Com leão africano e crânio de golfinho, Museu de História Natural do CE tem exposição de aniversário

Equipamento de pesquisa e divulgação científica completa 5 anos

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Imagem de leão empalhado na sala de um museu
Legenda: Entre os diversos animais à mostra, estão um leão vindo diretamente da África e um crânio de cachalote, além de serpentes, aves e jacaré
Foto: Sheila Fernandes/MHNCE

O Museu de História Natural do Ceará Professor Dias da Rocha, equipamento da Universidade Estadual do Ceará (Uece) em Pacoti, completa 5 anos em 2024 e promove nesta semana uma exposição comemorativa para marcar a data. Entre os diversos animais à mostra, estão um leão vindo diretamente da África e um crânio de cachalote, além de serpentes, aves e jacaré. 

Fruto de uma parceria entre Uece, Museu Nacional e Secretaria Estadual da Cultura (Secult), o MHNCE teve protocolo de intenções assinado em 23 de agosto de 2019, data considerada sua criação oficial.

sala de museu no Ceará com diversos animais empalhados, incluindo um leão, aves, jacaré e cobra
Legenda: Leão africano é atualmente a peça mais importante do equipamento
Foto: Sheila Fernandes/MHNCE

No início, o Museu tinha um acervo de 1.600 espécimes, incluindo o acervo histórico do naturalista Francisco Dias da Rocha, pertencente ao Museu do Ceará. Após cinco anos, o equipamento viu o patrimônio crescer significativamente: hoje, guarda mais de 16 mil exemplares da fauna e flora, a maioria predominante do Estado.

Urubu-rei empalhado no Ceará
Legenda: Urubu-rei, material histórico do naturalista Dias da Rocha (1869-1960) que tem mais de 100 anos
Foto: Sheila Fernandes/MHNCE

No entanto, também inclui espécies de fora do Brasil. Entre eles, um leão africano que integra um acervo doado ao local neste ano. Segundo um dos curadores do MHNCE, Rodrigo Castellari Gonzalez, a estimativa é que ele meça 1,80 metros e pese cerca de 200 kg.

Além do "rei da selva", os visitantes poderão conferir de perto:

  • javali africano
  • harpia
  • gato do mato
  • tamanduá mirim
  • urubu-rei
  • tucano
  • periquito cara-suja
  • serpente malha de fogo

Rodrigo lembra que o espaço começou como um projeto simples, mas foi ganhando força e apoio de outras entidades e pessoas. Hoje, o Museu tem cinco curadores e mais de 80 voluntários de diversas universidades, tornando-se um centro de referência em ensino, pesquisa e extensão.

“O acervo fomenta muitas pesquisas, temos uma produção científica muito grande e descobrimos ocorrências novas no Estado”, comemora o pesquisador.

Vale ressaltar que o espaço não guarda animais vivos. Para preservá-los, é preciso interromper a decomposição e submetê-los a um processo de taxidermia - técnica conhecida popularmente como “empalhar animais”.

Veja também

Pesquisas científicas

A exposição comemorativa não está separada por tipos de animais, mas pela evolução histórica da ciência no Ceará. Desde os antigos naturalistas e do desenvolvimento da zoologia e da botânica no Estado à descoberta de espécies como a jararaca-verde, a malha de fogo e o periquito cara-suja, os visitantes têm um panorama do trabalho já realizado.

As pesquisas se traduzem em números. Até o momento, o Museu contribuiu em 70 artigos científicos publicados, além de ter diversas monografias, dissertações e teses em andamento. As atividades expositivas também chegaram a mais de 50 escolas.

Monitora mostra serpentes conservadas em pote a estudantes
Legenda: Museu tem grande acervo de répteis, insetos, aves e mamíferos à mostra
Foto: Sheila Fernandes/MHNCE

Rodrigo Gonzalez lembra que, em muitos casos, o equipamento se torna o primeiro contato de muitos alunos com a prática em biologia, e da própria população com espécies que nem conhecia.

“Muitos falam que a única oportunidade que têm para ver é aqui. O Museu também se torna uma alternativa de lazer para população em geral, que a vida toda só ouviu e agora pode ver um leão de verdade. Não só ele, mas a história por trás de tudo isso, de várias coisas descobertas”, destaca.

O pesquisador também ressalta o apelo ecológico de preservação das espécies, já que alguns exemplares entram no acervo após terem sido caçados ilegalmente ou atropelados em rodovias cearenses.

Programação

A programação de aniversário do MHNCE inclui uma exposição aberta ao público e atividades de educação ambiental para todas as idades, que estão distribuídas ao longo do campus em Pacoti.

Estudantes analisam pássaros empalhados com uma lupa
Legenda: No local, estudantes e visitantes têm oportunidade de entrar em contato próximo com alguns espécimes
Foto: Sheila Fernandes/MHNCE

No local, o público tem a oportunidade de tirar fotos com exemplares (uma “selfie animal”), participar de jogos interativos como jogos da memória e de tabuleiro, dominó histórico, adivinhação, pinturas e caça-palavras. 

Segundo a organização, as atividades tanto servem para conscientizar o público sobre a importância da preservação da fauna e flora da Serra de Baturité e do Ceará como para marcar a importância dos museus de história natural.

5 anos do Museu de História Natural do Ceará

Onde: Rua Divino Salvador, 225, Centro - Pacoti (a cerca de 100km de Fortaleza)
Quando: 17 a 25 de agosto, das 9h às 17h
Programação gratuita para todas as idades
Visitas de escolas ocorrem mediante agendamento pelo e-mail: mhnce.diasdarocha@uece.br 

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