Ceará está há seis semanas com redução de demanda por leitos de Covid-19; queda chega a 80%
Cenário nas unidades de saúde reflete menor positividade de testes desde o fim de janeiro
O Ceará já verifica seis semanas consecutivas de diminuição nas solicitações de leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento da Covid-19, chegando a 80% de redução. As informações são de balanço através da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Após crescimento paulatino desde dezembro de 2021, a demanda pelos equipamentos alcançou seu pico na segunda quinzena de janeiro, quando a rede pública de saúde recebeu, em média, 112 requisições de leitos.
Contudo, com a queda na positividade de testes confirmada pelo poder público, o Estado voltou a ter baixa nas solicitações. Atualmente, esse número está em 22, com base nos dados da última semana, de 20 a 26 de fevereiro.
O índice de 80% também reflete o decréscimo na demanda por enfermarias, destinadas a casos menos graves. Entre os dois períodos, os requerimentos diários caíram de 79 para 16.
Já na análise das UTIs, o pico foi um pouco mais tardio, na última semana de janeiro, com média de 35 pedidos diários. No último intervalo de fevereiro, o número caiu para 7.
Após avaliar que os índices da doença continuam em queda no Ceará, o governador Camilo Santana anunciou que renovou o decreto de combate à pandemia da Covid-19, sem alterações. A determinação vale até o próximo dia 6 de março.
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Controle deve ser contínuo
No Estado, os indicadores epidemiológicos mostram uma 3ª onda rápida, mas intensa, causada principalmente pela alta transmissibilidade da variante Ômicron. Como ela continua em circulação, especialistas revelam preocupação com o período de Carnaval.
“Em janeiro, as pessoas voltaram a se cuidar, então nem todo mundo se infectou. A grande preocupação agora é que as pessoas se descuidem de novo, liberem o comportamento, criem situação para que o vírus se prolifere”, alerta o médico infectologista Keny Colares.
A virologista Caroline Gurgel, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), também reforça que “em nenhum momento é para a gente acreditar que a pandemia acabou, até porque nós passamos por isso várias outras vezes”.
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“O vírus tem o potencial enorme de produzir novas variantes; inclusive, a Ômicron já está com uma subvariante, a BA2, que os estudos mostram que é pior, mais virulenta. Tem uma capacidade maior de produzir casos graves, quando a gente analisa o total de casos de Covid. E isso é preocupante”, explica.