Festival Sesi Bonecos do Mundo traz espetáculos gratuitos em Fortaleza

Espetáculos com ludicidade e criatividade chegam os palcos de Fortaleza com festival de bonecos. As trupes, vindas de diferentes estados e países, trazem alegria para crianças e adultos

Presente em todo o mundo, capaz de reunir fisionomias, tradições culturais, crenças e costumes, o Teatro de Bonecos sintetiza a arte das sociedades nas quais está inserido. Reflete os aspectos históricos, culturais, sociais de determinada comunidade. Atravessa o tecido político, econômico, religioso e educativo entre artistas e público.

Tradição no Ceará, a cultura dos bonecos é destaque no mês de novembro na capital do Estado. Considerado referência na área cênica brasileira, o festival Sesi Bonecos do Mundo segue de hoje até dia 11 de novembro, com programação gratuita no Theatro José de Alencar e Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC).

Após a passagem pelo chão cearense, o evento segue para a Paraíba (entre os dias 13 e 18). Estão reunidos mais de 150 artistas, oriundos de diversas nacionalidades, protagonistas de uma agenda com mais de 100 apresentações nas duas capitais. Em cena, estarão companhias dos Estados Unidos, Rússia, República Tcheca, Espanha, Argentina, Itália, Chile, Peru e Brasil, este representado por companhias de oito estados.

Chegou a hora de o público ter uma visita íntima pelas diferentes técnicas na arte de manipular bonecos. A programação inclui do tradicional mamulengo nordestino, passando pela manipulação com fios e varas, até apresentações nas quais os personagens são partes do próprio corpo dos atores. Esta é a segunda vez que o projeto vem ao Ceará com esse formato. A primeira foi em 2012. Como Sesi Bonecos do Brasil já se apresentou em 2004 e 2008. Somadas as três edições atingiram um público de cerca de 125 mil pessoas.

Patrimônio imaterial

Além das apresentações, o público pode visitar uma exposição com quase 300 bonecos. Boa parte do acervo, advém da coleção construída por Magda Modesto (1926 - 2011), uma das maiores pesquisadoras brasileiras nesta área. Materiais de mestres mamulengueiros também constam na mostra.

Isso evidencia a força do mamulengo como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, título concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2015. A edição 2018 oferta releituras de grandes clássicos da música e da literatura. Hoje, às 20h, no Theatro José de Alencar, "Alice Live" (MG), inicia a jornada do Sesi Bonecos do Mundo em Fortaleza e une no mesmo palco a banda Pato Fu e o grupo Giramundo, ambos das Minas Gerais.

Outro clássico em cena é "Aladim" que será encenado amanhã, mesmo horário e local, pelos tchecos The Forman Brother's Theatre. Ainda nessa linha, os russos do Teatro Tenj & PuppentheaterKunstSchutzverein trazem a sua visão da ópera "Carmen", do compositor francês Georges Bizet (1838-1875).

Integram a grade artística do festival a companhia Jordi Bertran, da Espanha, que mostrará sua Antologia Poética. Da Argentina, vem a Bululu Teatro, com o espetáculo "A Velha". Duas companhias italianas estão no Sesi Bonecos: Cia Dromosofista, com o espetáculo "Historietas de um Abraço"; e Giovago & Rondella, com " Quadri".

Do Chile vem David Juazola, que mostrará "O Jogo do Tempo". Hugo e Ines, do Peru, encantam o público com uma apresentação em que partes do corpo dos atores/manipuladores se transformam em personagens independentes. A companhia norte americana The Huber Marionettes traz todo o clima da Broadway para o festival.

Mamulengos

Além de Pato Fu e Giramundo, a lista de artistas brasileiros convidados inclui as companhias Mosaico Cultural (RS), Caixa de Imagens, Trucks, Pia Fraus (SP) e Cia Artesanal de Teatro (RJ). Mestres mamulengeiros vindos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Distrito Federal e do Ceará complementam a trupe.

Da sua criação em 2003 à estreia em 2004, até os dias atuais, o evento vem abrindo espaços generosos para o Teatro de Formas Animadas. Marionetes de 20 países e 23 estados brasileiros já rodaram por 26 capitais do País e pela capital federal. Segundo dados dos organizadores, já contemplou um público de 2 milhões e 300 mil pessoas.

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