“Sempre tive fé no padrinho”: relato de fiel detalha reflexos da devoção em Padre Cícero
Em conversa com equipe do Verso, Inez Pereira de Melo fala, em primeira pessoa, sobre a própria crença absoluta no poder do Padim
“Primeiro Deus, segundo o meu padrinho. Tudo que eu quero peço a ele e, graças a Deus, até hoje tem dado tudo certo. Ele já me atendeu muito. Você vê o caso do Jefferson Fialho, filho de minha amiga. Descobriram que ele estava com meningite em 2017. Fui a Juazeiro, onde nasci, para pegar água mineral benta, aquelas que vendem na garrafinha mesmo, com a imagem do padrinho.
Moro no Rio de Janeiro há 20 anos, mas foi necessário, tinha que fazer isso. No mesmo dia em que fui pegar a água, a mãe dele me ligou pela manhã chorando muito, falando que os médicos tinham dito que só Jesus mesmo. Ele não estava mais andando, bem debilitado mesmo.
Era uma sexta-feira quando cheguei ao Rio. No domingo, fui visitar o Jefferson. Chegando ao hospital, perguntei: 'Meu filho, você tem fé? Você crê? Porque eu creio que meu padrinho Cícero vai lhe tirar daí'. Ele respondeu: 'Eu creio, mas no momento estou pedindo é pra morrer'.
Então conversei com ele dizendo que tinha trazido a cura. 'Olha, Jefferson, eu acredito que você vai beber essa água e ficar bom. E tem mais: quando isso acontecer, vai escrever uma carta com o diagnóstico do que sentiu para eu levar pro meu padrinho. Você faz isso?'. Ele disse, 'eu faço'.
E foi ele mesmo que escreveu a carta porque falei para o meu padrinho que eu ia levar a água, ele ia ficar bom e eu ia cumprir a promessa usando a batina do padrinho. E assim eu fiz. Ele superou totalmente a meningite. Da forma como ele estava, os médicos não acreditaram no que aconteceu. Disseram que ele foi curado.
Eu já sabia da tradição de escrever cartas porque sou de Juazeiro. Fui criada numa família muito católica, assim como o meu marido. Todo dia 20, íamos à missa para rezar para o padrinho. E já testemunhei muitas graças. Por exemplo: meu filho era pequeno quando teve icterícia.
Naquela época, não era algo tão comum, então o povo falava que ele ia morrer. Falei: “Ele não vai morrer. Tenho fé no meu padrinho, sempre acreditei nele”. Rezei para ele e hoje meu filho, também Cícero, está com 28 anos, curado, bem de saúde.
A minha vinda para o Rio de Janeiro também foi muito difícil. Foi durante a perda da minha mãe, você não sabe o sofrimento que eu estava passando. Roguei a ele, ajoelhada: 'Meu padrinho, mostra um meio de meu esposo poder viajar', porque ele estava desempregado e tinha um irmão lá na cidade. Pedi a ele que desse tudo certo. E aconteceu.
Hoje, estou pedindo para ir embora, voltar para a minha terra. E ele é tão bom que, falando na intimidade com ele, fiquei sabendo que ganhei uma casa em Juazeiro. Espero retornar logo. Meu esposo e eu a gente já estamos nos organizando para aproveitar essa bênção.
O que eu acho é que temos que ter fé e acreditar que vai acontecer. Se você faz um pedido a meu padrinho e você tiver essa fé, a coisa vai dar certo. Acredito que, se você pedir e crer que vai ser realizado, esse pedido vai se concretizar.
Tem muita coisa que meu padrinho faz milagre. Muita. Quando vão visitá-lo, na própria cidade dele, tem gente que nem acredita. Eu fico emocionada, maravilhada, porque ele não é brincadeira, não.
Hoje minha história é marcada por esse fervor que trago no coração, que não vai passar nunca. Meu filho, abaixo de Deus, foi curado por ele; meu vizinho, Jefferson, também. Meus caminhos estão sempre abertos para andar com ele".
* Depoimento de Inez Pereira de Melo ao repórter Diego Barbosa