Menos crianças e mais idosos: veja raio-x da idade da população do Ceará segundo IBGE
Em relação ao último Censo, são 385 mil crianças a menos e 271 mil idosos a mais no Estado
Nos últimos 12 anos, o Ceará envelheceu. A base da pirâmide etária, que representa as crianças, se estreitou, e a ponta se alargou. A constatação é da nova rodada de divulgações do Censo Demográfico 2022, liberada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
No Ceará, o grupo de crianças de 0 a 14 anos representava 42,5% da população em 1980 e 25,9% da população em 2010. De acordo com o novo Censo, este percentual caiu para 20,5%. O número absoluto caiu de 2.188.250 crianças para os atuais 1.802.435.
Simultaneamente, o topo da pirâmide aumentou com a população de 65 anos ou mais, passando de 4,4% em 1980, e de 7,6% em 2010, para 10,4% em 2022 - o 12º no Brasil e 3º do Nordeste. Em termos absolutos, esse grupo passou de 641.556 para 912.559 pessoas.
Segundo o IBGE, o fenômeno resulta “da relação entre o processo de redução da fecundidade e mortalidade e variação do saldo migratório da população, ao longo dos anos”.
Conforme o mapa elaborado pelo Diário do Nordeste, com base nos dados, a população mais idosa do Estado está concentrada no Centro-Sul, especialmente na região dos Sertões. Já no litoral, Região Metropolitana e Região Norte, há uma população mais jovem.
Essas estatísticas são importantes para a definição de políticas públicas regionais e para a tomada de decisão sobre os investimentos público e privado no País, além de contribuírem para o planejamento adequado do uso sustentável de seus recursos.
O especial “Segundas Chances”, publicado no início deste mês, revelou como a população idosa cearense ainda enfrenta diversos desafios no acesso a direitos básicos, como saúde, renda e assistência social, após 20 anos da criação do Estatuto da Pessoa Idosa.
Veja também
Dinâmica da população
O envelhecimento da população também coloca em xeque o desafio da Previdência Social. “À medida que nossa população envelhece, vem um grupo menor que precisa produzir mais para sustentar uma população envelhecida bem maior”, explica Izabel Guimarães Marri, gerente de Análises e Estudos da Dinâmica Demográfica do IBGE.
Segundo a especialista, além da queda da fecundidade, a idade dos territórios é afetada pela migração entre cidades e Estados. “Tem regiões que expulsam e outras que recebem”, pontua.
O IBGE constatou o envelhecimento da população em todas as regiões, mas especialmente no Sul e no Sudeste. Roraima é o Estado mais “jovem”. Já o Rio Grande do Sul é o mais envelhecido.
Para que servem os dados de idade?
O IBGE explica que a informação da distribuição da população por idade e sexo fornece subsídios para o cálculo de uma série de indicadores demográficos que permitem avaliar as mudanças e tendências do perfil demográfico da população ao longo do tempo.
Os dados podem subsidiar o planejamento de políticas públicas que visam ao atendimento das necessidades de grupos específicos, como crianças, adolescentes, jovens, pessoas em idade de trabalhar, idosos e mulheres, como também para fornecer parâmetros balizadores a serem considerados nos processos de avaliação de diversos programas sociais e econômicos.
O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos.