Usinas termelétricas: Como funcionam e por que deixam a energia mais cara

Estado possui cinco grandes usinas do tipo, todas localizadas no Pecém

Escrito por Carolina Mesquita ,
Legenda: Três das usinas instaladas no Estado utilizam carvão mineral e as outras duas, gás natural.
Foto: JL Rosa

Acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão com baixo volume, as térmicas têm garantido a sustentação da matriz energética brasileira nos últimos meses. No Ceará, há cinco grandes usinas instaladas, chegando a corresponder a 47% da potência local.

O diretor de geração centralizada do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia), Luís Eduardo Barbosa, revela que, ao todo, o Brasil possui cerca de 550 usinas termelétricas instaladas.

Essa fonte de energia corresponde a 16% da potência brasileira, que ainda é dominada pelas hidrelétricas (65%).

"Estamos com um problema de escassez hídrica, principalmente no Sul e Sudeste. Nossa recarga não foi a esperada este ano e as termelétricas tiveram que ser acionadas para manter o sistema em operação", afirma Barbosa.

Quais são as usinas termelétricas do Ceará

  • Termoceará, pertencente à Petrobras e localizada em Caucaia com capacidade de 220 MW
  • TermoFortaleza, da Enel Geração Fortaleza, que possui 326,6 MW e está instalada no Pecém
  • Energia Pecém, com 720 MW
  • MPX Pecém 2, de 365 MW
  • CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém), que produz energia pra ela e vende o excedente no mercado

Confira as 10 maiores usinas térmicas do Brasil

  1. Em São Paulo, movida a bagaço de cana de açúcar, com 6.268 MW
  2. No Rio de Janeiro, a gás natural, possui 5.096 MW
  3. No Rio de Janeiro, utiliza urânio e conta com 1.990 MW
  4. Em Sergipe, usa gás natural como combustível e tem 1.524 MW
  5. No Maranhão, movida a gás natural, possui 1.520 MW
  6. Em Minas Gerais, a bagaço de cana de açúcar, com 1.241 MW
  7. Em Goiás, a partir do bagaço de cana de açúcar, conta com 1.412
  8. No mato Grosso do Sul, movida a bagaço de cana de açúcar, tem potência de 1.113 MW
  9. Em São Paulo, a gás natural, possui 1.110 MW
  10. No Amazonas, utiliza óleo diesel e conta com 1.102 MW

Como funcionam

As termelétricas produzem energia a partir da queima de algum combustível, que pode ser biomassa, carvão mineral, gás natural, óleo pesado, entre outros.

"Aquelas que usam diesel e carvão mineral, por exemplo, fontes fósseis em geral, são mais poluidoras, emitem uma grande quantidade de carbono. As de gás natural também emitem, mas bem menos. E ainda temos termelétricas renováveis, que é o caso das que usam biomassa"
Luís Eduardo Barbosa
Diretor de geração centralizada do Sindienergia

Três das usinas instaladas no Estado utilizam carvão mineral e as outras duas, gás natural.

Por que são mais caras?

Conforme Barbosa, o custo do combustível para a queima é justamente o que torna a energia das termelétricas mais caras. Ainda assim, o preço varia de unidadade para unidade.

"Cada tipo de geração é um negócio diferente. A formação do preço em um leilão varia para cada projeto, tanto que podemos ter dez eólicas em um mesmo leilão com preços diversos, é uma questão de mercado", pontua.

Por serem utilizadas como fonte backup do sistema, o custo de estarem inoperantes das térmicas, ou seja, o custo de manutenção, já é embutido na tarifa mesmo quando as hidrelétricas estão funcionando normalmente.

O adicional observado quando as termelétricas são acionadas é relativo à sua operação e, portanto, ao combustível necessário, conforme Barbosa.

"Quando precisamos das termelétricas, a regra é começar a operar da mais barata para a mais cara dependendo da necessidade do sistema. Hoje, já estamos com quase a totalidade das usinas despachadas"
Luís Eduardo Barbosa
Diretor de geração centralizada do Sindienergia

Ainda assim, ele garante que não há riscos de racionamento ou desabastecimento para este ano. No entanto, caso em 2022 não haja uma recomposição satisfatória dos reservatórios, é possível que o Governo Federal precise tomar medidas mais duras.

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