Censo do IBGE mostra que favelas do CE têm entre 60 e 24 mil moradores; veja como é em sua cidade

Comunidades reúnem milhares de pessoas em Fortaleza, na Região Metropolitana e no interior do Estado

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Vista de um beco na favela do Campo do América, com roupas estendidas e uma idosa sentada numa cadeira
Legenda: Comunidade urbana do Campo do América, em Fortaleza, tem 1.816 moradores, de acordo com o IBGE
Foto: Fernanda Siebra

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem se dedicado a mapear Favelas e Comunidades Urbanas desde o Censo Demográfico de 1950. Na última edição, de 2022, foram identificadas 702 localidades do tipo no Ceará, com quase 750 mil moradores. Essas ocupações, consideradas pelo órgão desordenadas, estão presentes em 30 municípios, abrangendo de 60 a 24 mil habitantes. 

Conforme o levantamento, a maioria das favelas cearenses (76,5%) fica na categoria de até 500 domicílios. Outras 76,5% têm entre 500 e 1.000; e somente 8,8% chegam a mais de 1.000 moradias.

O Instituto considera que os dados tanto fornecem um panorama atualizado desses territórios como proporcionam “os insumos necessários para a atuação direcionada do Estado no sentido de garantir às populações neles residentes o direito à moradia, considerado um direito humano, conforme proclamado na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Tendo isso em vista, a pesquisa também investigou o acesso a serviços básicos de abastecimento de água e saneamento básico nos domicílios permanentes ocupados nas favelas do Ceará, obtendo os seguintes resultados:

  • 98,2% com lixo coletado por serviço de  limpeza diretamente no domicílio ou em caçamba
  • 97,3% com existência de canalização de água
  • 90,5% com ligação à rede geral e que a utilizavam como principal forma de  abastecimento de água
  • 74,8% com banheiro ou sanitário com esgotamento sanitário por rede geral ou pluvial e fossa séptica ligada ou não à rede

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Maiores favelas do Ceará

Das 702 favelas cearenses, 503 estão em Fortaleza. Há 12 anos, conforme o IBGE, eram 194 espaços semelhantes. Em população, houve um aumento de quase 50%, de 396.370 para 578.071 pessoas.

Segundo o Censo 2022, é na capital que estão as 10 maiores favelas do Estado, em número de habitantes:

  • Santa Elisa/Pirambu - 24.409
  • Pantanal - 14.383
  • Fumaça / Planalto Pici - 13.110
  • Papoco - 11.164
  • Comunidade Serviluz/Titanzinho - 11.035
  • Santa Inês/Pirambu - 10.824
  • Parque Alto Alegre - 9.465
  • Tancredo Neves - 8.108
  • KM 10 - 7.519
  • Lagamar - 7.500

Fora de Fortaleza, as maiores são a Novo Parque Iracema, em Maranguape, com 4.490 moradores; e Parazinho, em Caucaia 4.312. Este segundo município, inclusive, é o segundo com mais favelas no Estado: são 52, com mais de 60 mil habitantes.

E, longe da Região Metropolitana, as maiores concentrações desordenadas são no Cariri. Lá, estão as comunidades do Horto, em Juazeiro do Norte (4.055 habitantes); Batateiras, no Crato (3.360 habitantes); e Riacho da Bela Vista/Sítio Tupinambá, em Barbalha (2.756 habitantes).

Menores favelas do Ceará

De forma geral, as menores favelas do Estado, também em número de habitantes, se dividem entre alguns aglomerados em bairros de Fortaleza e Região Metropolitana e em cidades do interior do Estado.

  • Beira Rio (Ipueiras) - 95
  • Comunidade Jardim Fluminense A (Fortaleza) - 94
  • Travessa Maravilha (Fortaleza) - 92
  • Comunidade Alto do Bode (Fortaleza) - 88
  • Beco Francisco Geraldo de Souza (Fortaleza) - 86
  • Jardim União II (Fortaleza) - 84
  • Rua Lagoa do Prata (Fortaleza) - 67
  • Comunidade Beco do Cal (Fortaleza) - 65
  • Tabapuazinho (Caucaia) - 59
  • Comunidade Canal Leste C - Fortaleza (CE) - 58

Lista de favelas do Ceará

Confira, no infográfico abaixo, o levantamento completo das 702 favelas cearenses. Na barra de pesquisa, é possível buscar o nome da comunidade ou a cidade onde ela fica.

Pela definição do IBGE, Favelas e Comunidades Urbanas são “territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”.

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