Em 'eclosão assistida', cerca de 170 tartarugas-marinhas filhotes caminham para o mar na orla de Fortaleza; veja vídeo

O momento foi coordenado por pesquisadores do Instituto Verdeluz, uma ONG de educação, ativismo e conservação ambiental que atua na Cidade

Escrito por
Luana Severo luana.severo@svm.com.br
Ninho de tartaruga telado por pesquisadores da ONG Instituto Verdeluz
Legenda: Pesquisadores do Instituto Verdeluz costumam telar ninhos em áreas de risco para os animais
Foto: Arquivo Pessoal

Cerca de 170 tartarugas-marinhas nasceram nesta quarta-feira (2), na Praia do Futuro, em Fortaleza. O momento em que os filhotes caminharam para o mar foi assistido por um apinhado de gente, a convite do Instituto Verdeluz, uma Organização Não Governamental (ONG) de educação, ativismo e conservação ambiental que atua na Cidade.

Segundo a bióloga Alice Frota, coordenadora do programa de conservação de tartarugas-marinhas (GTAR-Verdeluz), a ONG tem promovido algumas "eclosões assistidas" há cerca de três anos, tanto para conscientizar a população sobre a preservação ambiental como, também, para cobrar dos governos políticas públicas de proteção aos animais.

Mas, nem todo ninho eclode às vistas de todos. "A gente colhe alguns para fazer uma 'eclosão assistida', não é uma coisa que a gente faz com todos, até porque estressa os animais, em algum grau", explica a bióloga.

Geralmente, de acordo com Alice, as tartarugas nascem à noite, em "bolsões" espalhados pela orla da Praia do Futuro e da Sabiaguaba. O natural é que os bebês "engatinhem" em direção ao oceano, conduzidos pelo brilho da luz da lua e das estrelas refletido nas "espumas" da água. Contudo, em alguns momentos, atraídos pelos clarões dos postes de iluminação pública, eles seguem no caminho contrário e acabam chegando à avenida, onde ficam sujeitos a atropelamentos.

Foi para evitar essa situação que o Verdeluz decidiu iniciar um monitoramento contínuo para telar os ninhos em áreas de maior risco.

De acordo com o Instituto Verdeluz, as desovas de tartarugas-marinhas na orla de Fortaleza ocorrem em dezembro. Os filhotes começam a nascer poucos meses depois, entre fevereiro e junho. A ninhada que foi solta para o mar nesta quarta (2) é da espécie tartaruga-de-pente.

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Interferência humana

Um dos motivos para a ONG promover eclosões assistidas é educar a população para o cuidado com os animais silvestres. Isso porque, segundo Alice Frota, é comum que pessoas interfiram no processo natural, principalmente quando as tartarugas estão nascendo. "Pegam no filhote. Isso estressa o animal. Mas, a gente percebe que [o comportamento] é muito mais de curiosidade", entende a bióloga.

No entanto, existem casos, também, de quem pega filhotes para vender em feiras livres e de quem, por desconhecimento, acaba por interromper a tartaruga-mãe no momento em que ela sobe para a praia para deixar os ovos. "A tartaruga vai embora sem desovar. Volta para o mar e vai escolher outra praia, porque não se sentiu segura ali", diz Alice.

A orientação, lembra a bióloga, é de não mexer nos animais. E, em caso de ajuda, acionar o Corpo de Bombeiros do Ceará ou o Instituto Verdeluz.

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Serviço

Instituto Verdeluz

Contato: @institutoverdeluz ou (85) 9 9690-1269, que é o número do GTAR-Verdeluz

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