Reserva natural é criada em Guaramiranga para proteger espécies ameaçadas de extinção
Além da preservação do periquito cara-suja e outros animais regionais, a Reserva visa combater a caça e a captura de animais silvestres
Uma reserva natural com o intuito de proteger espécies de extinção como o periquito cara-suja foi criada na serra de Guaramiranga, no interior do Ceará, em área de floresta úmida. A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Oásis Baturité tem 15 hectares e é um esforço da ONG Aquasis e da Rainforest Trust.
A Secretaria de Meio Ambiente do Ceará (Sema) também atua no projeto, que vai preservar o habitat das espécies mais ameaçadas. Os empreendimentos imobiliários instalados na serra de Baturité afetaram consideravelmente a vida desses animais, conforme a Aquasis.
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A nova Reserva é a primeira em âmbito estadual. Na região, já existe a Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Periquito Cara-suja, gerida pela Sema e pela Aquasis, além de outras em âmbito nacional.
Um total de 254,32 hectares locais são geridos por reservas federais. Elas tiveram influência da ONG Associação Caatinga em suas implantações.
Diversidade de ações
Além da preservação do periquito cara-suja e outros animais regionais, a Reserva Natural Oásis Baturité visa combater a caça e a captura de animais silvestres, com apoio da Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA).
Outras espécies encontradas no Oásis são o Tucaninho-de-baturité e o Sapo-de-cascon, além de árvores antigas e imponentes como a Jacaratiá.
O objetivo a longo prazo é criar um núcleo avançado de conservação da Mata Atlântica no Ceará e implantar uma sede para visitantes. Seriam realizados no local treinamentos, reintroduções de espécies e instalação de ninhos artificiais.
"Esta reserva representa um marco significativo em nossos esforços contínuos para conservar o cara-suja, e agradecemos a todos os parceiros e partes interessadas que se uniram para tornar essa visão uma realidade", pontua Fábio Nunes, coordenador do Projeto Cara-suja da Aquasis, que será um dos gestores da Reserva.
Segundo o biólogo e gestor, o legado da RPPN Oásis Baturité também contará com contribuições à pesquisa e educação, com oportunidades para estudantes, pesquisadores e comunidades locais.
"Ao envolver as comunidades locais e aumentar a conscientização sobre a importância do cara-suja e seu habitat, podemos criar um senso de propriedade e administração entre a população local, o que é fundamental para o sucesso a longo prazo desta iniciativa de conservação",