Fortaleza tem mais de 2 mil casos de dengue e chikungunya em 2023; veja bairros

Arboviroses têm forte incidência durante quadra chuvosa no Ceará e exigem intensificação das medidas preventivas

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Legenda: Eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti é principal forma de prevenir a disseminação da doença
Foto: Fabiane de Paula

O período de chuvas no Ceará traz, historicamente, o aumento das síndromes gripais. Mas, além delas, outras doenças têm levado a população a buscar atendimento médico, principalmente em Fortaleza: as arboviroses, como dengue e chikungunya.

Neste ano, a capital já confirmou mais de 2 mil casos das duas doenças, ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Isso equivale a uma média de 500 fortalezenses adoecendo todo mês, cerca de 16 por dia.

Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e coletados pelo Diário do Nordeste na tarde de quarta-feira (10).

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A maioria dos casos confirmados em Fortaleza é de dengue, cujo vírus circula há mais tempo no Estado. De janeiro a 9 de maio, foram 1.879 registros na capital, dos quais 2 foram classificados como graves.

Uma pessoa morreu por complicações da doença, caso registrado no Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), segundo o Sistema de Monitoramento Diário de Agravos (Simda), da SMS.

O bairro com maior presença da arbovirose até agora é a Barra do Ceará, que já confirmou 71 casos de dengue neste ano. Em seguida, aparecem Cristo Redentor, com 62 exames positivos; e Jangurussu e Messejana, com 52 confirmações cada.

A chikungunya, por outro lado, foi identificada em 132 pacientes na capital, número bem menor que no mesmo período de 2022, quando uma grave epidemia da doença assolou o Ceará. Em 2022, até abril, Fortaleza já contabilizava 1.524 infectados.

Já o zika vírus, que preocupa diversos grupos de risco, sobretudo gestantes, não causou nenhuma infecção em Fortaleza em 2023.

Quais os sintomas da dengue

As arboviroses têm sintomas em comum, mas algumas especificidades importantes para auxiliar no diagnóstico.

Na dengue, os sintomas são, em geral:

  • Febre alta (acima de 38°C);
  • Dor no corpo e articulações;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dor de cabeça;
  • Manchas vermelhas no corpo;
  • Hemorragias (em casos mais graves).

640
casos de dengue em Fortaleza foram notificados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade. A UPA Cristo Redentor lidera, com 256 pacientes infectados.

Os sintomas da chikungunya são:

  • Febre;
  • Dores no corpo (principalmente nas articulações);
  • Dores articulares prolongadas por meses.

Já na zika, os pacientes em geral apresentam:

  • Febre (mais baixa em relação às outras arboviroses);
  • Olhos avermelhados;
  • Coceira.

Como tratar dengue

Ainda não existe um tratamento ou antiviral específico para a dengue, mas o Ministério da Saúde recomenda aos profissionais médicos que, para casos de sintomas leves, prescrevam:

  • Repouso relativo, enquanto durar a febre;
  • Estímulo à ingestão de líquidos;
  • Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
  • Não administração de ácido acetilsalicílico;
  • Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em caso de sinais de alarme.

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