa, de natureza educacional e não produzida com o intuito de servir como recomendação para produtos ou estratégias de investimento.

 

 

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