A Páscoa é uma das comemorações mais importantes do calendário cristão. É neste período que os católicos relembram a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo. A celebração acontece durante a Semana Santa, período em que os fieis colocam em práticas muitas tradições, como a abstinência de carne na Sexta-Feira da Paixão.
A orientação, no entanto, acaba confundindo algumas pessoas. Segundo o padre Helano Samy da Silva Holanda, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Fortaleza, isso acontece diante de duas recomendações distintas da Igreja Católica: a abstinência de carne e o jejum.
Segundo ele, a recomendação da Igreja é que o Jejum seja feito na quarta-feira de cinzas e na Sexta-Feira Santa. "O jejum consiste na omissão de uma ou duas refeições e se a pessoa tiver fome pode comer apenas o pão e se tiver sede pode tomar água, e depois pode quebrar o jejum na terceira refeição", explica.
Já a abstinência, conforme esclarece, vem de uma tradição do período da Quaresma, em que a Igreja convida os fieis especialmente às sextas-feiras para que não comam carne vermelha, em referência a Paixão do Senhor, quando Cristo morreu na Cruz.
O que significa não comer carne na Sexta-Feira Santa?
Ainda conforme o padre Helano Samy, a abstinência de carne vermelha é uma cultura antiga da Igreja decorrente do judaísmo, que se refere aos animais de sangue quente, sejam eles mamíferos ou aves, para que não seja derramado sangue nesse dia.
Frango é permitido?
Dessa forma, o frango também não é permitido. Somente peixes e vegetais não entram nessa categoria e o consumo é permitido.
"Para nós que somos católicos existem dois significados: o de não derramar sangue para imprimir sofrimento em um animal e o de permitir que os rebanhos se recuperem. No período do judaísmo havia um costume chamado ano sabático, quando se devia deixar a terra descansar, e não poderia nem matar animais do rebanho e nem colher frutos na terra. O catolicismo herda essa tradição e também temos essa cultura de que os rebanhos se renovem", explica.