Prefeitura divulga primeiros resultados da política de resíduos sólidos financiada pela taxa do lixo
Segundo a gestão municipal, mais de 200 pontos de lixo foram erradicados até então. A meta é chegar a 700 áreas requalificadas até o fim do próximo ano
Em um mês, a Operação Tira-Treco percorreu quase metade dos bairros da Capital e recolheu em torno de 30 toneladas de materiais de "grande volume", como móveis e eletrodomésticos gastos. A iniciativa compõe o programa municipal Mais Fortaleza, que também registrou avanço em outras políticas de gestão de resíduos sólidos, como a erradicação de pontos de lixo e o descarte adequado de materiais recicláveis. Além disso, com o lançamento recente do projeto "Missão Verde", o Executivo deu mais um passo na consolidação de uma política ambiental sustentável, investindo na rede pública de educação como "irradiadora" desses conhecimentos.
O balanço foi apresentado pela Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental de Fortaleza (ACFor). "Do início do programa [Mais Fortaleza] para cá, a Prefeitura revitalizou 224 áreas, ou seja, erradicou mais de 200 pontos de lixo na Cidade. Só no mês de setembro, foram 35. E nossa meta é chegar até o fim do ano que vem com 700 pontos de lixo erradicados. Agora, é importante lembrar que depende, também, da ação do cidadão. Não adianta a Prefeitura limpar uma área, erradicar um ponto de lixo, e, depois, as pessoas voltarem a utilizar aquele terreno da mesma forma", ressaltou o superintendente do órgão, Paulo Henrique Lustosa.
Os recursos para as ações executadas na Cidade provêm da Taxa de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (TMRSU), mais conhecida como a "taxa do lixo", que passou a valer neste ano. É essa a verba que garante que sejam instalados novos equipamentos e feitos projetos relacionados ao descarte do lixo, à educação ambiental e à coleta seletiva de materiais recicláveis.
Mutirões de limpeza
Em paralelo a essas ações, segundo a Prefeitura, têm sido feitos frequentes mutirões de limpeza, que são coordenados pelas secretarias regionais. Os serviços consistem em capina, manutenção de bocas de lobo, pintura de meio-fio, podas e plantio de árvores, tapa-buraco, distribuição de mudas, manutenção de iluminação pública e combate a endemias — além da educação ambiental. A via mais recente a receber as intervenções, conforme a Secretaria da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), foi a avenida Perimetral.
Os mutirões dão apoio ás ações de requalificação de pontos de lixo, que, além de retirar os resíduos, renovam as pinturas das calçadas, plantam mudas e, em alguns casos, instalam lixeiras subterrâneas, ilhas ecológicas e contêineres.
Segundo Paulo Henrique Lustosa, esse esforço "faz com que a cidade fique mais limpa", mas, novamente, ele reforça a necessidade de engajamento da sociedade. "E como a população pode participar? Os ecopontos estão aí para a gente fazer a destinação correta de entulhos, resíduos mais volumosos. Pretendemos chegar até o fim do ano com mais de 100 ecopontos em Fortaleza, em todas as regionais", afirmou. Atualmente, há 93 equipamentos do tipo ativos, três prontos para inauguração e outros em construção.
É o número de lixeiras subterrâneas instaladas em Fortaleza. Além desses equipamentos, há 35 ilhas ecológicas que também servem para receber resíduos da população.
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Expansão do Re-Ciclo
O projeto Re-Ciclo, que recolhe materiais recicláveis como plásticos e vidros nas casas das pessoas, expandiu suas atividades e, agora, atende cidadãos dos seguintes bairros:
- Centro;
- Praia de Iracema;
- Meireles;
- Varjota;
- Mucuripe;
- Aldeota;
- Guararapes;
- Luciano Cavalcante;
- Edson Queiroz;
- Cidade 2000;
- Papicu.
Do início do projeto até hoje, foram coletados cerca de 400 toneladas de resíduos, envolvendo o trabalho direto de 40 catadores e de três associações do segmento.
Projetos em experimento
Estão em experimento na Cidade outros dois projetos relacionados à política de resíduos sólidos: o 'Retorna Machine' e o 'Centro de Recondicionamento Tecnológico'. O primeiro, instalou 13 máquinas em sete terminais de integração e cinco Cucas da Capital para recolher embalagens recicláveis que geram renda para a população, que pode ter o lixo revertido em créditos no Bilhete Único, por exemplo.
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Já a segunda iniciativa diz respeito à formação de jovens do programa Juventude Digital, que aprendem a recuperar computadores descartados. A primeira turma do projeto doou 15 equipamentos para a Rede Estadual de Catadores, que ajuda na coleta seletiva da Cidade.
Por fim, foi lançado no bairro Vila Velha, no último dia 26 de setembro, o projeto "Missão Verde", que pretende utilizar a rede municipal de ensino para difundir a educação ambiental. "'Usar' escolas e crianças como irradiadores da ideia de uma Fortaleza mais limpa, mais sustentável", resumiu Lustosa, da ACFor.