65 cidades do Ceará não terão aplicação do Enem; veja mapa
Candidatos cearenses realizam as provas deste domingo (5) em 119 localidades do Estado

Estudantes, treineiros e demais inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 que vivem em 65 cidades do Ceará deverão viajar para realizar a prova, neste domingo (5). No Estado, apenas 119 dos 184 municípios terão locais de aplicação.
Os mais de 241 mil candidatos cearenses estão distribuídos em 718 locais de prova e 8.575 salas de aplicação, entre escolas, universidades e outros pontos, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
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A cidade com maior quantidade de inscrições é Fortaleza, onde 74.116 candidatos estão confirmados. É o 3º maior número do Brasil, segundo o levantamento oficial do Inep.
Em seguida, aparecem Juazeiro do Norte (9.768 inscritos) e Sobral (7.890), no interior do Estado; e Caucaia (7.516) e Maracanaú (5.748), ambas na Região Metropolitana de Fortaleza.
Locais sem prova do Enem
Entre os locais que não terão aplicação da prova do Enem neste ano estão os municípios de Choró, no Sertão Central; Fortim, no Litoral Leste; e Guaramiranga, no Maciço de Baturité. Outras 62 localidades se somam à lista.
Isso não significa que não há inscritos nessas cidades, mas que os candidatos vão precisar ir até outro município para participar do Enem – e esse pode ser só um dos desafios de quem vive no interior do Estado.
Jakeline Andrade, professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), analisa que são necessárias políticas públicas não só para a realização das provas como também para auxiliar no período da graduação.
“Quando falamos das universidades públicas, tivemos um aumento significativo, como o exemplo da UFC em Sobral, Crateús, na região do Cariri e a Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira)”, acrescenta.
Ter de mudar de cidade é uma realidade compartilhada por muitos estudantes do interior, que vêm à Fortaleza, por exemplo, para conseguir um diploma.
“Quando esses candidatos vêm para os cursos mais concorridos aqui na Capital, por exemplo, temos de novo a necessidade de políticas, como a residência universitária, o transporte e bolsas de auxílio e restaurante universitário”, detalha Jakeline.
Não necessariamente os cursos que temos no interior são os cursos que os candidatos têm interesse, apesar de termos até cursos de medicina fora dos grandes centros.
Um projeto de lei (PL) apresentado pela Bancada da Educação da Câmara dos Deputados no dia 27 de outubro propõe a garantia de que todos os candidatos tenham locais de prova perto de casa ou acessíveis por transporte público. Em casos contrários, o acesso deve ser bancado pelo poder público.
O PL ainda tramitará no Congresso Nacional e, assim, não deve impactar o Enem 2023. Pela proposta, a alocação dos estudantes deverá considerar as especificidades regionais e de grupos vulneráveis.