Ceará é o 1º do Nordeste com mais casamentos gays e lésbicos, diz IBGE
Estado teve aumento de 14% em uniões homoafetivas entre 2023 e 2024.
O Ceará consolidou sua posição como líder regional em união civil entre pessoas do mesmo sexo, com o maior número de casamentos homoafetivos de todo o Nordeste em 2024, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil. Além da liderança nordestina, o Estado atingiu o 5º lugar no ranking nacional, somando casamentos entre homens e entre mulheres.
Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10), mostram que o Nordeste somou 2.172 casamentos homoafetivos naquele ano. No contexto regional, o Ceará se sobressaiu com 570 registros, sendo 216 entre homens e 354 entre mulheres.
Isso corresponde a cerca de 25% do total da região, que tem 9 Estados. Comparado aos vizinhos, o Ceará superou estados populosos como a Bahia, que registrou 441 casamentos (298 entre mulheres e 143 entre homens), e Pernambuco, com 377 uniões (258 entre mulheres e 119 entre homens).
Veja também
Na esfera nacional, os 570 casamentos registrados no Ceará garantiram ao Estado a 5ª colocação do Brasil (veja ranking mais abaixo).
As informações do levantamento mostram um aumento de 14% no Estado. Em 2023, também líder no Nordeste, foram registradas 200 uniões entre homens. Além disso, foram 299 entre mulheres - atrás apenas de Pernambuco, com 305.
Casamentos entre gays
O Ceará lidera disparado o ranking regional de casamentos entre cônjuges masculinos, com 216 registros em 2024. O total de casamentos entre homens na região Nordeste foi de 766. Veja o ranking:
- Ceará - 216
- Bahia - 143
- Pernambuco - 119
- Paraíba - 71
- Maranhão - 67
- Rio Grande do Norte - 64
- Alagoas - 43
- Piauí - 25
- Sergipe - 18
Casamentos entre lésbicas
A liderança do Ceará é ainda mais acentuada nos casamentos entre cônjuges femininos, que somaram 354 registros no estado. O Nordeste como um todo totalizou 1.406 casamentos entre mulheres. Compare:
- Ceará - 354
- Bahia - 298
- Pernambuco - 258
- Paraíba - 161
- Rio Grande do Norte - 111
- Maranhão - 83
- Alagoas - 75
- Piauí - 46
- Sergipe - 20
Concentração regional no Ceará
Os casamentos entre cônjuges femininos ocorreram principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que contabilizou 261 uniões. A capital, sozinha, foi responsável por 179 desses registros.
Outras áreas registraram volumes bem menores: a Região Metropolitana do Cariri teve 18 casamentos entre mulheres, e a Região Metropolitana de Sobral, 5 uniões.
A distribuição geográfica para os casamentos entre cônjuges masculinos seguiu padrão semelhante. A RMF liderou com 157 registros, sendo 92 casamentos entre homens só na capital. Na Região do Cariri, foram 9 uniões, e na Região de Sobral, mais 5.
Cenário nacional
Em 2024, o Brasil registrou um total de 12.187 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, sendo 7.876 uniões entre cônjuges femininos e 4.311 entre cônjuges masculinos. O número cresceu 8,8% em relação a 2023, que teve 11.198 uniões.
A região Sudeste, puxada por São Paulo e Minas Gerais, concentra a maior parte dos registros de casamentos homoafetivos no Brasil.
São Paulo lidera com folga o ranking nacional, totalizando 4.534 uniões em 2024 (2.958 femininas e 1.576 masculinas). Em seguida, aparecem Minas Gerais, com 1.311 registros (825 femininos e 486 masculinos), e Rio de Janeiro com 823 registros (551 femininos e 272 masculinos).
Veja o ranking:
- São Paulo: 4.534
- Minas Gerais: 1.311
- Rio de Janeiro: 823
- Paraná: 663 (431 femininos e 232 masculinos)
- Ceará: 570
A região Sudeste lidera em registros, com 4.451 casamentos femininos e 2.396 casamentos masculinos, totalizando 6.847 uniões. O Sul ocupa o segundo lugar em volume, somando 1.038 casamentos femininos e 581 masculinos, totalizando 1.619. Já o Nordeste é a terceira, com 2.172 totais.
Já as Regiões Norte (435) e Centro-Oeste (1.114) tiveram os menores registros no país.
Casamento homoafetivo no Brasil
O casamento homoafetivo é realizado no Brasil há pelo menos 14 anos. Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres, reconhecendo a união homoafetiva como um núcleo familiar.
Dois anos depois, em maio de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) passou a obrigar os Cartórios de Registro Civil de todo país a realizarem o casamento entre pessoas homossexuais, a partir da Resolução nº 175.