Guaramiranga deixa de ser a cidade com menor população do Ceará; veja ranking das menores

Cidade teve ganho oficial de quase 1.500 habitantes, entre 2010 e 2022

Escrito por Theyse Viana e Nícolas Paulino , theyse.viana@svm.com.br
Legenda: Guaramiranga é agora a segunda cidade com menor número de moradores do Ceará
Foto: Thiago Gadelha

A cidade de Guaramiranga, na região do Maciço de Baturité, deixou de ser a menos populosa do Ceará, de acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado na quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento mostrou que a localidade serrana tem, oficialmente, 5.654 habitantes – um ganho de 1.490 moradores em comparação com o Censo de 2010, que contabilizou uma população de 4.164 pessoas.

Com a mudança, a cidade de Granjeiro, na Região do Cariri, se tornou a menor do Ceará. O Censo confirma uma estimativa do IBGE de 2019, que já apontava o município como menos populoso.

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Entre 2010 e 2022, Granjeiro teve um acréscimo de apenas 212 habitantes, totalizando 4.841 vivendo por lá atualmente, conforme o censo demográfico.

No entanto, a mudança nos dados oficiais não é comemorada pela gestão municipal de Guaramiranga, que percebe, na prática, uma estabilidade de população desde o início dos anos 2000.

Segundo informou ao Diário do Nordeste o secretário de Turismo da cidade, Francisco José Rabelo Leal, o censo de 2010 teve "um erro na localização dos limites geográficos no município de Guaramiranga" que impactou na redução da população em relação ao censo do ano de 2000, quando a população era de 5.714 habitantes.

Só em 2019, por meio da lei estadual Nº 16.821, Guaramiranga volta a ter seus limites restabelecidos - assim como sua população.

"Portanto, se forem observados os dados dos últimos três censos, observa-se que a população de Guaramiranga continua quase a mesma do censo do ano de 2000. Na verdade, tivemos uma redução de 30 habitantes entre o censo do ano de 2000 e o ano de 2022", detalha Rabelo.

Os 10 menores municípios cearenses em se tratando de população seguem, agora, a seguinte ordem:

  • Granjeiro: 4.841 habitantes (ganhou 212)
  • Guaramiranga: 5.654 habitantes (ganhou 1.490)
  • Baixio: 5.704 habitantes (perdeu 322)
  • São João do Jaguaribe: 5.855 habitantes (perdeu 2.045)
  • Potiretama: 5.974 habitantes (perdeu 152)
  • Pacujá: 6.175 habitantes (ganhou 189)
  • Ereré: 6.474 habitantes (perdeu 366)
  • General Sampaio: 6.734 habitantes (ganhou 516)
  • Altaneira: 6.782 habitantes (perdeu 74)
  • Umari: 6.871 habitantes (perdeu 674)

Dos 184 municípios do Ceará, 71 tiveram redução de população entre os censos. Fortaleza foi a cidade com a maior redução: em números absolutos, a capital tem agora 23,5 mil residentes a menos em relação a 2010. Apesar disso, tornou-se a 4ª maior capital do País.

Impactos do ganho de habitantes

O ganho populacional, assim como a perda, tem impacto direto no dimensionamento do repasse de recursos federais às cidades, já que esse processo considera a contagem oficial de habitantes como referência.

Uma dessas verbas é o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), um dos principais recursos repassados pela União às prefeituras para manutenção e investimento nos serviços públicos. 

Além disso, o aumento de residentes impacta a capacidade de atendimento aos serviços básicos, como saúde e educação, que podem ficar abaixo da necessidade real, como pondera Alexandre Pereira, geógrafo e colunista do Diário do Nordeste.

“Outro dado que não sabemos é o nível de renda. Uma coisa é ganhar população de classe média ou alta, como no Eusébio. Outra coisa é ganhar pessoas pobres que podem ocupar favelas e conjuntos, então você vai ter públicos diferenciais que vão exigir diferentes serviços públicos”, analisa. 

Para que serve o Censo?

Durante o Censo, os recenseadores percorrem as residências para coletar, dentre outras informações, a quantidade de moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, dados sobre educação, trabalho, rendimento e mortalidade. Quando ele deixa de ser realizado, o Brasil fica sem uma base de dados confiável.

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Segundo o IBGE, os resultados são usados em programas e projetos que vão contribuir para:

  • Acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e evolução das características da população ao longo do tempo;
  • Identificar áreas de investimentos prioritários;
  • Selecionar locais que necessitam de programas de estímulo ao crescimento econômico e desenvolvimento social;
  • Fornecer referências para as projeções populacionais com base nas quais é definida a representação política no país, indicando o número de deputados federais, deputados estaduais e vereadores de cada estado e cidade; e
  • Fornecer subsídios ao Tribunal de Contas da União para a definição das cotas do Fundo de Participação dos Estados e do Fundo de Participação dos Municípios.
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