Academias: restrição de capacidade e de horário deve gerar cancelamentos de contratos

Cenário impossibilita atendimento a todos os alunos, segundo presidente do Sindfit-CE, Juliana Sá

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
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Legenda: Projeto que considera atividade física como essencial aguarda sanção do prefeito Sarto Nogueira.
Foto: Camila Lima

Com ampliação do toque de recolher e aumento da restrição à operação de academias anunciados pelo governador Camilo Santana na tarde desta sexta-feira (26), empresários do ramo preveem cancelamento de contratos e matrículas por parte dos alunos, segundo o Sindicato das Empresas de Condicionamento Físico do Estado do Ceará (Sindfit-CE).

Conforme as novas medidas, a partir de amanhã as academias devem reduzir o atendimento de 50% a até 30% da capacidade dos estabelecimentos. E o horário de funcionamento também ficou mais restrito - elas só poderão abrir até às 19h durante a semana e até às 17h aos fins de semana.

Segundo a presidente do Sindifit-CE, Juliana Sá, o cenário fará com que haja cancelamento de contratos e matrículas porque os estabelecimentos não serão capazes de atender a todos os alunos, mesmo com a redução da frequência dos clientes durante a pandemia.

"Alguns alunos vão cancelar ou a gente mesmo vai ter que cancelar o contrato por causa da capacidade. Isso não é bom para ninguém", explica Sá.

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Ela ressalta que a redução do horário de funcionamento das 22h para às 20h no início do mês já foi um grande baque para o setor, que tem a noite como horário nobre.

"Reduzir o horário não vai diminuir o período que as pessoas passam na academia. Pode até acontecer o contrário, de aglomerar", argumenta. Ela acredita que se o horário fosse expandido, a atividade física conseguiria ser realizada por todos que desejam com segurança.

"É uma situação realmente lamentável. As academias estão sofrendo e vão continuar sofrendo. Até agosto do ano passado, quando voltamos a funcionar, 20% dos nossos estabelecimentos já não retornaram. Nós tememos que mais fechem durante esse novo período de restrições", alerta a presidente do Sindfit-CE.

Atividade essencial

Na última quarta-feira (24), a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou projeto que reconhece a prática de atividade física em espaços públicos e estabelecimentos privados da Capital como essencial. O texto agora espera apenas sanção do prefeito Sarto Nogueira, que ainda tem a opção de vetá-lo.

Caso seja sancionado, as academias poderiam aumentar o horário de funcionamento e reduzir prejuízos. "Pedimos que o prefeito sancione o mais rápido possível, para que, dentro dos protocolos e restrição de capacidade, a gente possa funcionar. Sem falar que exercício físico é uma das maneiras de prevenção contra a Covid-19 e outras doenças", destaca Sá.

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