Fortaleza terá primeiro abrigo municipal para idosos até setembro, diz prefeitura

Abertura da Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) pública foi anunciada pela gestão nesta segunda-feira (14)

(Atualizado às 11:49)
A imagem mostra um idoso de costas, usando chapéu, camisa azul e bermuda preta, caminhando com uma bengala em um estacionamento vazio com carros estacionados ao longe.
Legenda: Única Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) pública de Fortaleza é a Unidade de Abrigo de Idosos Olavo Bilac, gerida pelo Governo do Estado
Foto: José Leomar/Arquivo DN

Atendendo a uma demanda histórica diante do envelhecimento populacional, Fortaleza abrirá o primeiro abrigo municipal para pessoas acima de 60 anos até setembro de 2025. O anúncio foi feito pelo prefeito Evandro Leitão, nesta segunda-feira (14), em evento no Paço Municipal, no Centro. 

Atualmente, a única Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) pública da cidade é a Unidade de Abrigo de Idosos Olavo Bilac, localizada no bairro São Gerardo, gerida pelo Governo do Estado. O Ceará tem, segundo o Centro Demográfico de 2022, mais de 1,2 milhões de idosos. 

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Segundo a vice-prefeita de Fortaleza e médica geriatra, Gabriella Aguiar, a sede do abrigo será um imóvel desocupado da Prefeitura, localizado no bairro Conjunto Palmeiras. Até setembro, serão “pelo menos 29 vagas de inscrição”. A gestora não detalhou a capacidade máxima do equipamento.

Além da ILPI, também será inaugurado um segundo Centro Dia de Referência da Pessoa Idosa no bairro. A unidade pública é destinada ao atendimento especializado a pessoas idosas que tenham algum grau de dependência de cuidados, para evitar o isolamento social e o abandono e a necessidade de acolhimento.

“A Prefeitura tinha uma dívida histórica em relação à instituição de longa permanência para a pessoa idosa. Assim que a gente assumiu, já vimos a ação do Ministério Público mostrando que [existem] várias pessoas internadas sem poder sair do hospital por falta de local”, afirma. 

Em dezembro de 2024, a Prefeitura assinou o Protocolo de Intenções e Contrato de Locação para implantar a primeira ILPI municipal. A ideia era que a ILPI tivesse capacidade para acolher 100 pessoas com diferentes níveis de dependência.

Em março de 2025, uma reportagem do Diário do Nordeste apontou que 48 idosos estavam “morando” em hospitais públicos por não terem para onde ir. Com idades entre 60 e 83 anos, as pessoas não conseguiram vagas em acolhimentos públicos nem possibilidade de vínculo familiar.

Os números foram apresentados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), levantados junto às promotorias de Justiça de Fortaleza. 

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Fortaleza Inclusiva

Além das unidades de saúde para crianças e adolescentes, também foram anunciadas outras iniciativas, como o projeto Infância Viva na Praça, o Passe Livre da Criança, o Cartão Mais Infância e a abertura da nova Cidade da Criança no dia 27 de julho.

As políticas para a infância estão sob um guarda-chuva que reúne oito programas voltados a áreas distintas, o Fortaleza Inclusiva, que segundo a gestão municipal está em elaboração desde fevereiro.

A política pública é dividida em oito eixos:

  • Infância Viva Fortaleza: apoiar a crianças e famílias em situação de vulnerabilidade, com acesso a serviços essenciais como saúde, educação, assistência social e proteção;
  • Autonomia Econômica: auxiliar famílias vulneráveis a conquistarem independência financeira, por meio de cursos de qualificação profissional, microcrédito, incentivo a pequenos negócios, apoio à economia solidária e geração de renda própria;
  • Sustentabilidade e Justiça Climática: promover igualdade racial e ambiental, valorizar a diversidade e proteger comunidades vulneráveis dos impactos das mudanças climáticas;
  • Atenção às Pessoas com Deficiência: projetos multidisciplinares para diagnóstico, acolhimento e acompanhamento em diversas áreas;
  • Superação da Situação de Rua: esforço conjunto entre poder público, organizações da sociedade civil e empresários para promover a superação da situação de rua;
  • Fortaleza para Todas as Idades: oferecer acolhimento, serviços adaptados, ampliar centros-dia, expandir equipes de atenção domiciliar e criar núcleos de atendimento a vítimas de violência;
  • Fortaleza Sem Fome: busca erradicar a fome e assegurar o direito à alimentação adequada para pessoas em vulnerabilidade social, em situação de rua, beneficiários de programas sociais e idosos inscritos no Cadastro Único (CadÚnico);
  • Atenção à Saúde Mental: fortalecer a rede de cuidados, no tratamento não hospitalar e na recuperação do bem-estar, atendendo pessoas com transtornos mentais, usuários de álcool/drogas e a comunidade em geral.

O objetivo, de acordo com a primeira-dama de Fortaleza, Cristiane Leitão, é unificar o trabalho das diversas secretarias municipais – que muitas vezes, segundo ela, eram “repetitivas pela falta de integração”. “Não adianta fazermos ações isoladas que não impactam”, frisa.

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