Atriz cearense Jéssica Teixeira é entrevistada no programa Conversa com Bial

Participação vai ao ar nesta quarta-feira (2) e terá como tema principal o filme “Assexybilidade”, com relatos de pessoas com deficiência e as experiências envolvendo sexualidade

Escrito por Diego Barbosa , diego.barbosa@svm.com.br
Legenda: Pela primeira vez com Pedro Bial e nos estúdios Globo São Paulo, Jéssica adianta que o papo foi “leve, divertido e engraçado”
Foto: Arquivo pessoal

Olhos grudados em Jéssica Teixeira na noite desta quarta-feira (2). A atriz cearense participará do programa Conversa com Bial devido à presença no elenco de “Assexybilidade”, em cartaz nos cinemas. O documentário, dirigido por Daniel Gonçalves – que também estará na atração global – aborda a sexualidade de pessoas com deficiência.

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O convite para estar com Bial surgiu exatamente após o lançamento do filme, motivo de alegria para Jéssica. “A experiência foi incrível, e desde a pré-entrevista. Fui entrevistada por uma das roteiristas do programa, a Camila Appel. Ela tem um currículo vasto  (Linha Direta, documentário sobre a Xuxa), então me senti à vontade com todas as perguntas”.

Pela primeira vez ao lado de Pedro Bial e nos estúdios Globo de São Paulo, a também produtora, dramaturga e diretora adianta que o papo foi “leve, divertido e engraçado”, ainda que o documentário aprofunde temas considerados tabus. “Assexybilidade” traz 15 PcDs falando sobre experiências íntimas de forma bastante livre.

“Tiveram perguntas, por exemplo, a respeito de como foi perder a virgindade – o que, pra mim, nunca foi um tabu, nunca abordei de forma romântica – entre outras. Poder ter tido essa questão numa pré-entrevista e adentrar nisso numa conversa com o Pedro Bial foi muito bom. Os assuntos passaram por aí”, detalha Jéssica.

Por sinal, levar uma artista para responder a esses pontos potencializa a fuga da obviedade, segundo ela. Não interessa a Jéssica suprir expectativas das pessoas que enxergam o corpo com deficiência de forma densa ou dolorosa. Não à toa, a liberdade que concede a si mesma – num bonito convite ao público – para transitar por vivências muito dela.

Legenda: Convite para estar no programa surgiu após o lançamento do filme "Assexybilidade"
Foto: Arquivo pessoal

“Minha sinuosidade, minha estranheza, constituem inclusive minha inteligência e sensualidade. Partindo desse princípio, eu não supro expectativas – seja das pessoas que são capacitistas ou daquelas que não têm deficiência. Acho que isso vai, sim, mexer com as estruturas, tudo com sorriso no rosto e de modo muito leve”.

Muitos trabalhos

Graduada em Teatro e Mestre em Artes pela Universidade Federal do Ceará, Jéssica Teixeira já trabalhou com diversos grupos, entre eles Comedores de Abacaxi S/A, Terceiro Corpo, Trupe Motim de Teatro (Quixeré-CE), banda Casa de Velho e Pavilhão da Magnólia.

Iniciou na dança e no teatro ainda criança. Aos 16, assumiu profissionalmente ao ingressar no setor cultural. Em 2017, defendeu dissertação fruto de pesquisa sobre “um corpo em estado de demolição” no Programa de Pós Graduação em Artes da UFC. Antes disso, graduou-se na primeira turma do curso de Teatro da mesma instituição.

Tem no currículo mais de 30 espetáculos como atriz, incluindo também filmes, performances e vídeo-performances. A pesquisa sobre “Corpo Impossível” a partir da investigação sobre o próprio corpo foi matéria-prima para a criação do primeiro solo, “E.L.A”, pelo qual ficou conhecida dentro e fora do Brasil.

Atualmente, está em cartaz no Sesc Avenida Paulista com o segundo monólogo, “Monga”. A peça mistura terror psicológico com humor, criando uma experiência arrebatadora. Além disso, está no já citado “Assexybilidade”; no curta “Noz Pecã”, de Aline Gutiérrez; e toca o projeto “Olho Vivo”, o qual dirige, produz e roteiriza ao lado de João Fontenele. Na mesma toada, segue comercializando o livro “E.L.A”, sobre a montagem homônima.

“Costumo dizer que o teatro é minha primeira casa. Minha casa, onde realmente moro, é a segunda. Sou artista, então crio em cima do meu corpo, consigo ficcionalizá-lo. Logo, me proponho a me chamar de habitante de um corpo estranho, citando Bertold Brechet e tudo aquilo que me trouxe até aqui”.

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