Fortaleza inicia vacinação contra bronquiolite e pneumonia; veja público-alvo
Mais de 7 mil doses estão disponíveis em todos os 134 postos de saúde da Capital. A vacina é totalmente gratuita.
A partir desta segunda-feira (8), todos os 134 postos de saúde de Fortaleza passam a oferecer, de maneira gratuita, a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VRS), responsável por ocasionar bronquiolite e pneumonia em bebês e crianças de até dois anos.
A campanha é direcionada apenas para gestantes a partir da 28ª semana. Ao Diário do Nordeste, a secretária Adjunta da Saúde, Aline Gouveia Martins, reforçou que "a vacinação é necessária para que a população se proteja não somente contra o vírus sincicial, mas também contra todos os outros vírus nos quais tem vacina disponível".
Para ter acesso à vacina, é preciso apenas apresentar o cartão de vacinação e um documento de identidade com foto. A Secretaria da Saúde (SMS) informou que a vacina é de dose única, e não há restrição de idade para a mãe.
Conforme a gestão municipal, atualmente, cerca de 12 mil gestantes estão em acompanhamento pré-natal na rede pública de Saúde. Dessas, 4 mil estão na faixa gestacional pensada para a aplicação.
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Importância da vacinação
O município recebeu 7.057 doses da vacina, chamada de "Abrysvo", na última semana. Este é um número "suficiente" para atender todo o público alvo, segundo a secretaria adjunta Aline Gouveia. O imunizante foi fabricado pela Pfizer e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril de 2024.
A Abrysvo já foi utilizada na China e Argentina, onde foi observada a redução significativa de casos por bronquiolite causada pelo VSR, demostrando a efetividade do imunizante. Ele também foi incorporado ao Calendário Nacional de Vacinação da Gestante.
Gestantes que estão próximas de dar à luz também podem se vacinar. Porém, é recomendável realizar o processo quanto antes, a partir do prazo de gestação estipulado pelo Ministério da Saúde.
É importante que as mães se vacinem a partir da 28ª semana para que a imunidade dela tenha tempo de se desenvolver. Depois da aplicação, os anticorpos são formados e levados até o bebê pela placenta. Eles ficam em circulação pelo corpo da criança até os seis meses, quando o pulmão dele ficará mais desenvolvido.
Aline Gouveia lembra que a aplicação dessa vacina não anula a eficácia de outras. "Mesmo que a mãe já tenha se prevenido contra o VSR, ela deve se preocupar em receber as outras vacinas, pois são recomendadas para tipos diferentes de vírus", disse.
Ela também pede que as gestantes se atentem à amamentação por conta da importância dessa prática para a "imunidade transitória dos bebês".
O que é o VSR?
Conforme a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o VSR é uma das maiores causas de infecções respiratórias em recém-nascidos. Em adultos, a infecção por esse vírus também é capaz de causar casos graves e de piorar condições de saúde pré-existentes.
Nos bebês, a condição se agrava pela fragilidade dos órgãos internos, ainda em formação. A infecção tem início dois dias antes dos primeiros sintomas aparecerem, e só termina quando há completo controle do contágio.
O vírus pode entrar no organismo de diversas maneiras. As mais comuns são por meio de secreções do nariz ou da boca da pessoa infectada, por contato direto ou por gotículas.
Não existe um tratamento específico para o VSR ou para as doenças surgidas em decorrência dele, como a bronquiolite. Fora a prevenção com a vacina, outras estratégias pensadas para a maioria dos pacientes são a hospitalização para oxigenoterapia.
Segundo a SMS, de janeiro a setembro deste ano, 4.899 pessoas foram internadas nos hospitais da rede municipal por pneumonia e/ou bronquiolite aguda derivada do VSR. Do total, 3.786 eram crianças de 0 a 12 anos.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Dahiana Araújo.