Gabriel Aragão, do Selvagens à Procura de Lei, escolhe Fortaleza para lançar primeiro álbum solo
O cantor, compositor e escritor falou dos novos desafios para o podcast Que Nem Tu. Na conversa, ela fala como enfrentou a timidez, a clara opção pelo autoral, o clima com a banda e faz críticas às gestões culturais
Gabriel Aragão sabe o que é casa. O cearense ganhou o mundo espalhando suas composições, cantando e tocando com seus companheiros do Selvagens à Procura de Lei, escrevendo poemas e livros e fazendo encontros potentes. Roda o Brasil e o Mundo. Vai para Portugal, Rússia e para onde mais a música o convidar.
Mas, quando ele resolve lançar seu primeiro álbum solo, escolheu Fortaleza como palco. Sozinho- mas nem tanto- ele optou por parir "Rua Mundo Novo" ao redor de um público íntimo e familiar. Em meio ao novo, é bom sentir a segurança de casa. Sábado, o cantor, compositor e instrumentista se apresentar no Teatro Riomar, às 20h30, em um show que ele fez questão de garantir preço de ingresso acessível, entrada solidária, espetáculo com menos impacto ambiental.
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Tudo com sentido e propósito. Marcas de uma trajetória que Gabriel fala com orgulho. Em entrevista ao Que Nem Tu- podcast do Diário do Nordeste que entrevista nordestinos- o artista revela que 'Rua Mundo Novo'conta poéticamente da história de um nordestino que está no sudeste e sente saudades. "Tem uma coisa meio 'Lamento sertanejo' ou fotografia 3x4 nesse disco com esse lugar do cearense fora".
Qualquer semelhança com a própria história e com os sentimentos de Gabriel não é mera coincidência. Ele relembra os tempos em que precisou abandonar o Ceará para fazer morada em São Paulo e a saudade que dói e ainda sente do lar. A decisão de lançar o disco solo em paralelo a carreira da banda Selvagens À Procura de Lei, da qual é fundador, cantor e compositor, veio após um momento difícil da pandemia. Ele reconhece que o isolamento e a falta de perspectiva fizeram com que ele se voltasse pra dentro e compusesse muitas canções.
Para esse 'mundo novo', escolheu Marcelo Camelo como produtor musical. Realizou desejo de trabalhar com o artista e revelou o processo, que começou à distância, através de telefonemas. Mas depois se potencializou em Portugal, onde ele gravou o disco sobre o olhar de Camelo, que o trouxe ainda mais pro clima solar de Fortaleza.
"Esse disco eu chamei, por muito tempo, de 'Presença'. Mas "Rua Mundo Novo" foi um título que o Marcelo sugeriu também por causa da música. E por marcar também essa metáfora de primeiro disco solo". O encontro com Marcelo Camelo acontece em setembro de 2020. Ele ligou de Portugal e começaram a trocar ideia. "Tava com o repertório com acordes menores e eu achava que ele ia super adorar. Ele adorou. Mas ele sugeriu fazer um disco mais solar", conta.