Nova série da Netflix, 'DNA do Crime' retrata ponto de virada na história da Polícia Federal

Baseada em um assalto que ocorreu na fronteira com o Paraguai em 2017, série estreia na plataforma de streaming no próximo dia 14 de novembro

Escrito por Ana Beatriz Caldas , beatriz.caldas@svm.com.br
Na trama, Benício (Rômulo Braga) e Suellen (Maeve Jinkings) são policiais federais investigando ações de um grupo criminoso transnacional
Legenda: Na trama, Benício (Rômulo Braga) e Suellen (Maeve Jinkings) são policiais federais investigando ações de um grupo criminoso transnacional
Foto: Guilherme Leporace e Alisson Louback/Netflix

Um policial que, após sofrer um trauma, se vê perdido, isolado e em busca de justiça. Uma policial que luta para ser reconhecida como uma boa profissional em um meio machista enquanto tenta equilibrar a vida familiar com a intensa rotina do ofício. 

Esses personagens já são velhos conhecidos de quem gosta de boas histórias de ação e suspense, mas chegam ao público brasileiro em um novo contexto no próximo dia 14 de novembro, em DNA do Crime, primeira série de ação policial brasileira da Netflix.

Criada e dirigida por Heitor Dhalia, a série conta com nomes como Rômulo Braga, Maeve Jinkings, Thomás Aquino e Pedro Caetano no elenco, e é o investimento mais alto que a plataforma de streaming já fez no audiovisual do País. 

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A narrativa é fictícia, mas se baseia em fatos reais, com foco em um caso que ocorreu em Ciudad del Este, no Paraguai, em 2017. A cidade vizinha de Foz do Iguaçu (PR) foi cenário de um assalto de proporções cinematográficas, quando a transportadora Prosegur foi invadida por um grupo de pelo menos 40 pessoas armadas.

Na trama, Benício (Rômulo Braga, de Rota 66 e O Rio do Desejo) e Suellen (Maeve Jinkings, de Os Outros e Aquarius) são policiais federais que acabaram de se tornar parceiros de ofício. Enquanto lidam com conflitos pessoais, os dois acabam envolvidos na investigação de um esquema criminoso transnacional – que pode estar ligado a um trauma vivido pelo protagonista em um passado recente.

Para Rômulo, a série tem todos os ingredientes necessários para agradar o público brasileiro. “Tem o famoso ‘tiro, porrada e bomba’ para quem gosta, tem a famosa investigação – o suspense – para quem gosta, tá ali também. Tem os dramas pessoais e subjetivos, que estão ali para quem gosta também. Tem relações de tensões sexuais, de disputas, de raiva, de traições”, resume o ator. 

Ação que só se vê no Brasil

Corrupção policial e conflitos com o tráfico são temas abordados na série
Legenda: Corrupção policial e conflitos com o tráfico são temas abordados na série
Foto: Guilherme Leporace e Alisson Louback/Netflix

Em entrevista ao Diário do Nordeste, a atriz Maeve Jinkings contou que a história narrada em “DNA do Crime”, difere de muitas outras obras do gênero policial por focar em problemas enfrentados com muita frequência no Brasil e em países fronteiriços, a exemplo do problema da corrupção policial e dos confrontos com o tráfico.

Ainda que a gente tenha algumas experiências nesse gênero policial, acho que historicamente a gente tem pouco no Brasil. A gente tá amadurecendo nisso, felizmente tem coisas muito boas sendo realizadas
Maeve Jinkings

“A join venture do crime, eu não tinha ideia disso, e é uma coisa muito nossa, muito brasileira”, comentou a atriz. O aspecto principal da série, o uso da genética para solução de crimes, também remonta a uma experiência nacional: o ponto de virada na história da Polícia Federal a partir do uso do DNA para investigações e o consequente fortalecimento da instituição após esse momento.

Mulher na polícia 

Em meio à investigação de sua vida, a personagem Suellen enfrenta problemas em casa por decidir se dedicar ao trabalho
Legenda: Em meio à investigação de sua vida, a personagem Suellen enfrenta problemas em casa por decidir se dedicar ao trabalho
Foto: Guilherme Leporace e Alisson Louback/Netflix

Para Maeve, além das características que compõem o gênero de ação policial, a série deve suscitar debates relevantes, como a questão da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. No processo de construção da personagem Suellen, a atriz conversou e conviveu com mulheres que são policiais federais e a ajudaram a entender um pouco dos desafios vivenciados por elas diariamente.

“Todas nós vivemos isso, em todos os ofícios. Se você falar com qualquer profissional, existe essa dimensão do machismo, mas eu acho que [a Polícia Federal] é uma instituição naturalmente masculinizada, pela presença e importância da força, o perigo que isso significa”, explica.

A atriz conta que ficou surpresa ao entender que, mesmo em um ofício historicamente masculino, as mulheres decidem reafirmar características e comportamentos ditos femininos, como a vaidade. “Isso foi muito fascinante pra mim, entender em que lugar a fragilidade e a força se colocam”, completa. 

Em DNA, Suellen luta para conseguir atender às demandas profissionais em um momento delicado – ela acaba de ter sua primeira filha e deseja retornar ao trabalho para demonstrar seu valor como profissional e mulher, o que traz muita confusão, sofrimento e transformação para a personagem, segundo Maeve.

“Estou muito curiosa para saber que debates isso vai gerar nos espectadores, e também em termos de comportamento”.

Assista ao trailer:

SERVIÇO

DNA do Crime

Estreia 14 de novembro de 2023, na Netflix
Ficha técnica: Criação e direção geral de Heitor Dhalia, roteiro de Bernardo Barcellos e Bruno Passeri, produção de Manoel Rangel e Egisto Betti e realização da Paranoïd
Com Rômulo Braga, Maeve Jinkings, Thomás Aquino e Pedro Caetano

 
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