Prefeitura discute com Governo do CE ‘ampliar ajuda’ para custear ônibus de Fortaleza

Hoje, Estado contribui para o funcionamento por meio da isenção de impostos para empresas de ônibus

Imagem vista de baixo mostra ônibus de Fortaleza, veículo em branco e detalhes azuis.
Legenda: Aumento de recursos financeiros é colocado como necessidade para reforço do transporte público coletivo
Foto: Fabiane de Paula

Com a crise financeira que envolve o financiamento do sistema de transporte público coletivo de Fortaleza, a Prefeitura tem discutido com o Governo do Ceará a necessidade de “ampliar a ajuda” do Estado no custeio. 

A declaração foi dada pelo prefeito Evandro Leitão, nesta terça-feira (30), durante evento de saúde no bairro Conjunto Ceará. “Estamos discutindo com o Governo do Estado do Ceará para que ele pudesse ampliar a ajuda que ele hoje dá, que hoje é de R$ 26 milhões”, calculou o gestor.

Parte da população de Fortaleza vive, desde segunda-feira (29), momentos de crise, desde que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), suspendeu 25 linhas de ônibus na cidade, além de ter alterado a rota de outras 29. 

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A participação do Governo do Estado no custeio do sistema ocorre, hoje, por meio de três ações: 

  • Isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do diesel, que representa R$ 20 milhões em “auxílio” às empresas de ônibus;
  • Isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) da frota de ônibus, que representa R$ 4 milhões; e
  • Incentivo de R$ 2 milhões para Bilhete Único Metropolitano

A conta da circulação dos ônibus de Fortaleza é “paga” ainda pela Prefeitura, com subsídio mensal de R$ 14,5 milhões às empresas, em 2025; e pelos passageiros pagantes, com tarifa pública de R$ 4,50. 

O Sindiônibus, contudo, afirma que o subsídio municipal não tem sido suficiente para bancar a operação, diante da queda no número de usuários e do não aumento da tarifa cobrada.

Ajuda federal

Questionado pelo Diário do Nordeste sobre a possibilidade de pedir auxílio ao Governo Federal para pagar a conta do transporte, Evandro reforçou apenas que “mais de meio milhão de pessoas ainda usam os ônibus” da cidade, e que o problema “não será solucionado se não houver diálogo”, sem mencionar a União.

George Dantas, presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), confirma que “hoje a União ainda não contribui”, mas observa que existe um projeto de lei federal nesse sentido, “porque as capitais precisam desse apoio”.

“O orçamento das prefeituras não estava acostumado com esse custo, porque a demanda caiu bruscamente. Menos de 10% dos usuários de transporte coletivo hoje pagam a passagem inteira”, estima o gestor.

Vans e 'topics'

Também na manhã de hoje (30), o prefeito de Fortaleza afirmou que o transporte complementar com vans e 'topics' podem ser alternativa para reduzir os impactos da alteração no funcionamento de mais de 50 linhas de ônibus da cidade. 

“Nós estamos trabalhando para suprir essa ação desrespeitosa com a população fortalezense de outra forma, com o transporte complementar, para que a população não fique desassistida”, afirmou o gestor.

Nessa segunda-feira (29), a rotina de cerca de 9 mil fortalezenses foi impactada com a suspensão de 25 linhas de ônibus e a redução da frota de outras 29 rotas, por decisão do Sindiônibus.

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