Bons volumes de chuvas levam Ceará a alcançar maior área com território sem seca dos últimos 8 anos

Essa significativa redução deve-se aos bons volumes de chuvas registrados desde o começo do ano

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Mais de 80% do território cearense apresenta área sem seca relativa.
Foto: Leticia Freitas/Funceme

O Ceará atingiu a maior área com território sem seca dos últimos 8 anos. O estudo, referente ao mês de abril, foi divulgado nesta quinta-feira (19) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Conforme o Monitor da Seca, o Estado apresenta 81,13% do seu território sem seca relativa. 

Este índice é melhor desde o início da série histórica, em julho de 2014. Até então, maio de 2020 era o mês mais positivo, com 79,18% da área estadual sem seca relativa. Em abril deste ano, o mais recente Monitor aponta que houve o recuo da seca fraca no sul, faixa central e nordeste do Estado. 

Hoje 18,87% do território apresenta seca fraca, sendo este percentual concentrado na porção central e a oeste do Estado, onde está situada a macrorregião do Sertão Central e Inhamuns.

Essa significativa redução deve-se, principalmente, aos bons volumes de chuvas registrados desde o começo do ano, sobretudo entre março e abril.

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Conforme dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), março teve chuva 30,6% acima da média histórica e, abril, as precipitações ficaram dentro da normal climatológica.

  • Janeiro: choveu o acumulado a 163,6 mm, equivalente a 65.7% acima da média
  • Fevereiro: choveu o acumulado a 64,5 mm, equivalente a 45.7% abaixo da média
  • Março: choveu o acumulado a  265,7 mm, equivalente a 30.6% acima da média
  • Abril: choveu o acumulado a 182,6 mm, índice dentro da média
  • Maio: choveu, até ontem, dia 18, o acumulado a 57,1 mm, cerca de 62% da média

Legenda: Apenas 18,87% do território apresenta seca fraca
Foto: Divulgação

Para Francisco Vasconcelos, pesquisador da Funceme, ter uma ampla porção do território sem seca relativa significa "que o Estado passa por um período normal ou de superávit hídrico naquela porção".

Atualmente, dos 157 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 100 estão com armazenamento acima dos 30%.

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Conforme Bruno Rebouças, diretor de Operações da Cogerh, açudes abaixo dos 30% apresentam "cenário de alerta e atenção para monitoramento". Hoje, são 36 reservatórios sangrando e outros 11 estão com volume acima dos 90%, podendo verter nos próximos dias. 

Já o Castanhão, maior açude para múltiplos usos de água da América Latina, apresenta 22,59% da sua capacidade total, melhor percentual desde 2015. O Orós, segundo maior reservatório do Estado, se aproxima dos 50%, índice não alcançado desde maio de 2014.

Cenário no Nordeste

Não foi apenas o Ceará que apresentou redução da área de seca. No Nordeste, chuvas acima da média nos últimos meses levou recuo da seca fraca, também, no Rio Grande do Norte e em Pernambuco.

Contudo, por outro lado, em decorrência da piora nos indicadores, houve um pequeno aumento das áreas com seca fraca no oeste baiano, sul do Maranhão e do Piauí.

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