De novatos a bicampeão: conheça cearenses medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática

Estudantes igualaram quantidade de prêmios em relação a 2019, mas ganharam dois ouros a mais.

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Patrícia, Lucas e Marco Aurélio: alunos se destacaram entre milhões de inscritos em todo o País.
Foto: Arquivos pessoais

Números, fórmulas complicadas e questões desafiadoras não intimidam Patrícia Marquesini Barbosa, aluna da Escola Professora Ana Lúcia da Silva, em Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A facilidade com a matéria garantiu a ela uma medalha de ouro na mais recente Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), realizada em 2021. Foi a primeira participação da estudante de 13 anos, que cursa o 8º ano do Ensino Fundamental.

Segundo ela, a desenvoltura com os números é natural e sempre a interessou. “Inclusive, ajudo meus colegas quando a professora pede”, conta a garota, que se disse “feliz” quando recebeu a notícia da direção da escola.

Para o futuro, essa relação com a matemática deve seguir: Patrícia pensa em cursar o Ensino Superior em Administração ou Contabilidade. Até lá, pretende continuar competindo em mais Olimpíadas para aprimorar a aprendizagem.

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Alunos matriculados na rede pública de ensino do Ceará conquistaram 336 medalhas na 16ª edição da Obmep, sendo 22 de ouro, 75 de prata e 239 de bronze. Em todo o país, mais de 7 mil estudantes foram contemplados. A competição ocorreu em 2021 e teve resultado divulgado no fim de janeiro.

Os cearenses igualaram a marca atingida na edição anterior, em 2019, mas se saíram melhor: naquele ano, foram 20 medalhas de ouro, 75 de prata e 241 de bronze. Eles competiram junto a mais de 17,3 milhões de estudantes de todo o País.

Ao contrário da estreante Patrícia, Marco Aurélio Gonçalves Ximenes, 19 anos, é bicampeão na Obmep: em 2021, repetiu o feito de dois anos antes. Egresso da Escola Estadual Lysia Pimentel, de Sobral, hoje ele cursa o segundo semestre de Engenharia da Computação na Universidade  Federal do Ceará (UFC).

Acho que sempre tive facilidade. Sempre gostei, mas nunca tinha ganhado medalha até o Ensino Médio. Lá na escola tem muito incentivo às olimpíadas, tem até um grupo olímpico extracurricular, que ajuda além das matérias.

Segundo Marco Aurélio, o apoio escolar deu-lhe confiança para buscar as premiações. Agora, na faculdade, percebe que já colhe os bons frutos da base construída na Educação Básica, e pretende continuar seguindo no mundo dos números.

Legenda: Mais experiente, Marco se destacou em categoria especial para alunos que terminaram o Ensino Médio durante a pandemia.
Foto: Arquivo pessoal

Incentivo para além da escola teve Lucas Ramos de Freitas, 15, hoje aluno da rede estadual de Paraipaba: com mãe professora, a dedicação aos estudos sempre teve mais espaço em casa. A medalha de  ouro, porém, foi uma construção de longo prazo.

“No 6º ano, fiz pela primeira vez, só por experiência. Depois, continuei estudando e consegui menção honrosa. Em 2020 e 2021, me dediquei a estudar para a Olimpíada.Meu professor sempre me motivou”, explica.

A preparação teve ajuda de aulas extras, aos sábados, com apoio da Prefeitura da cidade. Além da própria premiação, Lucas comemora que outros amigos de “cursinho” também tenham recebido medalhas de prata e bronze.

Agora no Ensino Médio, ele planeja continuar não só buscando bons resultados nas próximas Obmeps, mas também em outras áreas do conhecimento, como a Olimpíada Brasileira de Astronomia (Oba). Já para o futuro profissional, também não projeta ficar longe dos números: hoje, sua principal opção é Engenharia de Software.

Ao todo, o Brasil teve 575 medalhas de ouro, 1.725 de prata, 5.175 de bronze e 51.900 certificados de menção honrosa.

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Edição 2022

Até 17 de março, estão abertas as inscrições para a 17ª edição da Obmep. Escolas públicas municipais, estaduais, federais e escolas privadas de todo o país podem participar. As inscrições são feitas exclusivamente pelas escolas. 

A Obmep é realizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e se destina a estudantes dos Ensinos Fundamental (6º ao 9º ano) e Médio. A Olimpíada ocorre em duas fases: a primeira composta por uma prova objetiva de 20 questões, em junho, e a segunda por uma prova discursiva de 6 questões, em outubro. 

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